O fio da violência conjugal nas narrativas de Mia Couto
DOI:
https://doi.org/10.21680/1983-2435.2023v8nEspecialID31553Palavras-chave:
Representação, Violência contra a mulher, Contos, Mia CoutoResumo
Independentemente da sua roupagem, a violência de gênero expõe o desequilíbrio social da sociedade, demonstrando a relação de poder e de dominação do homem e de submissão da mulher. Dessa forma, o objetivo deste artigo é analisar a representação da violência conjugal na literatura contemporânea, por meio da análise dos contos “Os olhos dos mortos” e “Meia culpa, meia própria culpa”, os quais compõem a obra O fio das miçangas (2004), do escritor moçambicano Mia Couto. Ademais, busca-se compreender e problematizar a representação da dor do outro e do posicionamento das mulheres diante de situações de violência nas narrativas em questão, além de observar os possíveis desfechos trágicos para tais relações abusivas.
Downloads
Referências
ACOSTA, Miguel Lorente. Agresión a la mujer: Maltrato, violación y acoso. Granada: Comares, 1999.
ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense, 1991.
BOSCH E. Los mitos románticos en España. Boletín de Psicología, n. 99, p. 7-31, 2010.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina: a condição feminina e a violência simbólica. Rio de Janeiro: BestBolso, 2016.
CAÑO, Xavier. Maltratadas: el infierno de la violencia sobre las mujeres. Madrid: España Hoy, 1995.
COUTO, Mia. Os olhos dos mortos. In: O fio das miçangas. Companhia das Letras: São Paulo, 2004.
COUTO, Mia. Meia culpa, meia própria culpa. In: O fio das miçangas. Companhia das Letras: São Paulo, 2004.
CUNHA, Tânia Rocha Andrade; SOUSA, Rita de Cássia Barbosa de. Violência psicológica contra a mulher: dor invisível. V seminário Internacional Enlaçando Sexualidades 10 anos. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia/UESB, p. 1-11, set. 2017.
DALCASTAGNÈ, Regina. Representações restritas: a mulher no romance brasileiro contemporâneo. In: DALCASTAGNÈ, Regina e LEAL, Virgínia Maria Vasconcelos (Org.). Deslocamentos de gênero na narrativa brasileira contemporânea. São Paulo: Horizonte, 2010.
DEL PRIORE, Mary. História do amor no Brasil. 2. ed. São Paulo: Editora Contexto, 2006.
DELBO, Charlotte. Days and memory. Vermont: Marlboro Press, 1990.
FIGUEIREDO, Eurídice. Por uma crítica feminista: leituras transversais de escritoras brasileiras. Porto Alegre: Zouk, 2020.
GIDDENS, Anthony. A transformação da intimidade: sexualidade, amor e erotismo nas sociedades modernas. São Paulo: Unesp, 1993.
JODELET, Denise. As representações sociais: um domínio em expansão. Jodelet, Denise (org.). As representações sociais. Rio de janeiro: EDUERJ, 2001, p. 14-44.
KROB, Daniéle Busanello. A igreja e a violência contra as mulheres. Anais do Congresso Internacional da Faculdade EST. São Leopoldo: EST, v. 2, 2014, p. 208-216.
LAURETIS, Teresa de. A tecnologia do gênero. Trad. Susana Borneo Funck. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.
LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis: Editora Vozes, 2014.
MAIA, Cláudia de Jesus. A invenção da solteirona: conjugalidade moderna e terror moral - Minas Gerais (1890 – 1948). Brasília: Tese de Doutorado, Universidade de Brasília, 2017.
MIGUEL, Luis Felipe; BIROLI, Flávia. Teoria política feminista, hoje. In: Teoria política feminista: textos centrais. Vinhedo: Horizonte, 2013.
MIGUEL, Luis Felipe; BIROLI, Flávia. Feminismo e política. São Paulo: Boitempo, 2014.
MILLER, Mary Susan. Feridas invisíveis: abuso não-físico contra mulheres. São Paulo, Summus, 1999.
NAVARRO-SWAIN, Tânia. Meu corpo é um útero? Reflexões sobre a procriação e a maternidade. In: STEVENS, Cristina (Org.). Maternidade e Feminismo: Diálogos Interdisciplinares. Florianópolis: Editora Mulheres, 2007.
ORLANDI, Eni Puccinelli. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. São Paulo: Unicamp, 2015.
PERROT, Michelle. Minha história de mulheres. São Paulo: Contexto, 2019.
ROSENBERG, Harold. Objeto ansioso. São Paulo: Cosac & Naify, 2004.
ROUGEMONT, Denis. O amor e Ocidente. Tradução de Paulo Brandi e Ethel Brandi Cachapuz. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1988.
SAFFIOTI, Heleieth. A mulher na sociedade de classes: mito e realidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1979.
SAFFIOTI, Heleieth. Prefácio da edição brasileira. In: LANGLEY, Roger; LEVY, Richard C. Mulheres espancadas: fenômeno invisível. São Paulo: Editora HUCITEC, 1980.
SCHRAIBER, Lilia Bilma et al. Violência dói e não é direito: a violência contra a mulher, a saúde e os direitos humanos. São Paulo: Editora Unesp, 2005.
SHOWALTER, Elaine. Speaking of gender. New York and London: Routledge, 1989.
WALKER, Lenore E. The battered woman. New York: Harper Perennial, 1979.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista Odisseia
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Este trabalho foi licenciado com uma Licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0