Avaliação dos benefícios do uso de soluções de reidratação oral e da solução padrão em crianças com quadro diarreico: uma revisão bibliográfica

Autores

Palavras-chave:

Soro de Hidratação Oral; Diarreia; Osmolaridade.

Resumo

A diarreia é uma das doenças do trato gastrointestinal mais prevalentes na fase da infância, promovendo uma significativa morbimortalidade infantil e sendo um dos principais fatores agravantes do estado nutricional das crianças nos países em desenvolvimento, o que leva a ser considerada um problema de saúde pública. A OMS e a UNICEF recomendam há mais de 25 anos, a adoção de uma formulação única de solução para reidratação oral (SRO), sendo aplicada de forma ampla aos pacientes, independentemente da etiologia ou do grupo etário afetado. Entretanto, foi desenvolvida uma outra formulação mais adequada que SRO para casos de diarreia, que apesar de se mostrar tão segura e eficaz quanto a original, reduz a eliminação fecal e oferece benefícios clínicos adicionais. Entretanto, é notório que nos países mais pobres existe dificuldade na distribuição dos sachês com sais de reidratação oral, razão pela qual a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o uso da solução sal-açúcar no domicílio como principal alternativa na prevenção da desidratação causada pela diarreia. Além desse tipo de SRO, outros tipos de formulações são utilizados para o mesmo fim, como: SRO à base de arroz, SRO hipertônica e SRO acrescentada de glicose ou zinco. O presente trabalho foi realizado por um levantamento de artigos publicados nos últimos 20 anos e se trata de uma revisão bibliográfica não sistemática que tem como objetivo descrever os benefícios do uso dos diversos tipos de SROs e SRO padrão em crianças com quadro diarreico através de uma comparação. Foram encontrados 28 artigos e foi realizada análise em 11. Tendo como resultado os benefícios a eficácia e segurança de vários tipos de SROs no tratamento do quadro diarreico em crianças.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALAM S; AFZAL K; MAHESHWARI M; SHUKLA I. Controlled trial of hypo-osmalar versus World Health Organization oral rehydration solution. Indian pediatrics, v. 37, n. 9, 2000.

BERNI CANANI, R.; BUCCIGROSSI, V.; PASSARIELLO, A. Mechanisms of action ofzinc in acute diarrhea. Current Opinion in Gastroenterology, v. 27, n. 1, p. 8–12, jan. 2011.

BERNAL, C.; ALCARAZ, G. M.; BOTERO, J. E. Oral rehydration with a plantain flour- based solution precooked with standardized electrolytes. Biomédica, v. 25, n. 1, p. 11–21, 2020.

BRANDT, K. G.; DE CASTRO ANTUNES, M. M.; DA SILVA, G. A. P. Acute diarrhea: evidence-based management. Jornal de Pediatria, v. 91, n. 6, p. S36–S43, nov. 2015.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cadernos de Atenção Básica: Acolhimento à demanda espontânea. Vol. 02. 1ª edição. Brasília, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Treinamento e Monitorização das Doenças Diarreicas. Coordenação de Vigilância das Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar. Brasília (DF): 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Vigilância Epidemiológica. Doenças transmissíveis. Disponível em: Acesso em: 20 fev. 2014.

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigilância Epidemiológica das Doenças Diarreicas Agudas. Governo Federal: 2016

BHANDARI, N. et al. Effectiveness of Zinc Supplementation Plus Oral Rehydration Salts Compared With Oral Rehydration Salts Alone as a Treatment for Acute Diarrhea in a Primary Care Setting: A Cluster Randomized Trial. PEDIATRICS, v. 121, n. 5, p. e1279–e1285, 1 maio 2008.

BÜHLER, H. F. IGNOTTI, E. NEVES, S. M. A da S. HACON, S, S. Análise espacial

de indicadores integrados determinantes da mortalidade por diarreia aguda em crianças menores de 1 ano em regiões geográficas. Ciênc. saúde coletiva 19 (10) Out 2014.

CERVO, A. L.; BEVIAN, P. A. Metodologia cientifica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books1996. São Paulo. Disponível em: Acesso em: 16 de novembro de 2016.

CHAVES, A. M. Condições Sanitárias na Terra Indígena Xakriabá – MG. Associação com Indicador de Saúde por Meio de Estudo Epidemiológico Transversal. Belo Horizonte, 2004.

CHOICE Study Group. Multicenter, randomized, double-blind clinical trial to evaluate the efficacy and safety of a reduced osmolarity oral rehydration salts solution in children with acute watery diarrhea. J Pediatrics. 2001 Apr;107(4):613-8.

DUTTA D; BHATTACHARYA MK; DEB AK; SARKAR D; CHATTERJEE A; BISWAS AB; CHATTERJEE K; NAIR GB; BHATTACHARYA SK. Evaluation of oral hypo- osmolar glucose-based and rice-based oral rehydration solutions in the treatment of cholera in children. Acta paediatrica (Oslo, Norway?: 1992), v. 89, n. 7, 2016.

DUNCAN, B.; SCHIMIDT, M.; GIUGLIANI, E. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primaria baseada em evidencias. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

DUNCAN, B. Bruce. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências. Artmed, Porto Alegre. 2016.

GIL, A. C. Como elaborar Projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2012. GUIA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA. Modo de Transmissão da DDA. Caderno cinco. SVS/MS – 2008.

GREGORIO, G. V. et al. Polymer-based oral rehydration solution for treating acute watery diarrhoea. Cochrane Database of Systematic Reviews, 13 dez. 2016.

HOSSAIN MS; SALAM MA; RABBANI GH;KABIR I;BISWAS R;MAHALANABIS D.Rice-ORS versus glucose-ORS in management of severe cholera due to Vibrio cholerae O139 Bengal: a randomized, controlled clinical trial. Journal of health, population, and nutrition, v. 21, n. 4, 2016.

IBGE, Atlas de Saneamento 2010. Disponível em http://www. ibge.gov.br acessado em 15 de fevereiro de 2014.

KUMAR, R. et al. Safety and Efficacy of Low-osmolarity ORS vs. Modified Rehydration Solution for Malnourished Children for Treatment of Children with Severe Acute Malnutrition and Diarrhea: A Randomized Controlled Trial. Journal of Tropical Pediatrics, p. 54, 27 ago. 2015.

KHAN, M.A. et al. Low osmolar oral rehydration salts solution in the treatment of acute watery diarrhoea in neonates and young infants: a randomized, controlled clinical trial. Journal of health, population, and nutrition, v. 23, n. 1, 2016.

MATERÁN, M. DE et al. Terapia de rehidratación oral: [revisión]. Arch. venez. pueric. pediatr, p. 146–153, 2020.

MORAES, A. C.; CASTRO, F. M. M. Diarreia aguda. JBM. Março/abril 2014.

MORAES, L. R. S. Avaliação do impacto sobre a saúde das ações de saneamento ambiental em áreas pauperizadas de Salvador - Projeto AISAM. In: Heller L, Moraes LRS, Monteiro TCN, Salles MJ, Almeida LM, Câncio J, organizadores. Saneamento e saúde em países em desenvolvimento. Rio de Janeiro: CC& P; 1997. p. 281-305.

MORAISI, Mauro Batista de; JACOB, Cristina Miuki Abe. O papel dos probióticos e prebióticos na prática pediátrica. Jornal de Pediatria. Porto alegre: nov. 2006, v. 82,n. 5. Disponível em: Acesso em: 25 out. 2016.

PASSARIELLO, A. et al. Efficacy of a New Hypotonic Oral Rehydration Solution Containing Zinc and Prebiotics in the Treatment of Childhood Acute Diarrhea: A Randomized Controlled Trial. The Journal of Pediatrics, v. 158, n. 2, p. 288- 292.e1, fev. 2011.

