EFEITOS DOS ACCRUALS DISCRICIONÁRIOS E DAS OPERAÇÕES DE HEDGE SOBRE O VALOR DAS EMPRESAS BRASILEIRAS

Autores

  • Edgar Pamplona Universidade Regional de Blumenau - FURB.
  • Clóvis Fiirst
  • Michele Gonçalves
  • Roberto Carlos Klann Universidade Regional de Blumenau - FURB.

DOI:

https://doi.org/10.21680/2176-9036.2018v10n2ID13341

Palavras-chave:

Accruals discricionários. Operações de hedge. Valor das empresas.

Resumo

O estudo objetiva identificar os efeitos dos accruals discricionários e das operações de hedge sobre o valor das empresas brasileiras, medido pela proxy Q de Tobin. Para tanto, realizou-se pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa e análise documental. A amostra correspondeu a 234 empresas brasileiras não financeiras no período de 2011 a 2013. Para a análise foram empregadas técnicas estatísticas como regressão de dados em painel. Os achados confirmam a literatura de que os accruals são negativamente relacionados com o valor das empresas e as operações de hedge são positivamente relacionadas com o valor das empresas no cenário brasileiro. Logo, tem-se que o comportamento oportunista dos gestores com o objetivo de auferir benefícios próprios acaba sendo percebido pelo mercado, que por sua vez, penaliza a empresa com a redução no valor de suas ações. Por outro lado, o uso de derivativos de hedge pelas organizações leva o mercado à percepção de menor risco da empresa, contribuindo para o aumento do seu valor. Desta forma, tais resultados possuem potencial contributivo para diversos usuários da informação, entre eles acadêmicos, investidores e, sobretudo, gestores, que passam a conhecer os efeitos dos accrualss discricionários e das operações de hedge sobre o valor das empresas, sendo isto primordial para manter as organizações que administram perenes no atual ambiente competitivo, passando a realizar ações que tragam credibilidade e relativa segurança aos investidores que, por consequência, maximizarão o valor da empresa no mercado acionário.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Edgar Pamplona, Universidade Regional de Blumenau - FURB.

Doutorando em Ciências Contábeis e Administração no Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis (PPGCC) da Universidade Regional de Blumenau (FURB).

Clóvis Fiirst

Mestre em Ciências Contábeis pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Regional de Blumenau (PPGCC/FURB).

Michele Gonçalves

Mestre em Ciências Contábeis pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Regional de Blumenau (PPGCC/FURB).

Roberto Carlos Klann, Universidade Regional de Blumenau - FURB.

Doutor em Ciências Contábeis e Administração pelo PPGCC/FURB. Professor do PPGCC da Universidade Regional de Blumenau (PPGCC/FURB).

Referências

ABBAS, Z.; RIZWAN, M. F.; KHAN, M. A. Abnormal Accruals and Firm Value, Panel Data Analysis of Baking Industry of Pakistan. European Journal of Scientific Research, v. 14, n. 4, p. 445-454, 2006.

ALLAYANNIS, G.; WESTON, J. P. The use of foreign currency derivatives and firm value. The Review of Financial Studies, v. 14, n. 1, p. 243-276, 2001.

AYTURK, Y.; GURBUZ, A. O.; YANIK, S. Corporate Derivatives use and Firm Value: Evidence from Turkey. Borsa Istanbul Review, v. 16, n. 2, p. 108-210, 2016.

BALSAM, S.; BARTOV, E.; MARQUARDT, C. Accruals Management, Investor Sophistication, and Equity Valuation: Evidence from 10-Q Filings. Journal of Accounting Research, v. 40, n. 4, p. 987-1012, 2002.

BARRETO, R. G. Operações de Hedge Cambial em Empresas Não Financeiras: Um Estudo de Caso das Empresas Aracruz Celulose e Sadia. Dissertação (Mestrado em Gestão Empresarial). Fundação Getúlio Vargas: Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, Rio de Janeiro, 2011.

CARTER, D; ROGERS, D; SIMKINS, B. Does hedging affect firm value? Evidence from the US airline industry. Financial Management, v. 35, n. 1, p. 53-86, 2006.

CHRISTIAWAN, S. S. dan Y. J. Pengaruh Earnings Management Terhadap Firm Value. Business Accounting Review, v. 4, n. 1, p. 205-216, 2016.

CHUNG, K. H.; PRUITT, S. W. A Simple Approximation of Tobin's Q. Financial Management, v. 23, n. 3, 1994.

DECHOW, P. M.; HUTTON, A. P.; KIM, J. H.; SLOAN, R. G. Detecting Earnings Management: A New Approach. Journal of Accounting Research, v. 50, n. 2, p. 275-334, 2012.

DECHOW, P. M.; SLOAN, R. G.; SWEENEY, A. P. Detecting earnings management. The Accounting Review. v. 70, n. 2, p. 193-225, 1995.

DEMARZO, P.; DUFFIE, D. Corporate incentives for hedging and hedge accounting. The Review of Financial Studies, v. 8, n. 3, p. 743-771, 1995.

FAMÁ, R.; BARROS, L. A. B. de. Q de Tobin e seu uso em Finanças: Aspectos Metodológicos e Conceituais. Caderno de Pesquisa em Administração, v 7, n. 4, p. 27-43, 2000.

FROOT, K. A.; SCHARFSTEIN D. S.; STEIN J. C. Risk Management: Coordinating corporate investment and financing policies. The Journal of Finance, v. 48, n. 5, p. 1629-1658, 1993.

GALDI, F. D.; GUERRA, L. F. G. Determinantes para Utilização de Hedge Accounting: Uma Escolha Contábil. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade - REPEC, v. 3, n. 2, p. 23-44, 2009.

GAY, G.; NAM, J. The underinvestment problem and corporate derivatives use. Financial Management, v. 27, n. 4, p. 53-69, 1998.

GOULART, A. M. C. Gerenciamento de resultados contábeis em instituições financeiras no Brasil. Tese (Doutorado em Ciências Contábeis). Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, Departamentos de Contabilidade e Atuária, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

HAGELIN, N.; PRAMBORG, B. Hedging foreign exchange exposure: risk reduction form transaction and translation hedging. Journal of International Financial Management and Accounting, v. 15, n. 1, p. 1-20, 2004.

HEALY, P. M.; WAHLEN, J. M. A review of the earnings management literature and its implications for standard setting. Accounting Horizons, v. 13, n. 4, p. 365-383, 1999.

JENSEN, M. C. Agency cost of free cash flow, corporate finance and takeovers. American economic review, v. 76, n. 2, p. 323-329, 1986.

JIN, Y; JORION , P. Firm value and hedging: evidence from U.S. oil and gas producers. The Journal of Finance, v. 61, n. 2, p. 893-919, 2004.

JONES, J. J. Earnings management during import relief investigations. Journal of Accounting Research. Oxoford, v. 29, n. 2, p. 193-228, 1991.

KAPITSINAS, S. The Impact of Derivatives Usage on Firm Value: Evidence from Greece. Working Paper, National and Kapodistrian University of Athens, 2008.

KOTHARI, S. P. Capital Markets Research in Accounting. Journal of Accounting and Economics, v. 31, n. 1, p. 105-231, 2001.

LANG, L. H. P.; STULZ, R. M.; WALKING, R. A. Managerial Performance, Tobin´s Q, and The Gains from Sucessful Tender Offers. Journal of Financial Economics, v. 24, n. 1, p. 137-154, 1989.

LINDENBERG, E.; ROSS, S. Tobin's Q Ratio and Industrial Organization. Journal of Business, v. 54, n. 1, p. 1-32, 1981.

MARTINEZ, A. L. Gerenciamento dos resultados contábeis: estudo empírico das companhias abertas brasileiras. Tese (Doutorado em Ciências Contábeis). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.

MCNICHOLS, M. F. Research design issues in earnings management studies. Journal of accounting and public policy, v. 19, n. 4, p. 313-345, 2001.

MIAN, S. Evidence on corporate hedging policy. Journal of Financial and Quantitative Analysis, v. 31, n. 3, p. 419-439, 1996.

MYERS, S. C. Determinants of corporate borrowing. Journal of Financial Economics, v. 5, n. 2, p. 147-175, 1977.

PAULO, E. Manipulação das informações contábeis: uma análise teórica e empírica sobre os modelos operacionais de detecção de gerenciamento de resultados. Tese (Doutorado em Ciências Contábeis). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, São Paulo, 2007.

PRAMBORG, B. Derivatives hedging, geographical diversification, and firm market value. Journal of Multinational Financial Management, v. 14, n. 2, p. 117-133, 2004.

ROSSI, J. L., Jr. A utilização de derivativos agrega valor à firma? Um estudo do caso brasileiro. Revista de Administração de Empresas, v. 48, n. 4, p. 94-107, 2008.

SCHIPPER, K. Earnings Management. Accounting Horizons, v. 3, n. 4, p. 91-102, 1989.

SENOL, Z.; KARACA, S. S.; ERDOGAN, S. The Effects of Financial Risk Management on Firm’s Value: an Empirical Evidence from Borsa Istanbul Stock Exchange. Financial Studies, v. 21, n. 4, p. 27-45, 2017.

SERAFINI, D. G.; SHENG, H. H. O Uso de Derivativos da Taxa de Câmbio e o Valor de Mercado das Empresas Brasileiras Listadas na Bovespa. Revista de Administração Contemporânea RAC, v. 15, n. 2, p. 283-303, 2011.

SHIN, H.; STULZ, R. Firm Value, Risk and Growth Opportunities. NBER Technical Working Paper, Cambridge: National Bureau of Economic Research, n. 7808, 2000.

SMITH, C. W.; STULZ R. M. The determinants of firm’s hedging policies. Journal of Financial an Quantitative Analysis, v. 20, p. 391-495, 1985.

STULZ, R. M. Rethinking Risk Management. Journal of Applied Corp.

Finance, v. 9, n. 3, p. 8-25, 1996.

STULZ, R. M.; Optimal hedging policies. Journal of Financial and Quantitative Analysis, v. 19, n. 2, p. 127-140, 1984.

ZHANG, Y.; HUANG, P.; DEIS, D. R.; MOFFITT, J. S. Discretionary accruals, hedging, and firm value. Financial Management Association, Annual Meeting Louisiana State University, 2006.

Downloads

Publicado

15-06-2018

Como Citar

PAMPLONA, E.; FIIRST, C.; GONÇALVES, M.; KLANN, R. C. EFEITOS DOS ACCRUALS DISCRICIONÁRIOS E DAS OPERAÇÕES DE HEDGE SOBRE O VALOR DAS EMPRESAS BRASILEIRAS. REVISTA AMBIENTE CONTÁBIL - Universidade Federal do Rio Grande do Norte - ISSN 2176-9036, [S. l.], v. 10, n. 2, p. 175–193, 2018. DOI: 10.21680/2176-9036.2018v10n2ID13341. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/ambiente/article/view/13341. Acesso em: 22 jul. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS