Análise da estrutura de capital e heterogeneidade das dívidas das empresas de capital aberto do setor industrial e do agronegócio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/2176-9036.2022v14n2ID27694

Palavras-chave:

Estrutura de Capital; Taxas de Juros Subsidiadas; BNDES

Resumo

Objetivo: O crédito subsidiado fornecido pelo governo brasileiro a alguns setores da economia, nos últimos anos, por meio de linhas de financiamento, tais como FINAME, FIDIC, do BNDES, pode ter determinado uma redução dos custos da estrutura de capital. Assim, a proposta deste trabalho é comparar o custo do crédito subsidiado e não-subsidiado das empresas de capital aberto de dois importantes setores econômicos, o setor industrial e de setores relacionados ao agronegócio.

Metodologia: Informações referentes às fontes de financiamento, montante do financiamento, moeda e taxas de juros foram coletados das Notas Explicativas das demonstrações financeiras de 84 empresas de capital aberto e utilizadas para calcular o custo médio ponderado de capital das fontes de financiamento com taxas subsidiadas e não subsidiadas.

Resultados: Os resultados apontam que os empréstimos com taxas subsidiadas apresentam uma grande variabilidade na participação de empréstimos com taxas subsidiadas na composição de financiamento das empresas, porém apresentando, em média, um baixo percentual na composição do endividamento, e ainda, que as taxas efetivas médias de empréstimos subsidiados pode ser maior que as taxas efetivas médias dos empréstimos não subsidiados sugerindo que os créditos subsidiados na proporção em que tem sido utilizados para compor o financiamento, podem não exercer um papel relevante na redução dos custos da estrutura de capital das empresas.

Contribuições do Estudo: Este trabalho colabora com a identificação de fatores relevantes que explicam a forma como as empresas determinam sua estrutura de capital, fornecendo aos administradores indicações sobre que fatores são preponderantes no desempenho prático da política de estrutura de capital das empresas. Este trabalho contribui com a literatura com a evidenciação da participação dos tipos de crédito e dos setores na determinação da estrutura de capital apresentando os resultados sobre o custo de capital das empresas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Antonio Flávio Quintanilha Marongio, Centro Universitário Moura Lacerda

Graduado em Ciências Contábeis pelo Centro Universitário Moura Lacerda.

Vinícius Medeiros Magnani, Centro Universitário Moura Lacerda – Departamento de Contabilidade.

Doutor em Controladoria e Contabilidade. Finanças Corporativas, Hedge Corporativo e Fontes de Financiamentos.

Rafael Confetti Gatsios, Departamento de Contabilidade da FEA-RP/USP

Doutor em Controladoria e Contabilidade. Finanças Corporativas, Previsão de Analistas e Séries temporais.

Referências

Assaf, A., Neto, & Araujo, A. M. P. (2008). Uma proposta metodológica para o cálculo do custo de capital no Brasil. Revista de Administração-USP, 43(1), pp. 72-83.

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. (2021). Recuperado em 24 de maio, 2021, de https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home.

Bastos, D. D., Nkamura, W. T., & Basso, L. F. C. (2009). Determinantes da estrutura de capital das companhias abertas na américa latina: um estudo empírico considerando fatores macroeconômicos e institucionais. Revista de Administração Mackenzie, 10(6), pp. 47-77. doi: 10.1590/S1678-69712009000600005

Beason, R. & Weinstein, D. E. (1996). Growth, economies of scale, and targeting in japan (1955-1990). The Review of Economics and Statistics, 78, pp. 286-295. doi: 10.2307/2109930

Bergström, F. (2000). Capital subsidies and the performance of firms. Small Business Economics, 14, pp. 183-193.

Brito, G. A. S., Corrar, L. J., & Batistella, F. D. (2007). Fatores determinantes da estrutura de capital das maiores empresas que atuam no brasil. Revista de Contabilidade & Finanças, 43, pp. 9-19. doi: 10.1590/S1519-70772007000100002

Demirgüç-Kunt, A., & Maksimovic, V. (1999). Institutions, financial markets, and firm debt maturity. Journal of financial economics, 54(3), 295-336.

