UMA ARQUITETURA RESILIENTE JUNTO AO TÂMEGA
O MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA NADIR AFONSO, DE ÁLVARO SIZA VIEIRA
DOI:
https://doi.org/10.21680/2448-296X.2022v7n3ID28398Palabras clave:
Álvaro Siza; arquitetura; paisagem; projeto; preexistênciaResumen
Esta pesquisa estuda como Álvaro Siza concebeu o projeto do Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso (MACNA), em Portugal. Toma a própria obra como objeto de investigação e propõe, a partir dela, uma análise de bases inferencial e teleológica. Explica o equacionamento de um projeto arquitetônico conformado pelo local de implantação em frente ribeirinha, em terreno alagável, situado na transição entre natureza e tecido urbano, e que até as benfeitorias trazidas pela iniciativa federal do “Programa Polis” manteve-se aquém de seu real potencial urbano e paisagístico. Reflete, nesse contexto, sobre a maneira pela qual o arquiteto articulou e conjugou em sua obra as tensões vindas de realidades tão diferentes. Ressalta a importância dada à interação edificação-entorno a partir da qual foi concebida uma arquitetura em bloco único, de contornos levemente fragmentados, resiliente às cheias (já que parcialmente elevada do solo), coerente e criticamente ajustada às preexistências. Apresenta, ao longo do texto, algumas interpretações feitas pelo arquiteto sobre a arte pictórica de Nadir Afonso e como elas foram transpostas e incorporadas ao desenho do museu. Por fim, entende-se que ao assumir um confronto reflexivo para com a realidade local, Álvaro Siza projetou um edifício que transformou suas próprias limitações em oportunidades para de um espaço vazio fazer-se um lugar a ser habitado. Uma arquitetura que instituiu e que restituiu territórios, paisagens e interstícios subutilizados.
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