PROJETO NO VAZIO

Memória e silêncio do Casarão Magepe-Mirim, em Magé/RJ

Abstract

O Casarão de Magepe-Mirim em Magé, na região metropolitana do Rio de Janeiro/RJ, remonta aos engenhos da Baía de Guanabara do século XVIII. O bem cultural é objeto de tombamento municipal, realizado no ano de 2014, e de cadastro pela União como sítio arqueológico nos termos da Lei federal nº 3.924/1961 em 2013. As proteções, contudo, não foram suficientes para assegurar a efetiva preservação da edificação, demolida durante a elaboração deste texto. Nesse sentido, o trabalho busca oferecer diretrizes para intervenção arquitetônica no Casarão, observando, para tanto, sua condição de bem cultural. Diante da ausência, no contexto das tutelas culturais vigentes, de discussões que evidenciem de maneira clara diretrizes de preservação, o artigo recorreu à análise contextual de exemplares similares, a qual resultou no enquadramento em tipologia de casa rural fluminense, e evidenciou elementos-chave para orientar proposições arquitetônicas no imóvel. Recorreu-se, ainda, à compreensão da sua situação como patrimônio arqueológico e à Teoria da Restauração para embasar e qualificar a intervenção, que pode ser entendida como uma recriação, a qual será apoiada nos princípios mínima intervenção, reversibilidade e distinguibilidade. A partir destes, foram elaboradas diretrizes de intervenção, com atenção especial aos elementos que marcam sua volumetria da construção, considerando sua condição pré-demolição.