MARIA YVONE

Resistência à Ditadura Civil-Militar e a busca por justiça e verdade

Résumé

O presente artigo busca elaborar sobre a trajetória de militância política de Maria Yvone Loureiro, nascida em Viçosa – AL, em novembro de 1947, que ao migrar para Recife-PE na década de 1960 passou a integrar o movimento estudantil e posteriormente o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), atuando no enfrentamento à ditadura civil-militar. Presa em fevereiro de 1971 ela passou a denunciar o assassinato sob tortura de Odijas Carvalho, seu companheiro de militância e esposo. Neste sentido, objetivamos analisar como essa militante política se utilizou do lugar tradicionalmente designado às mulheres, especificamente o de esposa, para denunciar as torturas praticadas pelos órgãos de repressão. Para tanto, a noção de jogos de gênero, conceito elaborado pelo historiador Luc Capdevila, e discutido no Brasil por Cristina Scheibe Wolff (2015), entre outras, auxilia-nos nesta análise. Metodologicamente operacionalizamos nossa análise a partir do discurso produzido pelos órgãos de repressão e inteligência sobre a militante, este contido no prontuário individual da mesma, bem como os testemunhos e manifestos produzidos pela resistência, tendo Yvone como figura central nas denúncias.