Eld, W., Jr. (1996). Custo e estrutura de capital: o comportamento das empresas brasileiras. Revista de Administração de Empresas, 36(4), pp. 51-59.

Eça, J. P. A., & Albanez, T. (2021) A Heterogeneidade da Estrutura de Dívida Reduz o Custo de Capital de Terceiros? Evidência para Amostra de Empresas Brasileiras [paper presentation]. USP International Conference in Accounting, São Paulo, São Paulo, Brazil.

Faulkender, M., & Petersen, M. A. (2006). Does the source of capital affect capital structure?. The Review of Financial Studies, 19(1), 45-79.

Ford, R., & Suyker, W. (1990). Industrial Subsidies in the OECD Economies. OECD Economic Studies, 74.

Gomes, G. L., & Leal, R. P. C. (2001). Determinantes da estrutura de capitais das empresas brasileiras com ações negociadas em bolsas de valores. In R. P. C. Leal et al. (Eds.) Finanças Corporativas. São Paulo: Atlas.

Gomes, R. M., & Pereira, A. A. (2014). Estrutura de capital: abordagem a teorias e variáveis explicativas. Revista de Ciências Empresariais e Jurídica, 1(25), pp. 83-96.

Gonçalves, T. J. C., Pires e Silva, A. R., & Borges, P., Jr. (2018). A forma de financiamento das companhias abertas sob os pressupostos da pecking order theory e trade off theory. Revista Evidenciação Contábil & Finanças, 6(1), pp. 101-118. doi: 10.18405/recfin20180106

Hart, M., Scott, R., Keegan, R., & Gudgin, G. (1993). Job Creation in Small Firms: an economic evaluation of job creation in small firms assisted by the northern ireland local economic development unit (LEDU). [Miscellaneous Documents]. Northern Ireland Economic Research Centre, Belfast, UK.

Lazzarini, S. G., Musacchio, A., Bandeira-de-Melo, R., & Marcon, R. (2014). What do development banks do: evidence from BNDES, 2002-2009. [Eletronic version]. Retrieved Jan 15, 2019, from https://ssrn.com/abstract=1969843. doi: 10.2139/ssrn.1969843

Lee, J. W. (1996). Government interventions and productivity growth. Journal of Economic Growth, 1, pp. 391-414.

Lemes, A. B. Jr., Rigo, C. M., & Cherobim, A. P. (2016). Administração financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras. (Cap. 7, pp. 229-268). Rio de Janeiro: Elsevier.

Modigliani, F., & Miller, M. H. (1958). The cost of capital, corporation finance and the theory of investiment. The American Economic Review, 48(3), pp. 261-297.

Myers, S.C. (1984). The capital structure puzzle. The Journal of Finance, 39(3), pp.575-592.

Myers, S. C., & Maju’f, N. S. (1984). Corporate financing and investment decisions when firms have information that investors do not have. Journal of Financial Economics, 13, pp. 187-221. doi: 10.1016/0304-405X(84)90023-0

Nakamura, W. T., Martin, D. M. L., Forte, D., Carvalho, A. F., Fo, Costa, A. C. F., & Amaral, A. C. (2007). Determinantes de estrutura de capital no mercado brasileiro: análise de regressão com painel de dados no período 1999-2003. Revista de Contabilidade & Finanças, 44, pp. 72-85. doi: 10.1590/S1519-70772007000200007

Oliveira, G. C., & Wolf, P. J. W. (2016). A dinâmica do mercado de crédito no Brasil no período recente (2007-2015). [Texto para Discussão. Nº 2243]. Brasília, DF: IPEA.

Perobeli, F., & Famá, R. (2002). Determinantes da estrutura de capital: aplicação a empresas de capital aberto brasileiras. Revista de Administração, 37(3).

