“Pensar o que estamos fazendo”
o alcance d'A Condição Humana no pensamento filosófico-político contemporâneo
DOI :
https://doi.org/10.21680/1983-2109.2018v25n48ID14129Mots-clés :
Vita activa, Legado, Condição humanaRésumé
Explicitar e articular as três atividades que condicionam a vida humana, a saber, trabalho, obra e ação, aparecem como o mote da obra arendtiana A condição humana. Contudo, nossa atenção se volta para uma das últimas frases que compõem o prólogo, as quais apresentam a proposta que norteará as reflexões dessa obra, que se configura em “apenas pensar o que estamos fazendo”. Esta proposta aparece como algo simplório, pouco afeito às grandes obras filosóficas. Não obstante, “pensar o que estamos fazendo” se apresenta como algo profundo e profícuo, pois se trata de pensar o que o homem moderno está fazendo no interior de sua vita activa. Diante deste quadro argumentativo, podemos perguntar: qual o impacto do pensa-mento arendtiano, contido nas páginas d’A condição humana, sessenta anos após sua publicação? Estamos diante de uma grande obra de pensamento político e filosófico, ou, mais do que isto, estamos diante de um clássico? Para responder a esses questionamentos, três serão as qualidades que utilizaremos para pensar essa obra: se é capaz de ser uma autêntica intérprete de seu tempo; se instiga leituras e releituras; e se foi capaz de elaborar conceitos e categorias que nos levam a compreender a realidade.
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