"A gravidez de menina nos coloca muito no espelho”
tramas, parentesco e intergeracionalidade
DOI:
https://doi.org/10.21680/2446-5674.2022v9n17ID28424Palavras-chave:
Mulheres, Família, Intergeracionalidade, Parentesco, Teoria AntropológicaResumo
Neste artigo realizo o esforço teórico de refletir sobre o parentesco como um sistema aberto e como um organismo vivo, tomando de empréstimo as ideias de “linhas de vida” e de “malha” de Tim Ingold (2001). Para isso, dialogo com o campo que tenho desenvolvido nos últimos anos junto à mulheres de uma mesma família, mas de gerações diferentes. Nesse sentido, tomo suas experiências de maternagem como os nós que adensam e que podem diluir (CARSTEN, 2013; 2014) as relações de parentesco entre essas mulheres; alojando assim a sua materialidade no ato de maternar. Dessa feita, contorno as categorias de tempo e de geração, tomando uma das narrativas femininas de nosso universo empírico: o caso de Joyce, que nos fala enquanto neta, mãe e filha, mas também como parteira que outras tantas estórias sobre famílias de mulheres já ouviu.
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