O imperativo do agradável e o ensino de Filosofia
alguns apontamentos
DOI:
https://doi.org/10.21680/1983-2109.2024v31n66ID36090Palavras-chave:
Ensino de Filosofia, Exercícios Filosóficos, Michel FoucaultResumo
Esse ensaio procurará pensar o ensino de Filosofia na contemporaneidade, compreendendo como um espaço aberto para a forja de exercícios filosóficos, em diálogo com Michel Foucault, em desalinho com a instauração do imperativo da felicidade em nossa sociedade. Em primeiro lugar, experimentaremos apresentar algumas discussões contemporâneas sobre a lógica neoliberal e a construção daquilo que alguns autores diagnosticaram como a prevalência de um imperativo da felicidade, responsável por instigar o discurso que compreende a Filosofia em sua forma escolar como um saber desinteressante e inútil. Na sequência, a partir de certas discussões foucaultianas, rascunharemos alguns apontamentos sobre o caráter tensionador e desconfortante dos exercícios filosóficos, exercícios extemporâneos sempre a favor de um tempo porvir, pouco coadunados com as demandas práticas da atualidade e, por esse motivo, definida como algo perigoso para os poderes estabelecidos.
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