O nível de disclosure em Organizações do Terceiro Setor (OTS) no Estado do Ceará

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/2176-9036.2020v12n1ID16503

Palavras-chave:

Organização do Terceiro Setor, Disclosure, Informação voluntária e obrigatória; Indicador.

Resumo

Objetivo: o presente trabalho se propõe a avaliar o nível de transparência apresentado pelas Organizações do Terceiro Setor no Estado do Ceará em relação aos usuários externos, como como forma de reduzir a assimetria informacional entre os agentes internos e externos em alusão à Teoria da Agência.

Metodologia: Com base na legislação vigente e na revisão da literatura científica, selecionou-se um conjunto de itens de divulgação obrigatória e voluntária para compor o indicador de disclosure (ID), o qual foi utilizado para calcular o respectivo nível de disclosure das 100 maiores organizações do Estado do Ceará. A construção do índice tomou como base escala dicotômica, do tipo 0 (zero) e 1 (um), representando respectivamente ausência e presença de informação.

Resultados: Os resultados revelaram um nível maior de evidenciação das informações voluntárias (39%) que obrigatórias (2%), demonstrando que o nível de transparência e accountability não são favoráveis, eis que atingiram somente 41% dos critérios pesquisados.  Avalia-se que os resultados se mostraram contraditórios na medida que essas entidades deveriam atuar provendo informações financeiras e sobre o seu desempenho, e não ao contrário.

Contribuição do Estudo: permitir a avaliação do nível de disclosure das entidades representativas do terceiro setor cearense em termos de divulgação voluntária e obrigatória, possibilitando quanto a falta de divulgação de informações destas organizações.

Palavras-chave: Organização do Terceiro Setor, Disclosure, Informação voluntária e obrigatória; Indicador.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Araújo, L. C. V. (2016). Auditoria em Organizações do Terceiro Setor. Universidade Federal do Ceará. 2008. Recuperado de: http://www.acep.org.br/proaudi/gapa.pdf.

Amagoh, F. (2015). Improving the credibility and effectiveness of non-governmental organizations. Progress in Development Studies, vol. 15, n. 3, p. 221-239.

Bolívar, M. P. R., Pérez, C. C. & Hernández, A. M. L. (2006). Cultural contexts and governmental digital reporting. International Review of Administrative Sciences, vol. 72, n. 2, p. 269-290.

Bamber, L. S., Jiang, J., & Wang, I. Y. (2010). What's my style? The influence of top managers on voluntary corporate financial disclosure. The Accounting Review, vol. 85, n. 4, p. 1131–1162.

Beattie, V. McInnes, B., & Fearnley, S. (2004). A Methodology for Analysing and Evaluating Narratives in Annual Report: A Comprehensive Descriptive Profile and Metrics for Disclosure Quality Attributes, Accounting Forum, vol.28, n. 3, p. 205-236.

Beyer, A., Cohen, D. A., Lys, T. Z., & Walther, B. R. (2010). The financial reporting environment: Review of the recent literature. Journal of Accounting and Economics, vol. 50, p. 296-343.

Bhojraj, S., Blacconiere, W. G., & D’Souza, J. D. (2004). Voluntary disclosure in a multi-audience setting: an empirical analysis. The Accounting Review, vol. 79, n. 4, p. 921-947.

Cabedo, J. D., Fuertes-Fuertes, I., Maset-LLaudes, A., & Tirado-Beltrán, J. M. (2017). Improving and measuring transparency in NGOs: A disclosure index for activities and projects. Nonprofit Management and Leadership, p. 1-10.

Christensen, A. L., & Mohr, R. M. (2003). Not-for-profit annual reports: What do museum managers communicate? Financial Accountability & Management, vol. 19, n. 2, 139–158

Charumathi, B. & Ramesh, L. (2015). On the Determinants of Voluntary Disclosure by Indian Companies. Asia-Pacif Journal of Management Research and Innovation, vol. 11, n. 2, 2015.

Conselho Federal de Contabilidade. (2016). NBC T 10.19: entidade sem finalidade de lucro. 2000. Recuperado de: http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2000/000877.

Core, J. E. (2001). A Review of the Empirical Disclosure Literature: Discussion. Journal of Accounting and Economics, vol. 31, p. 441-456.

Crozatti, J., Cordeiro, A. A. L., Campos, P. A. C. (2006). Efeitos da falta de evidenciação nas demonstrações contábeis publicadas para determinação e análise do ciclo operacional e financeiro pelo usuário externo. Anais do Congresso USP de Controladoria e Contabilidade, São Paulo, SP, Brasil, 6, julho.

Dhaliwal, D. S., Li, O. Z., Tsang, A., & Yang, Y. G. (2011). Voluntary non-financial disclosure and cost of equity capital: The initiation of corporate social responsibility reporting. The Accounting Review, 86, n. 1, p. 59–100.

Dye, R. A. (1985). Disclosure of nonproprietary information. Journal of Accounting Research, 23(1), 123-145.

Eng, L. L., & Mak, Y. T. (2003). Corporate governance and voluntary disclosure. Journal of Accounting and Public Policy, n. 22, p. 325-345.

Ettredge, M., Richardson, V. J., & Scholz, S. (2002). Dissemination of information for investors at corporate Web sites. Journal of Accounting and Public Policy, 21, n. 4–5, 357–369.

Fernandes, R. C. (2002). Privado, porém público: o terceiro setor na América do Sul. Rio de Janeiro: Civicus.

Fick, K. (2010). The value of good corporate disclosure. The CPA Journal, vol. 80, n. 10, p. 40–42.

Financial Accounting Standards Board (FASB), 2014. Recuperado de: http://www.fasb.org/cs/ContentServer?c=Document_C&cid=1176164329772&d=&pagename=FASB%2FDocument_C%2FDocumentPage.

Gil, A. C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas.

Goulart, A. M. C. (2003). Evidenciação Contábil do Risco de Mercado por Instituições Financeiras no Brasil. São Paulo. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, Departamento de Contabilidade e Atuária, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.

Gandía, J. L. (2011). Internet disclosure by nonprofit organizations: Empirical evidence of nongovernmental organizations for development in Spain. Nonprofit and Voluntary Sector Quarterly, 40, n. 1, 57–78.

Gajewski, Jean-François, & Li, L. (2015). Can Internet-based disclosure reduce information asymmetry. Advances in Internacional Accounting, vol. 31, p. 115-124.

Goulart, A. M. C., & Carvalho, L. N. (2004). Evidenciação contábil do risco de mercado por instituições financeiras no Brasil. Revista UnB Contábil, vol. 7, n. 1, 9-32.

Hail, L. (2002). The impact of voluntary corporate disclosures on the ex-ante cost of capital for Swiss firms. European Accounting Review, vol. 11, n. 4, p. 741-773.

Healy, P. M., Palepu, K. G. (2001). Information asymmetry, corporate disclosure, and the capital markets: A review of the empirical disclosure literature’, Journal of Accounting and Economics, vol.31, p. 405-440.

Khan, M., Serafeim, G., Yoon, A. (2016). Corporate sustainability: First evidence on materiality. The Accounting Review, vol. 91, n. 6, p. 1697–1724.

Hyndman, N., & McConville, D. (2016). Transparency in reporting on charities’ efficiency: A framework for analysis. Nonprofit and Voluntary Sector Quarterly, vol. 45, n. 4, 844–865, 2016.

Ho, S. S. M., & Wong, K. S. (2001). A study of the relationship between corporate governance structures and the extent of voluntary disclosure. Journal of International Accounting, Auditing and Taxation, vol. 10, p. 139–156.

Kavitha, D., & Nandogopal, R. (2011). Disclosure Studies – a commentary on the methods and measures. Indian Journal of Corporate Governance, vol. 4, n. 1, p. 29-46.

Lanzana, A. P. (2004). Relação entre disclosure e governança corporativa das empresas brasileiras. São Paulo, 2004. Dissertação (Mestrado em Administração) – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo

Lee, R. L., & Joseph, R. C. (2013). An examination of web disclosure and organizational transparency. Computers in Human Behavior, vol. 29, n. 6, p. 2218-2224.

Malaquias, R. F., & Carvalho, L. F. (2008). Análise empírica da evidenciação contábil considerando a hipótese de mercados eficientes. Anais dos Seminários em Administração (Semead), São Paulo, SP, Brasil, 8.

Marston, C., & Polei, A. (2004). Corporate reporting on the Internet by German companies. International Journal of Accounting Information Systems, vol. 5, n. 3, 285–311.

Ng, A. C., & Rezaee, Z. (2015). Business sustainability performance and cost of equity capital. Journal of Corporate Finance, vol. 34, p. 128–149.

O’Dwyer, B., & Unerman, J. (2008). The paradox of greater NGO accountability: A case study of Amnesty Ireland. Accounting, Organizations and Society, vol. 33, n. 7, 801–824.

Quinteiro, L. G. L., & Medeiros, O. R. (2005). Ambiente de evidenciação contábil e mobilidade de capitais internacionais. Anais do Congresso USP de Controladoria e Contabilidade, São Paulo, SP, Brasil, 5, outubro.

Salotti, B. M., Yamanoto, M. M., & Pimentel, R. C. (2007). Demonstração voluntária da demonstração dos fluxos de caixa e o desempenho das empresas de capital aberto no Brasil. Anais do Congresso USP de Controladoria e Contabilidade, São Paulo, SP, Brasil, 7.

Santos D. F., Costa, G. A., Correa, M. D., & Santos, F. F. (2011). Evidenciação contábil e as práticas de governança corporativa. Anais do Congresso UFSC de Controladoria e Finanças, Florianópolis, SC, Brasil, 4, abril.

Saxton, G., Kuo, Jenn-Shyong, & Ho, Yi-Cheng. (2011). The Determinants of Voluntary Financial Disclosure by Nonprofit Organizations. Nonprofit and Voluntary Sector Quarterly, vol. 41, n. 6, p. 1051-1071.

_____. & Guo, C. (2011). Accountability online: Understanding the Web-based accountability practices of nonprofit organizations. Nonprofit and Voluntary Sector Quarterly, vol. 40, p. 270-295.

Striebing, C. (2017). Professionalization and voluntary transparency practices in nonprofit organizations. Nonprofit Management & Leadership, vol. 28, n. 1, 65–83.

Taylor, M., & Warburton, D. (2003). Legitimacy and the role of UK third sector organizations in the policy process. Voluntas: International Journal of Voluntary and Nonprofit Organizations, 14, n. 3, 321–338.

Tenório, F. G. (2004). Gestão de ONGs: principais funções gerenciais. 8. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas.

Verrecchia, R. E. (1983). Discretionary disclosure. Journal of Accounting and Economics, vol. 5, p. 179-194.

_____. (2001). Essays on disclosure. Journal of Accounting and Economics, vol. 32, n. 1-3, 97-180.

Downloads

Publicado

03-01-2020

Como Citar

NASCIMENTO, R. S. do; RABELO, M. M. S.; VIOTTO, R. O nível de disclosure em Organizações do Terceiro Setor (OTS) no Estado do Ceará. REVISTA AMBIENTE CONTÁBIL - Universidade Federal do Rio Grande do Norte - ISSN 2176-9036, [S. l.], v. 12, n. 1, p. 234–254, 2020. DOI: 10.21680/2176-9036.2020v12n1ID16503. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/ambiente/article/view/16503. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Seção 2: Contabilidade Aplicada ao Setor Público e ao Terceiro Setor (S2)