Avaliação da condição econômico-financeira de operadoras brasileiras de planos de saúde: uma nota sobre finanças e regulação
DOI:
https://doi.org/10.21680/2176-9036.2022v14n1ID24033Palavras-chave:
Indicadores Econômico-Financeiros, Saúde Suplementar, Operadoras de Panos de Saúde, Teste das Amplitudes Múltiplas de Duncan, Agência Nacional de Saúde SuplementarResumo
Objetivo: Este estudo objetiva avaliar o desempenho econômico-financeiro de operadoras brasileiras de planos de saúde e investigar possíveis fontes de variações relativas dos índices estudados. O artigo discute, ainda, a questão da regulação a partir da análise econômico-financeira dos entes regulados.
Metodologia: Trata-se de estudo empírico-analítico, com análise e inferência estatística de dados secundários. A base metodológica do artigo compreende indicadores econômico-financeiros padronizados, indicadores adaptados às especificidades operacionais das operadoras de planos de saúde e teste das amplitudes múltiplas. A base de dados em painel foi elaborada a partir de informações publicadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar e compreende uma amostra contendo as catorze maiores operadoras de planos de saúde em operação no Brasil.
Resultados: Concluiu-se que as operadoras de planos de saúde analisadas estão bem posicionadas em termos econômico-financeiros. Conluiu-se, ainda, que a forma de organização empresarial, o tamanho relativo e o mercado regional da operadora têm influência significante sobre o desempenho das operadoras de planos de saúde. Desta feita, é possível se discutir se o modelo atual de regulação da saúde suplementar no Brasil é adequado para se atingir o objetivo de continuidade do serviço sob modicidade tarifária.
Contribuições do Estudo: No que tange às contribuições, o artigo demonstra que uma técnica relativamente simples pode contribuir tanto para o processo regulatório como da avaliação da regulação. Em particular, contribui ainda ao evidenciar que as operadoras de planos de saúde no Brasil estão bem posicionadas em termos econômico-financeiros, levantando a discussão do modelo atual de regulação da saúde suplementar no Brasil quanto aos objetivos de continuidade do serviço sob modicidade tarifária.
Downloads
Referências
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). (2016). Caderno de informação da saúde suplementar (mês de setembro). Rio de Janeiro: Agência Nacional de Saúde Suplementar.
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). (2020). Histórico – ANS. Rio de Janeiro, ANS. Recuperado de http://ww.ans.gov.br/aans/quem-somos/historico. (acessado em 26/08/2020).
Albuquerque, C., Piovesan, M. F., Martins, A. C. M., Fonseca, A. L., Sasson, D., & Simões, K. A. (2008). A situação atual do mercado da saúde suplementar no Brasil e apontamentos para o futuro. Ciência & Saúde Coletiva, 13(5): 1421-1430. doi: 10.1590/S1413-81232008000500008.
Alves, S. L. (2009). Regulação, eficiência produtiva e qualidade das operadoras de planos de saúde no brasil: uma análise das fronteiras eficientes. IV prêmio SEAE 2009 – Monografia. Secretaria de Acompanhamento Econômico. Brasil.
Andrade, M. V., & Lisboa, M. (2001). Economia da Saúde no Brasil. In: Lisboa M., & Menezes Filho N. (org.). Microeconomia e Sociedade no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Contracapa.
Andrade, M.V., Maia, A. C., Ribeiro, M. M., Lima, H. W., & Carvalho, L. R. (2015). Estrutura de concorrência no setor de operadoras de planos de saúde no Brasil. Rio de Janeiro: Agência Nacional de Saúde Suplementar.
Assaf Neto, A. (2013). Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas.
Avelar, E. A., Souza, A. S., Ferreira, C., Silva, S. & Souza, A. A. (2020). Efeitos da Regulação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre a distribuição de resultados em operadoras de planos de saúde. Revista Evidenciação Contábil & Finanças, 8(3): 73-90. doi:10.22478/ufpb.2318-1001.2020v8n3.48259.
Baldassare, R. M. (2014). Análise do desempenho econômico-financeiro das operadoras de planos de saúde no mercado de saúde suplementar brasileiro. 2014. Dissertação (Mestrado Administração de Empresas) – Escola de Administração de Empresas de São Paulo, 97 p.
Baron, D., & Myerson, R. (1982). Regulating a Monopolist with Unknown Costs. Econometrica, 50(4): 911-930. doi: 10.1.1.407.6185&rep=rep1&type=pdf.
Brigham, E. F., & Ehrhardt, M. (2010). S. Administração financeira. São Paulo: Cengage.
CADE. (2012a). Ato de Concentração no 08012.000309/2012-14. Brasília: CADE.
CADE. (2012b). Ato de Concentração no 08012.003324/2012-21. Brasília: CADE.
CADE. (2012c). Ato de Concentração no 08700.004065/2012-91. Brasília: CADE.
Cipparrone, F., Jurban, L., & Jurban, A. (2004). A eficiência das operadoras de planos de saúde no Brasil. Uma abordagem pela aplicação da analise envoltória de dados. Revista de Tecnologia, 1(1): 39-48. Disponível em: https://www.fatecourinhos.edu.br/retec/index.php/ retec/article/view/114/34 (acessado em 16/03/2021).
Damodaran, A. (2014). Finanças corporativas: teoria e prática. Porto Alegre: Bookman.
Drucker, P. F. (1995). The information executives truly need. Harvard Business Review, 1: 54-62.
Gomes, F. P. (2000). Curso de estatística experimental. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo.
Guimarães, A. L. S., & Alves, W. (2009). O. Prevendo a insolvência de operadoras de planos de saúde. Revista de Administração de Empresas, 49(4): 459-471. doi: 10.1590/S0034-75902009000400009.
Harter, H. L. (1960). Critical values for Duncan’s new multiple range test. Biometrics, 16:671-685. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/2527770.
Hashimoto, P. de A. (2010). Análise da eficiência técnica das operadoras de planos de saúde
com a utilização da Análise Envoltória de Dados. Dissertação (Mestrado em
Ciências Econômicas) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Instituto Assaf (IA). (2016) http://www.institutoassaf.com.br/2012/ (acessado em 14/12/2019).
Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Entenda o setor. Disponível em:
http://www.iess.org.br/?p=setor&grupo=Entenda (acessado em 16/03/2021).
Jha, S., & Baker, T. (2012). The economics of health insurance. Journal of the American College of Radiology, 9(12): 866-870. Doi: 10.1016/j.jacr.2012.09.007.
Jost, T. (2009). The regulation of private health insurance. SSRN Paper. 38 p. doi: 10.2139/ssrn.1340092.
Lewis, T., & Sappington, D. (1988). Regulating a Monopolist with Unknown Demand. The American Economic Review, 78(5): 986-998.
Malta, D. C., Cecílio, L. C. O., Merhy, E. E., Franco, T. B., Jorge, A. O., & Costa, M. A. (2004). Perspectivas da regulação na saúde suplementar diante dos modelos
assistenciais. Ciência & Saúde Coletiva, 9(2): 433-444.
Melo A. J. M., & Dantas, N. A. S. (2018). A sustentabilidade econômico-financeira das operadoras de planos de saúde diante da concessão indiscriminada de tutelas de urgência no Brasil. Revista Brasileira de Políticas Públicas, 8(3): 411-433. doi: 10.5102/rbpp.v8i3.5699.
Pietrobon, M. L., Prado, M. L., & Caetano, J. C. (2008). Saúde suplementar no Brasil: o papel da Agência Nacional de Saúde Suplementar na regulação do setor. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 18:767-783. doi: 10.1590/S0103-73312008000400009.
Ross, S. A., Westerfield, R. W., & Jaffe, J. F. (2007). Administração financeira: corporate finance. São Paulo: Atlas.
Sampaio, L. M. D., Oliveira, M. J. F. de & Ignacio, A. A. V. (2009). Análise e classificação
das operadoras da saúde suplementar. XLI SBPO 2009 - Pesquisa Operacional na Gestão
do Conhecimento, Porto Seguro, Bahia, Brasil.
Sancovschi, M., Macedo, M. A. S., & Silva, J. A. (2014). Análise das intervenções da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) através dos índices de desempenho da saúde suplementar (IDSS). Contabilidade, Gestão e Governança, 17:118-136. Disponível em: http://bit.ly/2y4cfkn. (acessado em 22/11/2019).
Sant´anna, A., Sallai, A., & Mendes, C. (2005). Cálculo de padrões para regulação no setor de saúde suplementar baseado em relações entre despesas operacionais e não operacionais. Relatórios de Pesquisa em Engenharia de Produção, Volume 5, Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro.
Silva, G. L., Rocha, C. H., Britto, P. A. P. (2021). Performance financeira no setor de saúde suplementar: uma análise da variância da rentabilidade das operadoras de saúde no Brasil. Revista Eletrônica Gestão & Saúde, 11: no prelo.
Silva, V. V., & Loebel, E. (2016a). Análise do desempenho econômico-financeiro de operadoras de planos privados de saúde do setor brasileiro de saúde. Revista de Administração Hospitalar e Inovação em Saúde, 13(3): 1-21. doi: 10.21450/rahis.v13i3.361.
Silva. V. V., & Loebel, E. (2016). Desempenho econômico-financeiro de operadoras de planos de saúde suplementar. Revista de Gestão em Sistemas de Saúde, 5(2): 57-70. doi:10.5585/rgss.v5i2.260.
Soares, M. (2006). Análise de indicadores para avaliação de desempenho econômico-financeiro de operadoras de planos de saúde brasileiras: Uma aplicação da análise fatorial. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis). Universidade de São Paulo, São Paulo.
Soares, M. A., Thóphilo, C. R., & Corrar L. J. (2009). Avaliação de indicadores econômico-financeiro de operadoras de planos de saúde brasileiras: uma aplicação da análise fatorial. Anais do XXXIII Encontro da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração (ENANPAD), São Paulo, SP, Brasil.
Stigler, G. (1971). The Theory of Economic Regulation. The Bell Journal of Economics and Management Science, 2(1): 3-21. doi: 10.1093/oxfordhb/9780199646135.013.41.
Sweeney, D. J., Williams, T. A., & Anderson, D.R. (2013). Estatística aplicada à administração e economia. São Paulo: Cengage.
Xavier, D. O. (2017). Variáveis determinantes do desempenho econômico-financeiro de operadoras de planos de saúde. Dissertação (Mestrado em Administração) – Centro de Pós-Graduação em Administração – CEPEAD, Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, 183 p.
Xavier, D. O., & SOUZA, A. A. de (2020) A eficiência econômico-financeira de operadoras de planos de saúde: a influência da modalidade. ForScience, 8(2): 1-21. doi:10.29069/forscience.2020v8n2.e707.
Young, S. D., & O’Byrne, S. F. (2000). EVA and value-based management: a practical guide to implementation. New York: McGraw-Hill.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 REVISTA AMBIENTE CONTÁBIL - Universidade Federal do Rio Grande do Norte - ISSN 2176-9036
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Comomns Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
A Revista Ambiente Contábil utiliza uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND (Atribuição-NãoComercial – SemDerivações 4.0). Isso significa que os artigos podem ser compartilhados e que a Revista Ambiente Contábil não pode revogar estes direitos desde que se respeitem os termos da licença:
Atribuição: Deve-se dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.
Não Comercial: Não se pode usar o material para fins comerciais.
Sem Derivações: Se for remixar, transformar ou criar a partir do material, não se pode distribuir o material modificado.
Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional