UMA DISCUSSÃO SOBRE A NATUREZA CONTINGENTE E O CRITÉRIO DE RECONHECIMENTO DA DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO

Autores

  • Paterson da Rocha Severo Universidade de Brasília
  • Diana Vaz de Lima Universidade de Brasília - UnB

DOI:

https://doi.org/10.21680/2176-9036.2016v8n2ID8150

Resumo

A dívida ativa é um crédito decorrente de receitas públicas não recebidas no prazo estabelecido, registrado nas contas públicas após a apuração de sua liquidez e certeza por autoridade administrativa competente. Considerando que dado seu elevado montante o reconhecimento da Dívida Ativa da União (DAU) influencia a análise do Balanço Geral da União (BGU), e que o processo de convergência no Setor Público requer a adoção de padrões contábeis fundamentados na Teoria Contábil, o presente estudo tem como objetivo apresentar uma discussão sobre a natureza contingente e o critério de reconhecimento da DAU. Assim, foram levantados dados do período de 2008 a 2013 no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) e no Sistema Integrado da Dívida Ativa da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (DW Sida), para análise do perfil dos créditos inscritos. Os resultados do estudo mostram que em sua maior parte os valores registrados em DAU apresenta incertezas quanto à sua validade e real possibilidade de recebimento, caracterizando-se, portanto, como ativo contingente. Assim, a DAU deve ser reconhecida no BGU apenas quando benefícios econômicos ou potenciais futuros forem considerados praticamente certos pelos órgãos responsáveis por sua gestão.

Palavras-Chave: Dívida Ativa da União. Ativos Contingentes. Balanço Geral da União.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paterson da Rocha Severo, Universidade de Brasília

Especialista em Auditoria Financeira pela Universidade de Brasília

Diana Vaz de Lima, Universidade de Brasília - UnB

Diana Vaz de Lima é contadora, mestre em administração e doutora em ciências contábeis pelo Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós Graduação em Ciências Contábeis UnB/UFPB/UFRN. É coordenadora de graduação e professora adjunta do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais, e professora de tópicos contemporâneos em contabilidade pública do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis - PPGCont da UnB. Atuou durante 15 anos no Governo Federal, exercendo cargos de direção e assessoramento em execução orçamentária e financeira, inspeção e controle e contabilidade aplicada aos regimes próprios de previdência social. De 2004 a 2015 foi membro do grupo assessor do Setor Público do Conselho Federal de Contabilidade. Em 2014 foi indicada como diretora de ensino e pesquisa da academia de ciências contábeis do Distrito Federal - ACiConDF.

 

Referências

BEUREN, Ilse Maria; RAUPP, Fabiano Maury. Metodologia da pesquisa aplicável às ciências sociais. In: BEUREN, Ilse Maria (org). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2008.

BRASIL. Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

BRASIL. Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui normas gerais de Direito Financeiro para elaboração dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Código Tributário Nacional - CTN. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de Direito Tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Orientações Estratégicas para a Contabilidade Aplicada ao Setor Público no Brasil. 2007. Disponível em:

<http://www3.tesouro.gov.br/contabilidade_governamental>. Acesso em 04 de agosto de 2014.

CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO - CGU. Presidência da República. Controladoria-Geral da União. Relatório de Avaliação da Execução de Programas de Governo nº 21: Apuração, Inscrição e Execução da Dívida Ativa da União. Brasília, 2013. Disponível em <http://www.cgu.gov.br>. Acesso em 2 setembro de 2014.

CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO - CGU. Prestação de Contas da Presidente da República - Exercício de 2013. Brasília, 2014.

GIACOMONI, James. Orçamento Público. 10ª Ed. São Paulo. Atlas. 2001

HENDRIKSEN, Eldon S. e BREDA, Michael F. Van. Teoria da Contabilidade. 5ª Ed. São Paulo. Atlas. 2012

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 9ª Ed. São Paulo: Atlas, 2009.

MINISTÉRIO DA FAZENDA. Portaria MF nº 75, de 22 de março de 2012. Dispõe sobre a inscrição de débitos na Dívida Ativa da União e o ajuizamento de execuções fiscais pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

NIYAMA, Jorge Katsumi e SILVA, César Augusto Tibúrcio. Teoria da Contabilidade. 3ª Ed. São Paulo. Atlas. 2013

PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL - PGFN. Dívida Ativa – Cartilha para os órgãos de origem. Brasília, 2013. Disponível em: < http://www.pgfn.fazenda.gov.br/divida-ativa-da-uniao/cartilha-aos-orgaos-de-origem > Acesso em 09 de julho de 2014.

SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL - STN. Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público. Parte III – Procedimentos Contábeis Específicos. Aplicado à União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 5ª ed. Brasília, 2012. Disponível em: <http://www.tesouro.fazenda.gov.br>. Acesso em: 25 de mai. 2011.

SOUSA, Rubens Gomes de. Compêndio de legislação tributária. Edição póstuma. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1975. Apud FABRETTI, Láudio Camargo; FABRETTI, Dilene Ramos. Direito Tributário para os cursos de Administração e Ciências Contábeis. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Relatório e Parecer Prévio sobre as Contas do Governo da República – Exercício de 2013. Brasília: TCU, 2014.

Downloads

Publicado

18-04-2016

Como Citar

SEVERO, P. da R.; LIMA, D. V. de. UMA DISCUSSÃO SOBRE A NATUREZA CONTINGENTE E O CRITÉRIO DE RECONHECIMENTO DA DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO. REVISTA AMBIENTE CONTÁBIL - Universidade Federal do Rio Grande do Norte - ISSN 2176-9036, [S. l.], v. 8, n. 2, p. 213–232, 2016. DOI: 10.21680/2176-9036.2016v8n2ID8150. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/ambiente/article/view/8150. Acesso em: 23 abr. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS