A temática das fake news no ensino da argumentação
DOI:
https://doi.org/10.21680/1983-2435.2024v9nEspecialID34812Palavras-chave:
fake news, argumentação, manual escolar, arquitetônicaResumo
No Novo Ensino Médio, a argumentação compõe uma das competências gerais necessárias à Educação Básica. Nos documentos oficiais para o ensino, no entanto, identificam-se grandes lacunas em relação ao que deve ser o ensino voltado à argumentação (Santos; Azevedo, 2017; Capitani, 2021). O manual escolar de Língua Portuguesa, nesse contexto, assume um papel importante na sala de aula, de fornecer subsídios teórico-metodológicos para que se desenvolvam competências cognitivo-discursivas, incentivando o aluno a se posicionar frente a tensões em torno de temas do currículo, dentro e fora da escola. Neste artigo, recorte de uma pesquisa de doutorado em andamento, o objetivo é refletir sobre a forma como a obra Multiversos: Língua portuguesa (Campos; Oda, 2020) mobiliza objetos de ensino de argumentação partindo do conflito no capítulo “Para sustentar a opinião”. A análise ancora-se no conceito de arquitetônica (Bakhtin, 2017, 2018), que corrobora os sentidos construídos nas relações interativas entre os textos apresentados, os boxes e as atividades no capítulo selecionado. Como resultado, verifica-se a proficuidade do estudo da unidade didática com base no conceito bakhtiniano, o que contribui significativamente para sua compreensão de modo não apartado da vida: a leitura de textos argumentativos exige conhecimentos gramaticais, lexicais, mas esses precisam estar relacionados à autoria, tempo, espaço e valores, para que o endosso ideológico existente na argumentação e no tema das fake news não seja apagado, relegando ao segundo plano a sua gravidade ética.
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