O EFEITO SMART MONEY EM PERÍODOS DE CRISE FINANCEIRA

Autores

  • Fernanda Francielle de Oliveira Malaquias Universidade Federal de Uberlândia - UFU
  • Rodrigo Fernandes Malaquias Universidade Federal de Uberlânida - UFU
  • Flaida Êmine Alves de Souza Universidade Federal de Uberlândia - UFU
  • Samuel de Paiva Naves Mamede Universidade Federal de Uberlândia - UFU
  • Ana Clara Lacerda de Oliveira Universidade Federal de Uberlândia - UFU

DOI:

https://doi.org/10.21680/2176-9036.2016v8n1ID6999

Resumo

O objetivo principal deste trabalho foi analisar o efeito Smart Money considerando-se o controle por períodos de crise financeira. Foram selecionados 285 fundos Long and Short brasileiros, no período de 03 de janeiro de 2005 a 12 de setembro de 2013. Com a aplicação de ferramentas quantitativas como a análise de regressão multivariada, análise de regressão logística, complementada com a estatística descritiva e análise de gráficos, os principais resultados mostraram que: i) os cotistas dos fundos de investimento, em média, escolhem os fundos com melhor performance passada para realizar seus investimentos; ii) os fundos que receberam captação líquida positiva apresentaram, em média, melhores indicadores de performance futura que os demais fundos, mesmo para a performance ajustada ao risco; e iii) em períodos de crise, o efeito Smart Money foi anulado, tendo inclusive o seu sinal invertido, talvez por haver menor relação entre performance passada e performance futura quando se tem restrições financeiras impostas pelo mercado. Assim, foram apresentados indícios de que, em períodos de crise, os investidores, em média, não necessariamente apresentam habilidades de seletividade na escolha dos fundos que apresentarão a melhor performance, contrariando o efeito Smart Money para períodos de restrições financeiras.

Palavras-chave: Efeito Smart Money. Fundos de Investimento. Crise Financeira.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernanda Francielle de Oliveira Malaquias, Universidade Federal de Uberlândia - UFU

Possui Graduação e Mestrado em Ciência da Computação, com Doutorado em Engenharia Elétrica. Professora efetiva da Faculdade de Gestão e Negócios - Universidade Federal de Uberlândia.

Rodrigo Fernandes Malaquias, Universidade Federal de Uberlânida - UFU

Possui graduação em Ciências Contábeis, especialização em Controladoria e Finanças, Mestrado em Administração (linha de pesquisa: Gestão Financeira e Controladoria) e Doutorado em Administração (linha de pesquisa: Finanças). Tem facilidade para trabalhar com disciplinas que envolvam matemática e raciocínio lógico, tendo também conhecimentos iniciais em programação de computadores. Experiência com ensino de Contabilidade, Matemática Financeira, Matemática Discreta, Métodos de Pesquisa e Administração Financeira e Orçamentária. Atualmente atua como professor efetivo da Faculdade de Ciências Contábeis, da Universidade Federal de Uberlândia, em regime de dedicação exclusiva, nos Cursos de Graduação e Mestrado.

Flaida Êmine Alves de Souza, Universidade Federal de Uberlândia - UFU

Possui Mestrado em Ciências Contábeis pela FACIC/UFU.

Samuel de Paiva Naves Mamede, Universidade Federal de Uberlândia - UFU

Possui Mestrado em Ciências Contábeis pela FACIC/UFU.

Ana Clara Lacerda de Oliveira, Universidade Federal de Uberlândia - UFU

Possui Graduação em Ciências Contábeis pela FACIC/UFU.

Referências

ACKERNANN, C.; MCENALLY, R.; RAVENSCRAFT, D. The Performance of Hedge Funds: risk, return, and incentives. The Journal of Finance, n. 54, v. 3, p. 833- 874, 1999.

ANBIMA - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. Classificação ANBIMA de Fundos. Disponível em: <http://www.anbima.com.br/>. Acesso em 14 de abril de 2015.

ANBIMA - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. Panorama 2014 – Indústria de Fundos de Investimento – Fevereiro, 2014. Disponível em: <http://www.anbima.com.br/>. Acesso em 14 de abril de 2015.

BASTOS, S. Q. A.; GONZALEZ, R. M. Comportamento dos Investidores na Crise: uma análise para o Brasil no período de 2005 a 2007. In: Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ENANPAD), 34, 2010, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: Encontro da ANPAD, 2010.

BEN-DAVID, I.; FRANZONI, F.; MOUSSAWI, R. Hedge fund stock trading in the financial crisis of 2007 –2009. Review of Financial Studies, n. 25, v. 1, p. 1-54, 2012.

CORAZZA, G.; KREMER, R. L. Friedman e o monetarismo: a velha teoria quantitativa da moeda e a moderna escola monetarista. Revista Análise Econômica, n. 39, p. 65-87, 2003.

COSTA, L. T. L.; EID Jr., W. O Efeito Smart Money na Indústria Brasileira de Fundos de Ações. In: Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ENANPAD) 31, 2006, Salvador. Anais... Salvador: Encontro da ANPAD, 2006.

COUTINHO, L.; BELUZZO, L. G. “Financeirização” da riqueza, inflação de ativos e decisões de gastos em economias abertas. Revista Economia e Sociedade, n. 11, v. 11, p. 137-150, 1998.

FÁVERO, L. P.; BELFIORE, P.; SILVA, F. L.; CHAN, B. L. Análise de Dados: modelagem multivariada para tomada de decisões. Rio de Janeiro: Elsevier. 2009.

FONSECA, S. C.; MALAQUIAS, R. F. O efeito Smart Money no segmento de fundos multimercados. Revista de Gestão, Finanças e Contabilidade, n. 2, v. 3, p. 3-16, 2012.

FRIEDMAN, M.; SWARTZ, A. A Monetary History of the United States 1867-1960. Princenton, Princenton University Press, 1963.

GIACOMONI, B. H. A Persistência de Desempenho dos Fundos Brasileiros durante a Crise. In: Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ENANPAD), 34, 2010, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: Encontro da ANPAD, 2010.

GHARGHORI, P.; MUDUMBA, S.; VEERARAGHAVAN, M. How smart is money? An investigation into investor behaviour in the Australian managed fund industry. Pacific-Basin Finance Journal, n. 15, v. 5, p. 494-513, 2007.

GOMES, F. A. R.; CRESTO, V. Avaliação do Desempenho dos Fundos Long-Short no Brasil. Revista Brasileira de Finanças, n. 8, p. 505-529, 2010.

GROMB, D.; VAYANOS, D. Equilibrium and Welfare in Markets With Financially Constrained Arbitrageurs. Journal of Financial Economics, n. 66, p. 361-407, 2002.

GRUBER, M. J. Another Puzzle: The growth in actively managed mutual funds. Journal of Finance, n. 51, v. 3, p. 783-810, 1996.

GUJARATI, D; PORTER, D. C. Econometria básica. 5ª ed. Porto Alegre: McGraw Hill. 2011.

KAISER, D.; HABERFELNER, F. Hedge fund biases after the financial crisis. Managerial Finance, n. 38, v. 1, p. 27-43, 2011.

KESWANI, A.; STOLIN, D. Which Money Is Smart? Mutual Fund Buys and Sells of Individual and Institutional Investors. Journal of Finance, n. 63, v. 1, p. 85-118, 2008.

KINDLEBERGER, C. P.; LAFFARGUE, J. P. Financial Crises: Theory, history, and policy. Cambridge University Press, 1982.

MALAQUIAS, R. F. Desempenho de Fundos no Brasil. Tese (Doutorado em Administração de Empresas) - Escola de Administração de Empresas de São Paulo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

MALAQUIAS, R. F.; EID Jr., W. Fundos Multimercados: Desempenho, Determinantes do Desempenho e Efeito Moderador. Revista de Administração Mackenzie, v. 15, n. 4, p. 135-163, 2014.

MINSKY, H. P. Stabilizing an Unstable Economy. New Haven: Yale University Press, 2008.

PENNA, A. L. A. Uma Análise da Estratégia Long-Short e a Neutralidade dos Fundos Long-Short Brasileiros em Relação ao Ibovespa. Dissertação (Mestrado em Economia) - Escola de Pós Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas, Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2007.

PEREIRA, L. C. B. Crise Financeira Global e depois: um novo capitalismo? Novos Estudos Cebrap, n. 86, p. 51-72, 2010.

PINHEIROS, J. L. Mercado de Capitais: Fundamentos e Técnicas. 5. ed. São Paulo: Atlas. 2009.

SALGANIK, G. The “Smart Money” Effect: Retail versus Institutional Mutual Funds. Working paper, Ben Gurion University. 2012.

SAPP, T., TIWARI, A. Does stock return momentum explain the “smart money” effect? Journal of Finance, n. 59, v. 6, p. 2605-2622, 2004.

SHARPE, W. F. Mutual Fund Performance. The Journal of Business, n. 39 (v. 1, part 2: Supplement on Security Prices), p. 119-138, 1966.

SILVA, G. S.; SALLES, A. S. Comportamento dos Retornos e da Volatilidade dos Fundos Multimercados e dos Fundos de Ações Brasileiros em Períodos de Crise. In: Simpósio Brasileiro de Pesquisa Operacional, 40, 2008, João Pessoa, Anais... João Pessoa: Simpósio Brasileiro de Pesquisa Operacional, 2008.

TVERSKY, A.; KAHNEMAN. P. S. Judgment under uncertainry: heurisrics and biases. Cambridge: Cambridge University Press, 1974.

VARGA, G. Mutual Fund Flow and Past Information: Is the Brazilian Investor Smart. In: Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ENANPAD), 35, 2012, Rio de Janeiro, Anais... Rio de Janeiro: Encontro da ANPAD, 2012.

WERMERS, R. Is money really “smart”? New evidence on the relation between mutual fund flows, manager behavior, and performance persistence. Working paper, University of Maryland, 2003.

YU, H. Where are the smart investors? New evidence of the smart money effect. Journal of Empirical Finance, n. 19, v. 1, p. 51-64, 2012.

ZHENG, L. Is money smart? A study of mutual fund investors’ fund selection ability. Journal of Finance, n. 54, v. 3, p. 901–933, 1999.

Downloads

Publicado

03-01-2016

Como Citar

MALAQUIAS, F. F. de O.; MALAQUIAS, R. F.; SOUZA, F. Êmine A. de; MAMEDE, S. de P. N.; OLIVEIRA, A. C. L. de. O EFEITO SMART MONEY EM PERÍODOS DE CRISE FINANCEIRA. REVISTA AMBIENTE CONTÁBIL - Universidade Federal do Rio Grande do Norte - ISSN 2176-9036, [S. l.], v. 8, n. 1, p. 323–342, 2016. DOI: 10.21680/2176-9036.2016v8n1ID6999. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/ambiente/article/view/6999. Acesso em: 24 abr. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS