CONFLITOS PELA TERRA NA FRONTEIRA: O CAMPESINATO COMO FORMA DE RESISTÊNCIA AO CAPITAL INTERNACIONAL
Resumo
A luta pela terra na fronteira tradicional, conhecida como Região Madre de Dios-Acre-Pando (MAP), se dá de forma direta em contrapondo às políticas do Plano de Desenvolvimento Sustentável, financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, ao qual se estrutura sobre uma dupla objetivação: primeiro, a internacionalização multifórmica da exploração; segundo, a recriação das formas de acumulação para garantir a manutenção do sistema capitalista. Agindo direta e indiretamente na internacionalização do Estado, que em suma, reflete uma incorporação estrutural do Estado ao capital internacional ou internacionalizado. O termo “Desenvolvimento sustentável” não é uma construção ingênua, mas parte constitutiva de um projeto político do capitalismo surge como uma construção ideológica que a rigor, serve para legitimar a apropriação das reservas naturais, bem como a exploração das trabalhadoras e trabalhadores por parte do grande capital mundial, através do estabelecimento de um consenso que “combine” interesses financeiros e “defesa do meio ambiente”. O objetivo é analisar o efeito dessa política e o quanto a retórica do desenvolvimento afeta a Amazônia ocidental em geral e o Acre em particular, bem como, os impactos produzidos sob populações de trabalhadoras e trabalhadores rurais e urbanos, gerando deslocamentos forçados e inúmeros conflitos no intuito de identificamos a constituição de novas estratégias de luta e enfrentamento pelo uso e posse da terra. Os migrantes, não fogem das secas e sim das cercas e não fogem, são desterrados.