A PRESENÇA E A “AUSÊNCIA” DE POVOS INDÍGENAS NO TEMPO-ESPAÇO DO VALE DO JAGUARIBE

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Resumo

Discute-se a construção histórica do discurso de "ausência" dos povos indígenas no Vale do Jaguaribe, no Ceará, de modo a evidenciar como essa narrativa de desaparecimento foi uma estratégia colonial e pós-colonial para negar a presença indígena e expropriar seus territórios. A partir de uma abordagem qualitativa, com ênfase na análise bibliográfica e na observação de práticas culturais contemporâneas, o estudo revela que, apesar das violências, dos deslocamentos forçados e da suposta extinção declarada por documentos oficiais no século XIX, os vestígios indígenas permanecem vivos no cotidiano, nas territorialidades e nos saberes tradicionais da região. O artesanato com a palha da carnaúba, em especial, se destaca como um legado ancestral que conecta o passado e o presente, preservando a memória indígena, mesmo que, muitas vezes, os sujeitos que dão continuidade a essas práticas não se reconheçam como indígenas. O estudo contribui para a desconstrução do discurso da ausência e para o fortalecimento das narrativas que reafirmam a presença indígena no Vale do Jaguaribe.

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Biografia do Autor

Leandro Vieira Cavalcante, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Professor adjunto do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), campus Caicó. Docente dos cursos de graduação em Geografia (licenciatura e bacharelado) e dos programas de pós-graduação em Geografia (GEOCERES) e Ensino de Geografia (GEOPROF). Graduado, Mestre e Doutor em Geografia pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Mestre em Geografia pela Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne (França), com estágio no Institut de Recherche pour le Développement (IRD). Coordenador do Grupo de Pesquisa e Extensão Territórios do Semiárido (SEMIAR - registrado no CNPq) e vice-coordenador do Laboratório de Estudos Rurais (LER/UFRN). Pesquisador colaborador do Grupo de Pesquisa em Estudos Rurais (LabRural), da Rede DATALUTA (Banco de Dados das Lutas por Espaços e Território), do Coletivo UMBU (Ambiente e Território no Semiárido Potiguar) e do INCT Participa (Instituto Nacional de Participação, Associativismo e Confronto Político). No âmbito da gestão, na UFRN atua como chefe do Departamento de Geografia, vice-diretor do Museu do Seridó e membro da Comissão de Pós-Graduação e do Conselho de Centro, já tendo atuado como coordenador do Programa de Pós-Graduação em Geografia (2023-2024) e vice-chefe do Departamento de Geografia (2022-2024). No âmbito da contribuição com movimentos sociais e organizações da sociedade civil, já atuou como educador e coordenador da Associação Escola Família Agrícola Jaguaribana (2018-2021), assessor popular da Cáritas Diocesana de Limoeiro do Norte (2020-2024) e membro da Comissão Municipal do Programa Um Milhão de Cisternas (2023-2024). Atualmente, é assessor popular do Movimento 21 de Abril (M21) e do Movimento de Atingidos pelas Energias Renováveis (MAR). Desenvolve projetos de extensão com grupos de mulheres camponesas e quilombolas de comunidades rurais do Seridó Potiguar, em parceria com a Cáritas Diocesana de Caicó, nas áreas de agroecologia, economia solidária e convivência com o semiárido. Atua como produtor e diretor de filmes e documentários, com destaque para "Com Vocês Ando Melhor" e "Canteiros do Bem-Viver", disponíveis no YouTube. Atua com divulgação científica através do perfil @semiar.ufrn no Instagram, o qual possui mais de 14 mil seguidores. Realiza atividades de pesquisa nas áreas de Geografia Agrária, Geografia do Semiárido e Ensino de Geografia, com ênfase nos seguintes temas: questão agrária; territorialização do capital; injustiça ambiental; agroecologia e agricultura camponesa; convivência com o semiárido; políticas públicas e tecnologias sociais; lutas e resistências no campo; educação contextualizada e educação do campo.

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Publicado

19-12-2025

Como Citar

BARROS, Geovana Mendes; CAVALCANTE, Leandro Vieira. A PRESENÇA E A “AUSÊNCIA” DE POVOS INDÍGENAS NO TEMPO-ESPAÇO DO VALE DO JAGUARIBE. Mneme - Revista de Humanidades, [S. l.], v. 28, n. 51, p. 1–25, 2025. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/mneme/article/view/40720. Acesso em: 24 dez. 2025.