Sobre a viabilidade da noção de conteúdo mental estreito
DOI:
https://doi.org/10.21680/1983-2109.2020v27n53ID20618Palavras-chave:
Conteúdo Mental; Internalismo; ExternalismoResumo
No sentido relevante para a discussão filosófica, conteúdos são entidades abstratas que uma teoria semântica associa a proferimentos linguísticos e a atos de pensamentos. Ao caracterizar os estados cognitivos subjacentes aos atos de fala e de pensamento, essas entidades abstratas são utilizadas na interpretação da linguagem e das expressões do pensamento. Mediante o recurso aos conteúdos, nós visamos dar conta do desenvolvimento temporal desses estados cognitivos, do seu desdobramento em outros estados cognitivos e, eventualmente, em ações intencionais. O “cálculo” abstrato com os conteúdos visa explicar as inferências concretas teóricas e práticas envolvendo os estados cognitivos. Muitos filósofos consideram plausível a tese segundo a qual o desenvolvimento dos estados cognitivos de um agente racional depende exclusivamente de suas propriedades intrínsecas. A isto corresponde a tese de que existe um conteúdo estreito que abstrai das relações que conectam o indivíduo ao meio ambiente natural e social. A discussão filosófica nas últimas décadas mostrou que é muito difícil ou talvez (como alguns preferem) impossível dar uma formulação satisfatória à noção de conteúdo estreito. Este é o problema geral em torno do qual giram as considerações apresentadas neste trabalho. Em termos mais específicos, o objetivo do artigo é motivar a reconsideração da posição internalista do conteúdo mental para dar conta de problemas o conhecimento introspectivo, causação mental e enigmas da racionalidade.
Downloads
Referências
BURGE, T. (1979). “Individualism and the Mental.” Midwest Studies in Philosophy, Vol. 4, pp. 73-121.
CHALMERS, D.J. (2002). “The Components of Content.” Em CHALMERS, D.J. (org.) (2002). Philosophy of Mind: Classical and Contemporary Readings. Oxford: Oxford University Press. Citado de acordo com <http://consc.net/papers/content.html>.
FODOR, J. (1987). “Individualism and Supervenience.” Psychosemantics, pp. 27-53. Cambridge: MIT Press.
——(1991). “A Modal Argument to Narrow Content.” Journal of Philosophy, Vol. 88, No 1, pp. 5-26.
JACKSON, F. (1998a). “Reference and Description Revisited.” Philosophical Perspectives,Vol. 32, suplemento 12, Language, Mind and Ontology, pp. 201-218.
——(2003). “Narrow Content and Representation, or Twin Earth Revisited.” Proceedings and Addresses of the American Philosophical Association, Vol. 77, No. 2, pp. 55-70.
——(2004a). “Representation and Narrow Belief.” Philosophical Issues, Vol. 13, No 1, pp. 99-112.
KRIPKE, S. (1979). “A Puzzle about Belief.” Em MARGALIT, A. (org.) (1979). Meaning and Use. D. Reidel.
MCGINN, C. (1989). Mental Content. Oxford: Basil Blackwell Inc.
PUTNAM, H. (1973). “Meaning and Reference.” Journal of Philosophy, Vol. 70, pp. 699-711.
––––(1975). “The Meaning of ‘Meaning’.” Em Gunderson, K. (org.). Language, mind and knowledge, pp. 131-193. Minneapolis: University of Minnesota Press. Reimpresso em Mind, Language and Reality: Philosophical Papers, Vol. 2, pp. 215-271. Cambridge: Cambridge University Press.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Termos da licença:
Não Comercial (NC) | Os licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, desde que sejam para fins não comerciais. |
Compartilha Igual (SA) | Os licenciados devem distribuir obras derivadas somente sob uma licença idêntica à que governa a obra original ou menos restritiva. |