Ativo não circulante mantido para venda e operações descontinuadas: uma análise no nível de evidenciação e nas características das companhias de capital aberto brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.21680/2176-9036.2022v14n2ID23254Palavras-chave:
Ativos não circulantes mantido para venda, Operações descontinuadas, CPC 31, IFRS 5, EvidenciaçãoResumo
Objetivo: O objetivo desta pesquisa é analisar o nível de evidenciação e as características das companhias de capital aberto brasileiras em relação aos ativos não circulantes mantidos para venda e operações descontinuadas.
Metodologia: Para analisar o nível de evidenciação, elaborou-se uma lista de verificação com base no CPC 31 (2009). Este estudo se enquadra como documental, tendo em vista que foram analisadas as Notas Explicativas, o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) das empresas componentes da amostra. A abordagem do problema foi qualitativa. A amostra é constituída por todas as companhias da Brasil, Bolsa, Balcão (B3) que apresentaram ativos não circulantes mantidos para venda (ANCMV) e/ou operações descontinuadas (OD) no ano de 2018, o que corresponde a 67 empresas divididas em 10 setores de atuação. As características analisadas foram: setor de atuação, governança corporativa, rentabilidade, empresa de auditoria, e se negociam ações na New York Stock Exchange (NYSE).
Resultados: Os resultados sugerem que as companhias que se enquadram no Novo Mercado, possuem rentabilidade negativa e negociam ações na NYSE tendem, em média, a realizar um maior nível de evidenciação dos ANCMV e OD. Os setores que apresentaram maior concentração dos ANCMV e OD foram o de Bens Industriais e Consumo Cíclico, ambos compostos por 16 empresas das 67 da amostra. A natureza do ANCMV que mais se destacou foram as controladas, com representatividade de 49%. Observou-se que as empresas ainda precisam melhorar quanto a evidenciação, pois a média da amostra foi de 44%.
Contribuições do Estudo: A realização da presente investigação contribui no sentido que a prática contábil pertinente aos ANCMV e OD é relativamente recente no Brasil e muitos acadêmicos ainda podem ter dúvidas sobre o tema, considerando que o pronunciamento contábil CPC 31 trouxe novos procedimentos de evidenciação. Nesse sentido, esta pesquisa contribui no sentido de apresentar a maneira como as companhias de capital aberto brasileiras estão evidenciando os ANCMV e das OD num contexto atualizado, demonstrando que elas precisam melhorar o nível das informações divulgadas para atender plenamente o CPC 31.
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