CONHECENDO MODOS DE MORAR PARA PROJETAR HIS:
UMA EXPERIÊNCIA DE ATELIER
DOI:
https://doi.org/10.21680/2448-296X.2019v4n3ID18984Keywords:
modos de morar; habitação de interesse social; processo de projeto; avaliação pós-ocupação; consciência espacialAbstract
Este trabalho teve como objetivo apresentar uma experiência didática e, sobretudo, discutir as contribuições e reflexões que a investigação relativa à organização espacial e ao arranjo mobiliário nas moradias em um conjunto habitacional revelou no tocante aos modos de morar, embasando as decisões no processo projetual de um grupo de estudantes na turma da disciplina Projeto de Arquitetura III. Optou-se em realizar uma Avaliação Pós-Ocupação (APO) para investigar a distribuição espacial dos mobiliários e suas implicações na funcionalidade das unidades. Juntamente com a APO, estabeleceu-se um diálogo com alguns critérios de análise de projeto, segundo método formulado por Alexander Klein. Adotando-se ferramentas como o levantamento de dados projetuais em órgãos públicos, a aplicação de questionários com os usuários e a observação direta da ocupação do espaço com a elaboração de croquis do arranjo interno da moradia, foi possível apreender a realidade de uso e apropriação do espaço residencial. Os principais problemas de ocupação identificados foram: o excesso e a alocação inadequada dos móveis, bem como suas grandes dimensões. Constatou-se, ainda, que as apropriações nem sempre estão relacionadas com a composição familiar, pois dependem das necessidades familiares e de uma chamada consciência espacial que se relaciona ao modo como o espaço é percebido por cada indivíduo. Com isso, alguns estudantes puderam estabelecer decisões de projeto que atendessem à realidade apreendida, a partir de um olhar mais sensível aos diversos modos de morar, suficientemente complexos em função das várias formas de apropriação do espaço residencial.
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