Boas Práticas da Conservação em Olinda-PE

um destino possível?

Autores

  • Juliana Barreto Universidade de Lisboa
  • Vera Milet UFPE

DOI:

https://doi.org/10.21680/2448-296X.2021v6n3ID24410

Palavras-chave:

conservação, sítio histórico de Olinda, boas práticas, projetos de intervenção, gestão

Resumo

O objetivo do presente artigo é compreender a relação entre o Manual “Conservar Olinda: boas práticas no casario”, publicado em 2010, pelo Centro de Estudos Avançados da Conservação Integrada (CECI), e a preservação do acervo tombado de Olinda, a partir da discussão dos procedimentos teórico-metodológicos de intervenções em sítios históricos, no primeiro decênio de sua existência. Com o propósito de orientar proprietários e usuários de imóveis situados no perímetro de proteção cultural de Olinda, a fim de contribuir na minimização de obras irregulares e dos impactos das descaracterizações físicas no casario, entende-se que a aplicabilidade do Manual ainda não resultou efetiva à intimidação desse cenário de risco — ainda que fundamentado em arcabouço teórico especializado e nas legislações de proteção em vigor. Se por um lado, a rarefeita compreensão de seu conteúdo por parte da população residente pode ser das eventuais causas, por outro, podemos citar conflitos que envolvem a estrutura de gestão da conservação de Olinda, tais como a limitada capacidade de efetivar o controle urbano do extenso perímetro tombado e a necessidade de estudos para a introdução de novas tecnologias e de condicionantes ambientais no casario preexistente. Das contribuições ofertadas pelo material, estão a identificação dos valores patrimoniais de longa duração do sítio histórico e a classificação tipológica do casario antigo, cujas referências são aproveitadas pela comunidade acadêmica, na exploração em pesquisas e reflexões teóricas de intervenções, do curso de Arquitetura e Urbanismo

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Biografia do Autor

Vera Milet, UFPE

Vera Milet Pinheiro é professora aposentada do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE, fundadora do Centro de Estudos Avançados da Conservação Integrada (CECI), tendo sido Presidente do Conselho de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda, na gestão de 2017 a 2019, e com vários trabalhos publicados na área da preservação cultural.

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Publicado

28-09-2021

Como Citar

BARRETO, J.; MILET PINHEIRO, V. Boas Práticas da Conservação em Olinda-PE: um destino possível?. Revista Projetar - Projeto e Percepção do Ambiente, [S. l.], v. 6, n. 3, p. 51–65, 2021. DOI: 10.21680/2448-296X.2021v6n3ID24410. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/revprojetar/article/view/24410. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

TEORIA E CONCEITO