O CHOURIÇO E A PATRIMONIALIZAÇÃO DAS COMIDAS DO SERTÃO: QUESTÕES, ENTRAVES E DESAFIOS

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DOI:

https://doi.org/10.21680/2238-6009.2021v1n57ID27405

Resumo

No Seridó, a alimentação é objeto de patrimonialização desde 2010. Com o registro da Festa de Sant’Ana, foram planejadas ações visando a salvaguarda das práticas alimentares consideradas tradicionais, tal qual o saber-fazer das “mestras de chouriço”. Por outro lado, o crescimento do turismo, a gastronomização da comida regional e a promoção das marcas da "cultura rústica" por agentes políticos provocam um movimento de patrimonialização fora das agências estatais. Apesar da alimentação estar no cerne da questão, os instrumentos que foram implementados se revelam ineficazes, inexistentes ou não chegam ao conhecimento dos representantes das tradições culinárias. Longe de ser um vetor de reconhecimento, de desenvolvimento econômico ou de emancipação para as populações detentoras dos saberes, a patrimonialização parece ter um efeito contrário, pois reforça as barreiras sociais e raciais. Esta constatação é o ponto de partida de uma reflexão sobre os embates do patrimônio alimentar numa sociedade atravessada por tensões sociais e políticas, focada no passado colonial e que reelabora sua identidade no ato de comer. 

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Publicado

02-12-2021

Como Citar

CAVIGNAC, . J. A. .; DANTAS, M. I. O CHOURIÇO E A PATRIMONIALIZAÇÃO DAS COMIDAS DO SERTÃO: QUESTÕES, ENTRAVES E DESAFIOS . Vivência: Revista de Antropologia, [S. l.], v. 1, n. 57, 2021. DOI: 10.21680/2238-6009.2021v1n57ID27405. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/vivencia/article/view/27405. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê/Dossier