Fatores contingenciais relacionados aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/2176-9036.2022v14n2ID27300

Palavras-chave:

Empresas familiars; P&D; Indústrias

Resumo

Objetivo: O estudo tem por objetivo analisar os fatores contingenciais associados a decisões para investimentos em P&D em empresas familiares e não-familiares.

Metodologia: A pesquisa foi realizada por meio de levantamento, sendo a amostra composta por 47 empresas do ramo industrial localizadas nos Estados da região Sul do Brasil. Das 47 empresas respondentes, 26 são familiares e 21 são caracterizadas como empresas não-familiares. As empresas são observadas a partir das características contingenciais: (i) quanto ao tempo de atividade, (ii) quantidade de colaboradores e (iii) estrutura de gestão – se empresas familiares ou não-familiares, e como tais fatores se relacionam com os investimentos em P&D. A análise foi realizada a partir das técnicas de estatísticas descritivas e de análise por meio do Teste Qui-Quadrado.

Resultados: Os resultados evidenciam significância entre o tempo de atividade das empresas, o número de empregados e a estrutura de gestão, com a percepção de que os investimentos em P&D são necessários para a continuidade dos negócios. Identificou-se que as empresas com maior número de empregados (acima de mil) possuem maior interesse nos investimentos em P&D para a continuidade dos negócios. Empresas com tempo de atividade superior a 50 anos estão mais interessadas nos investimentos em P&D como estratégia de competitividade. A pandemia Covid-19 não interferiu nos investimentos em P&D na maioria das empresas da amostra. De forma geral, os resultados evidenciam que os fatores contingenciais relacionados à estrutura das organizações se relacionam com os investimentos em P&D, tanto nas empresas familiares como nas não-familiares.

Contribuições do Estudo: Os achados sugerem que as empresas familiares (de maior porte e com maior número de funcionários) tendem a investir em P&D, tanto quanto as empresas não-familiares, visando se manterem competitivas. Tais resultados contribuem com reflexões e possibilidades de novos estudos acerca das especificidades das empresas familiares.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Vaine Maria Folle Mattiello, Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ

Mestranda do Programa de Mestrado em Ciências Contábeis e Administração da Unochapecó

Silvana Dalmutt Kruger, Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ

Professora do Programa de Mestrado em Ciências Contábeis e Administração da Unochapecó. Doutora em Contabilidade pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Antonio Zanin, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS

Possui graduação em Ciências Contábeis pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (1992) e mestrado em Contabilidade E Finanças pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2003). Doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS (2014). Atualmente é professor adjunto na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS. Tem experiência na área de Engenharia de Produção, com ênfase em Análise de Custos, atuando principalmente nos seguintes temas: gestão de custos, uep, agronegócios, controladoria e abc.

Cristian Bau Dal Magro, Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ

Professor do Programa de Mestrado em Ciências Contábeis e Administração da Unochapecó. Doutor em Ciências Contábeis e Administração pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).

Referências

Andreassi, T., & Sbragia, R. (2002). Relações entre indicadores de P&D e de resultado empresarial. Revista de Administração da Universidade de São Paulo, 37(1), 72-84.

Bernhoeft, R.; Gallo. M. Governança de empresa familiar: gestão poder e sucesso. Elsevier Brasil, 2003.

Beuren, I. M., & Fiorentin, M. (2014). Influência de fatores contingenciais nos atributos do sistema de contabilidade gerencial: um estudo em empresas têxteis do Estado do Rio Grande do Sul. Revista de Ciências da Administração, 16(38), 196-212. doi: https://doi.org/10.5007/2175-8077.2014v16n38p195.

Brignall, S., & Modell, S. (2000). An institutional perspective on performance measurement and management in the ‘new public sector’. Management Accounting Research, 11(3), 281-306. doi: https://doi.org/10.1006/ mare.2000.0136.

Chenhall, R. H. (2003). Management control systems design within its organizational context:

findings from contingency-based research and directions for the future. Accounting,

Organizations and Society, 28(2-3), 127-168.

Chenhall, R. H. (2007). Theorizing contingencies in management control systems research.

Handbooks of Management Accounting Research, 1, 163-205.

Confederação Nacional da Indústria (CNI). (2020). A importância da indústria no Brasil em números. Disponível em: http://www.portaldaindustria.com.br/cni/institucional/.

Creswell, J. W. (2007). Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Porto Alegre: Artmed.

Donaldson, L. (2001). The contingency theory of organizations. Thousand Oaks: Sage.

Eddleston, K. A., Chrisman, J. J., Steier, L. P., & Chua, J. H. (2010). Governance and trust in family firms: An introduction. Entrepreneurship Theory and Practice, 34(6), 1043-1056. doi: https://doi.org/10.1111/j.1540-6520.2010.00412.x.

Eigenstuhler, D. P., Pacassa, F., Kruger, S. D., & Mazzioni, S. (2021). Influência das características dos países na disseminação da COVID-19. Revista Gestão Organizacional, 14(1), 172-191. doi: https://doi.org/10.22277/rgo.v14i1.5715.

Espejo, M. M. S. B. (2008). Perfil dos atributos do sistema orçamentário sob a perspectiva

contingencial: uma abordagem multivariada. (Tese de doutorado) - Universidade de São

Paulo, São Paulo, Brasil.

Espíndola, A., dos Santos, J. G. C., & de Vasconcelos, A. C. (2018). Relevância informacional atribuída ao disclosure de gastos com P&D no mercado de capitais brasileiro. Contextus: Revista Contemporânea de economia e gestão, 16(1), 115-140. doi: https://doi.org/10.19094/contextus.v0i0.33312.

Fagundes, J. A., Petri, M., Lavarda, R. B., Rodrigues, M. R., Lavarda, C. E. F., & Soller, C. C. (2010). Estrutura organizacional e gestão sob a ótica da teoria da contingência. Gestão & Regionalidade, 26(78). doi: https://doi.org/10.13037/gr.vol26n78.792.

Fávero, P. & Fávero, L. P. (2015). Análise de dados: modelos de regressão com Excel®, Stata® e SPSS®. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil.

Freire, P. D. S., Soares, A. P., Nakayama, M. K., & Spanhol, F. J. (2010). Processo de sucessão em empresa familiar: gestão do conhecimento contornando resistências às mudanças organizacionais. Journal of Information Systems and Technology Management, 7(3), 713-736. doi: https://doi.org/10.4301/S1807-17752010000300010.

Goes, T. H. M. (2018). Como empresas familiares investem: uma análise dos condicionantes e das características dos investimentos das empresas familiares brasileiras entre 2006-2016. Doctoral Thesis, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, University of São Paulo, São Paulo. doi: 10.11606/T.12.2018.tde-16072018-163613.

Hyvönen, J. (2007). Strategy, performance measurement techniques and information technology of the firm and their links to organizational performance. Management Accounting

Research, 18(3), 343-366.

Izidoro, M. L. J., Barbosa, J. S., Jacques, K. A. S., & Prado, T. A. D. R. (2020). O Impacto dos Investimentos em P&D no Retorno das Ações: Um Estudo das Companhias de Energia Elétrica Listadas na B3. Revista Evidenciação Contábil & Finanças, 8(2), 56-73. doi: https://doi.org/10.22478/ufpb.2318-1001.2020v8n2.51001.

Jacomossi, F. A., Lunardi, M. A., & Silva, M. Z. (2019). Enterprise risk management e o desempenho empresarial: uma perspectiva contingencial. Revista Mineira de Contabilidade, 20(3), 45-58. doi: https://doi.org/10.21714/2446-9114RMC2019v20n3t04.

Klein, S. B., Trocz, P. J. O., Toigo, L. A., & Wrubel, F. (2019). Relações entre tipos de sistemas orçamentários e fatores contingenciais no setor industrial. Revista de Administração IMED, v. 11, n. 1, p. 92-112, 2021.

Lawrence, P. R., & Lorsch, J. W. (1967). Differentiation and integration in complexo rganizations. Administrative Science Quarterly, 12 (1), 1-47.

