O SABER ETNOGRÁFICO E SUA CONTRIBUIÇÃO À ESCRITA ACADÊMICA CRIATIVA: REFLEXÃO DE UMA EXPERIÊNCIA DE ENSINO
DOI:
https://doi.org/10.21680/2238-6009.2023v1n62ID26190Resumo
O artigo abrange o relato de uma experiência de ensino-aprendizagem em uma disciplina de Antropologia que, embora não focada na escrita, norteou-se por desenvolver o potencial criativo da redação, fomentado pela leitura sistemática de narrativas etnográficas. As obras Por uma pedagogia da pergunta (Paulo Freire & Antonio Faundez) e Ensinando a transgredir (bell hooks), assim como minha jornada como etnógrafa em Antropologia da Educação, inspiraram-me enquanto docente no desenho da metodologia do curso. A dinâmica traçada previa que, a cada encontro, as(os) estudantes trouxessem perguntas previamente preparadas, para mobilizar o debate da bibliografia prevista. A discussão entabulada engendrava então uma produção de texto individual em sala, ao final de todas as aulas. As(os) discentes foram assim construindo um diário de bordo do curso, com comentários sequenciais que sintetizavam debates, enfocavam pontos de interesse ou traziam novas perguntas e eram subsequentemente partilhados com a turma. Instigou-se as(os) participantes, todo o tempo, a desenvolverem a escrita autêntica e, portanto, criativa, a partir do que lhes fosse, de fato, significativo. Desse esforço, surgiram textos dos mais variados, reunindo contribuições teórico-etnográficas, vivências e interpelações particulares, além de trechos literários e descrições fílmicas. Nesse espírito, a disciplina encerrou-se com uma peça textual batizada de carta-comentário, por meio da qual as(os) estudantes consolidaram seus aprendizados.
Palavras-chave: Etnografia; Escrita Acadêmica; Escrita Criativa; Escrita Autêntica; Ensino de Antropologia.
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