COMBATER E COMPOR: DILEMAS DO AGIR EM UMA LEITURA DELEUZIANA DE ESPINOSA

Autores

  • Cíntia Vieira da Silva Universidade Federal de Ouro Preto

Palavras-chave:

Autonomia, Conatus, Estratégia, Filosofia prática, Prudência

Resumo

Para Espinosa, o modo finito enfrenta uma luta para se
tornar livre, já que a liberdade não é uma propriedade essencial à
sua natureza e vários obstáculos dificultam o processo de liberação.
Contudo, tendo em vista que a liberação, em Espinosa, confunde-se
com o acesso ao terceiro gênero de conhecimento, e que a essência
do modo é se esforçar por perseverar em seu ser – e, portanto, agir
em função do que lhe é útil – tal processo de liberação poderia ser
interpretado não apenas como individual, mas também como
individualista, como se o desenvolvimento da razão não tivesse uma
dimensão social. A prudência espinosista, - que poderíamos também
chamar de sabedoria prática, estratégia ou cautela- ao contrário, é
uma arte da composição e, como tal, eminentemente coletiva e
necessária para a produção da vida em comum dos modos finitos.
Trata-se menos de definir o que é prudência do que de apresentar
os mecanismos por meio dos quais uma sabedoria prática fornece
princípios imanentes para que o modo se torne livre, ativo, possa ter
idéias adequadas e aprenda a entrar em relações de composição.

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Referências

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Publicado

14-07-2015

Como Citar

SILVA, C. V. da. COMBATER E COMPOR: DILEMAS DO AGIR EM UMA LEITURA DELEUZIANA DE ESPINOSA. Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), [S. l.], v. 19, n. 32, p. 457–481, 2015. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/principios/article/view/7580. Acesso em: 16 abr. 2024.