PASSARIELLO, A. et al. Acceptability and efficacy of a gel hypotonic oral rehydration solution in children with acute gastroenteritis. European Journal of Gastroenterology & Hepatology, v. 27, n. 5, p. 523–526, maio 2015.

PULUNGSIH, SRI PANDAM et al. Standard WHOORS Versus Reducedosmolarity ORS in the Management of Cholera Patients. Journal of Health, Population and Nutrition, v. 24, n. 1, p. 107–112, 2006.

RABANÉA, Cristina. Geração Saúde: Resposta para Dúvidas mais Frequentes Sobre Saúde. Editora Geração Saúde Ltda. 1ª Edição. São Paulo, 2017.

SANTORO, M. I. R. M. Introdução ao controle de qualidade de medicamentos.

São Paulo: Editora da USP. 2018.

RAMAKRISHNA, B. S. et al. A Randomized Controlled Trial of Glucose versus Amylase Resistant Starch Hypo-Osmolar Oral Rehydration Solution for Adult Acute Dehydrating Diarrhea. PLoS ONE, v. 3, n. 2, p. e1587, 13 fev. 2008.

SALVATORE, P.; MUSUMECI, S. Comparison of Three Oral Rehydration Strategies in the Treatment of Acute Diarrhea in a Tropical Country. Current Therapeutic Research, v. 64, n. 3, p. 189–202, mar. 2003.

SARKER, S. A. et al. Reduced osmolarity oral rehydration solution for persistent diarrhea in infants: A randomized controlled clinical trial. The Journal of Pediatrics, v. 138, n. 4, p. 532–538, abr. 2001.

SCHARAM, Sonia Beatriz. Pastoral da Criança. Soro caseiro: ações Básicas. São Paulo: abr., 2008. Disponível em: Acesso em: 16 out. 2016.

SILVA, L.R. Diarreia Aguda e Desidratação. MEDSI, 2013.

SOUZA, C. de O. et al. Fatores de risco e etiologia infecciosa da doença diarreica no Município de Juruti, Estado do Pará, Brasil. Revista Pan-Amazônica de Saúde, 2012.

TEIXEIRA, J. C. Associação entre Cenário de Saneamento e Indicadores de Saúde em Crianças: Estudo em Áreas Alagadas. (Tese, em Doutorado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos). Belo Horizonte, 2013. 124p.

TELMESANI, A. Oral rehydration salts, zinc supplement and rota virus vaccine in the management of childhood acute diarrhea. Journal of Family and Community Medicine, v. 17, n. 2, p. 79, 2010.

VICTORIA, C. G. Mortalidade por diarreia: o que o mundo pode aprender com o Brasil? Jornal de Pediatria. (Rio J.) vol.85 no.1 Porto Alegre Jan./Feb. 2009.

YANG, D.F et al. ADOLEC-Eficácia e segurança dos Sais de reidratação oral de osmolaridade reduzida no tratamento da desidratação em crianças com diarreia aguda - um ensaio clínico multicêntrico, randomizado e duplo-cego. Jornal Chinês de Pediatria, abril de 2007; 45 (4): 252-255.

ZULIM, M. C. Capacitação dos agentes comunitários de saúde no monitoramento das doenças diarreicas agudas. Ponta Porã-MS, 2011.

Downloads

Publicado

13-04-2021

Como Citar

MACEDO, G. dos S. S. .; MENDES, A. L. R.; SOARES, C. M. L. .; SILVA, F. R. da .; FERNANDES, L. K. da S. .; BASTOS, Áureo M. C. .; MELO, S. M. . Avaliação dos benefícios do uso de soluções de reidratação oral e da solução padrão em crianças com quadro diarreico: uma revisão bibliográfica. Revista de Casos e Consultoria, [S. l.], v. 12, n. 1, p. e24164, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/casoseconsultoria/article/view/24164. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Revisão