Prates, D. M., Cintra, M. A., & Freitas, M. C. P. (2000). O papel desempenhado pelo BNDES e diferentes iniciativas de expansão do financiamento de longo prazo no Brasil dos anos 90. Economia e Sociedade, 15, pp85-116.

Póvoa, A. C. S., & Nakamura, W. T. (2014). Homogeneidade versus heterogeneidade da estrutura de dívida: um estudo com dados em painel. Revista Contabilidade & Finanças, 25(64), 19-32. ▪

Póvoa, A. C. S., & Nakamura, W. T. (2015). Relevância da estrutura de dívida para os determinantes da estrutura de capital: um estudo com dados em painel. Revista Contemporânea de Contabilidade, 12(25), 03-26.

Rauh, J. D., & Sufi, A. (2010). Capital structure and debt structure. The Review of Financial Studies, 23(12), 4242-4280.

Santos, L. B. (2015, outubro). BNDES, internacionalização de empresas brasileiras e integração regional. Anais do Encontro Nacional da ANPEGE, Presidente Prudente, São Paulo, Brasil, XI.

Santos, L. B., & Guimarães, R. M. (2014, novembro). O BNDES e o desenvolvimento econômico brasileiro. Anais da X Semana de Geografia da UNESP de Ourinhos, Ourinhos, São Paulo, Brasil, X.

Tarantin, W. Jr., & Valle, M. R. (2015). Estrutura de capital: o papel das fontes de financiamento nas quais companhias abertas brasileiras se baseiam. Revista Contabilidade & Finanças, 26(69), pp. 331-344. doi: 10.1590/1808-057x201512130

Titman, S., & Wessels, R. (1988). The determinans of capital structure choice. The Journal of Finance, 43(1). doi: 10.1111/j.1540-6261.1988.tb02585.x

Tongeren, F. W. van (1998). Microsimulation of corporate response to investment subsidies. Journal of Policy Modeling, 20(1), pp. 55-75. doi: 10.1016/S0161-8938(97)00009-4

Torres, E., Fo. (2009). Mecanismos de direcionamento do crédito, bancos de desenvolvimento e a experiência recente do BNDES. In B. B. Meirelles (Org.). Ensaios sobre a economia financeira. Rio de Janeiro: BNDES.

Torres, E., Fo, & Macahyba, L. (2012). O Elo Perdido - O mercado de títulos de dívida corporativa no Brasil: avaliações e propostas. [Estudo]. São Paulo: IEDI.

Tzelepis, D., & Skuras, D. (2004). The effects of regional capital subsidies on firm performance: an empirical study. Journal of Small Business and Enterprise Development, 11(1), pp. 121-129. doi: 10.1108/14626000410519155

Tzelepis, D., & Skuras, D. (2006). Strategic performance measurement and the use of capital subsidies. International Journal of Productivity and Performance Management, 55(7), pp. 527-538. doi: 10.1108/17410400610702133

Valle, M. R do, Albanez, T. (2012). Juros altos, fontes de financiamento e estrutura de capital: o endividamento de empresas brasileiras no período 1997-2006. Revista de Contabilidade e Organizações, 6(16), pp. 49-72. doi: 10.11606/rco.v6i16.52667

Zhang, H., Li, L., Zhou, D., & Zhou, P. (2014). Political connections, government subsidies and firm financial performance: Evidence from renewable energy manufacturing in China. Renewable Energy, 63, 330- 336.

Downloads

Publicado

04-07-2022

Como Citar

MARONGIO, A. F. Q.; MAGNANI, V. M. .; GATSIOS, R. C. Análise da estrutura de capital e heterogeneidade das dívidas das empresas de capital aberto do setor industrial e do agronegócio. REVISTA AMBIENTE CONTÁBIL - Universidade Federal do Rio Grande do Norte - ISSN 2176-9036, [S. l.], v. 14, n. 2, p. 208–229, 2022. DOI: 10.21680/2176-9036.2022v14n2ID27694. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/ambiente/article/view/27694. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Seção 1: Contabilidade Aplicada ao Setor Empresarial (S1)