A não-aposta do ateu: Diderot e a aposta pascaliana

Autores

  • Paulo Jonas de Lima Piva

Resumo

 

Para deleite dos religiosos, a história da filosofia oficial − que continua, ao que parece, infectada pelo espírito teológico − consagrou a "aposta de Pascal" como uma das soluções modelares ao problema ético suscitado pela questáo clássica da existência ou náo de Deus. No raciocínio de Blaise Pascal (1623-1662), aquele que aposta na existência do deus judaico-cristáo ganhará a felicidade eterna caso ele efetivamente exista; em contrapartida, uma vez sendo este Deus uma realidade, a aposta na sua inexistência resultará na danaçáo do apostador equivocado. Ocorre que a história da filosofia oficial parece desconhecer a alternativa ateísta que Denis Diderot (1713-1784) propõe a essa questáo das conseqüências da existência ou náo de Deus na vida e na morte dos seres humanos. Lançando máo de uma fábula que permite uma analogia com o tema do ateísmo, em que um ateu, depois de morrer, constata que a alma é de fato imortal, que Deus realmente existe, e que, portanto, náo ter tido fé em vida náo foi uma aposta inteligente, Diderot, no seu Diálogo de um filósofo com a Marechala de... (1774), reflete sobre os desdobramentos para o ateu dessa experiência inesperada. É sobre essa náo-aposta do ateu que trata este artigo.

Palavras-chave

 

 

: Aposta de Pascal, Ateísmo, Deus, Diderot, Virtude

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Publicado

12-10-2010

Como Citar

PIVA, P. J. de L. A não-aposta do ateu: Diderot e a aposta pascaliana. Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), [S. l.], v. 16, n. 26, p. 71–85, 2010. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/principios/article/view/763. Acesso em: 24 abr. 2024.