O OLHAR COLETIVO E O PATRIMÔNIO URBANO DE ANTÔNIO PRADO/RS
a percepção da comunidade como tática de salvaguarda
DOI:
https://doi.org/10.21680/2448-296X.2022v7n1ID26043Palabras clave:
processo perceptivo; topofilia; patrimônio cultural; preservação patrimonial.Resumen
Este estudo objetiva compreender a percepção afetiva do patrimônio cultural de Antônio Prado/RS. Mais especificamente, buscou-se identificar, mediante análise centrada na percepção afetiva do sujeito, o elo entre ambiente, sentimento de identidade e grau de pertencimento dos munícipes pradenses para com os bens patrimoniais da cidade, almejando caracterizar o olhar coletivo da comunidade local como vozes ativas para com a salvaguarda patrimonial. Metodologicamente, realizou-se pesquisa de campo com delineamento exploratório, onde aplicou-se um questionário sociocultural junto a uma parcela dos moradores para construir uma visão do tipo aproximativa. Antônio Prado mantém preservado um dos mais importantes testemunhos do legado cultural da imigração italiana no Brasil. Trata-se de construções edificadas pelos imigrantes que se revestem de simbolismo histórico e arquitetônico. Os casarões permaneceram preservados por mais de um século e, no ano de 1990, 48 deles foram tombados pelo IPHAN. Para conquistar o tombamento, um longo e burocrático caminho foi percorrido, já que na época as construções de origem do processo de colonização italiana ainda não eram devidamente valorizadas pelas autoridades e pela própria comunidade local. Para tanto, no ano de 2021, as análises perceptivas demonstram que, ainda não há pleno consenso entre os sujeitos deste estudo de que o tombamento do conjunto se configura, de fato, como um aspecto relevante. Todavia, os resultados obtidos mostraram-se positivos no sentido de uma nova concepção do patrimônio e da sua gestão com espaço para a participação dos diferentes atores sociais que exercem influência sobre a unidade territorial.
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