Amor em ativismo
cuidado e ativismo biossocial num relacionamento gay sorodiferente
DOI:
https://doi.org/10.21680/2446-5674.2022v9n17ID27920Palavras-chave:
Antropologia do Parentesco, Sorodiferença, HIV e AIDS, Ativismo, CuidadoResumo
Este artigo apresenta investigação etnográfica sobre um relacionamento gay sorodiferente e suas dinâmicas sociais emaranhadas em redes familiares e de ajuda mútua, segredo, cuidado e ativismo biossocial. Seguindo além de concepções biomédicas de gestão do risco e prevenção ao HIV, sem necessariamente negá-las, proponho complexificar as discussões acerca dessas experiências conjugais por meio de outros matizes. Mobilizo dados etnográficos junto aos/às ativistas do movimento HIV e AIDS no Rio Grande do Norte, especificamente de um casal de interlocutores sorodiferentes. Percebi que a dupla carga moral envolvendo a homossexualidade e o HIV produzia diferentes dilemas e reconfigurações das vivências conjugais dos interlocutores com suas redes sociais, afetivas e, principalmente, através da ressignificação de experiências de cuidado e de ativismo biossocial. Portanto, reconhecer as particularidades dessa forma de relação há quatro décadas da epidemia continua sendo relevante, sobretudo, pelo reconhecimento de sua complexidade em múltiplas dimensões sociais.
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