A construção textual do ponto de vista: responsabilidade enunciativa e orientação argumentativa
DOI:
https://doi.org/10.21680/1983-2435.2024v9nEspecialID34882Palavras-chave:
Responsabilidade Enunciativa, Discurso jurídico, Orientação argumentativaResumo
O autor opera o gerenciamento do texto, ele está na origem do texto, entretanto, não se mostra como único responsável pela enunciação, tendo em vista que aciona várias vozes responsáveis pelo conteúdo temático. Desse modo, discutiremos acerca da Responsabilidade Enunciativa pelos conteúdos proposicionais, partindo da compreensão de que os modos de tomada da voz alheia e seus efeitos de sentido incidem sobre a orientação argumentativa do texto. Tomamos como corpus o gênero discursivo sentença judicial prolatada nos autos de uma Ação Civil Pública. Ancoramos a discussão no campo da Análise Textual dos Discursos, cujas bases teóricas decorrem da Linguística Textual e da Linguística Enunciativa. Este trabalho trata o conceito de Responsabilidade Enunciativa desenvolvido em Adam (2011) e Rabatel (2010, 2008), quando o Locutor Enunciador primeiro (não) assume a responsabilidade com o dito. Para tanto, focaremos em uma das unidades linguísticas possível de marcar a Responsabilidade Enunciativa dos enunciados, que é a Categoria Gramatical do Mediativo proposto por Guentchéva (1994), quando discute a função do enunciador enquanto mediador da(s) informação(es) que divulga, assumindo uma atitude de não engajamento com o conteúdo proposicional do texto. Concluímos que o texto analisado evidencia que é possível indicar, por marcadores linguísticos, a (não) Responsabilidade Enunciativa pelos conteúdos proposicionais, bem como refletir como ela atua sobre a orientação argumentativa do texto.
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