CHAMADA ABERTA PARA DOSSIÊ

10-11-2025

 

 

POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS NO CONTEXTO DE GRANDES EMPREENDIMENTOS ECONÔMICOS

Organização:

Rita de Cássia Maria Neves (UFRN – Brasil)

Sandro José da Silva (UFES - Brasil)

Andrés Garcia Sanchez (Universidad de Antioquia - Colômbia)

 

O dossiê intitulado “Povos e comunidades tradicionais no contexto de grandes empreendimentos econômicos” tem como objetivo reunir estudos que analisem, sob a perspectiva central da Antropologia e em diálogo com outras disciplinas afins, os impactos socioambientais decorrentes da expansão de projetos e grandes empreendimentos para produção de energia, tais como centrais eólicas, centrais solares e térmicas, entre outros empreendimentos agroindustriais e de infraestruturas em territórios de povos e comunidades tradicionais.

A proposta busca reunir trabalhos que problematizem os efeitos desses empreendimentos nas dimensões territoriais, culturais, ecológicas e sociais, destacando deslocamentos populacionais, transformações nos modos de vida, disputas jurídicas e reconfigurações das relações comunitárias. Ao mesmo tempo, pretende examinar os processos de mediação, negociação e conflito instaurados entre comunidades afetadas, agentes estatais e empresas, considerando os instrumentos legais e institucionais que regulam tais dinâmicas, assim como os saberes e práticas desenvolvidas pelos comunitários.

A relevância do dossiê justifica-se pela necessidade de aprofundar a compreensão antropológica e de outras disciplinas afins sobre os modos de resistência, as estratégias de organização e os saberes locais mobilizados diante das pressões de grandes projetos de desenvolvimento energéticos, agroindustriais e de infraestrutura. Ao enfatizar a centralidade das perspectivas etnográficas e do pensamento antropológico, o dossiê busca evidenciar os aportes conceptuais e metodológicos dessa disciplina para o debate interdisciplinar sobre justiça socioambiental, direitos coletivos e modelos de desenvolvimento. Dessa forma, pretende contribuir não apenas para o avanço do conhecimento acadêmico, mas também para subsidiar políticas públicas e iniciativas de proteção aos povos e comunidades tradicionais em diferentes contextos nacionais e internacionais.