Miller, D. Le Breton-Miller, I., & Lester, R. H. (2011). Family and Lone Founder Ownership and Strategic BeHaviour: social contexto, identity, and institutional logics. Journal of Management Studies, 48(1), 1-25. doi: https://doi.org/10.1111/j.1467-6486.2009.00896.x.

Oliveira, A. (2010). Uma avaliação de sistemas de medição de desempenho para P&D implantados em empresas brasileiras frente aos princípios de construção identificados na literatura. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

Oliveira, A. S., & Callado, A. A. C. (2018). Fatores contingenciais e o controle gerencial: uma avaliação em organizações não governamentais (ONGS) brasileiras. Advances in Scientific and Applied Accounting, 11(1), 092-109. doi: http://dx.doi.org/10.14392/ASAA.2018110105.

Oliveira, E. L. & Beuren, I. M. (2009). Adequação dos controles de gestão às Contingências ambientais em empresa familiar do Ramo de papel e celulose. Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ (online), 14(1), 1-17. doi: https://doi.org/10.12979/rcmccuerj.v14i1.5534.

Patel, P. C., & Cooper, D. (2014). Structural power equality between family and non-family TMT members and the performance of family firms. Academy of Management Journal, 57(6), 1624-1649. doi: https://doi.org/10.5465/amj.2012.0681.

Pereira, F. C. M, Jeunon, E. E., Barbosa, R. S., & Duarte, L. C (2018). Inteligência competitiva como suporte à estratégia empresarial em micro e pequenas empresas: um estudo na aerotrópole de Belo Horizonte. Revista Ibero-Americana de Estratégia (RIAE), 17(1). doi: 10.5585/riae.v17i1.2511.

Rocha, L. A., Dal-Poz, M. E., Oliveira, F. P. S. D., & Almeida, C. A. S. D. (2016). O impacto dos investimentos em pesquisa & desenvolvimento no desempenho das empresas. Revista de Economia Contemporânea, 20(1), 58-91.

Rodrigues, J. M., Elias, W. G., & Campos, E. S. (2015). Relevância da informação contábil: uma análise dos efeitos da contabilização dos gastos com pesquisa e desenvolvimento com a aplicação da Lei 11.638/07 no mercado brasileiro. Revista Contabilidade e Controladoria, 7(3), 131-148. doi: http://dx.doi.org/10.5380/rcc.v7i3.41555.

Santos, M. S. D., & Pinheiro, I. A. (2011). Governo: um aliado nem sempre lembrado pelas empresas na hora de desenvolver as atividades de P&D. Revista de Administração Pública, 45(3), 1465-1483. doi: https://doi.org/10.1590/S0034-76122011000500010.

Sell, F. F., Beuren, I. M., & Lavarda, C. E. F. (2020). Influência de Fatores Contingenciais no Desempenho Municipal: Evidências Inferenciais. Revista de Contabilidade e Organizações, 14(1), 1-43. doi: http://dx.doi.org/10.11606/issn.1982-6486.rco.2020.164058

Soares, Y. M. A., Cavalcante, P. R. N., & Santos, Y. D. (2019). Informações contingências: um estudo sobre a percepção de gestores do setor de óleo e gás no Brasil. Capital Científico, 17(3). doi: 10.5935/2177-4153.20190017.

Sugahara, C. R., Jannuzzi, C. A. S. C., & Falsarella, O. M. (2018). Os Componentes do Ambiente Interno e Externo na Geração da Inovação nas Organizações. Revista da Micro e Pequena Empresa, 12(1), 51-66. doi: https://doi.org/10.6034/rmpe.v12i1.1000.

Woods, M. (2009). A contingency theory perspective on the risk management control system within Birmingham City Council. Management Accounting Research, 20(1), 69-81. doi: https://doi.org/10.1016/j.mar.2008.10.003.

Downloads

Publicado

04-07-2022

Como Citar

MATTIELLO, V. M. F.; KRUGER, S. D.; ZANIN, A.; MAGRO, C. B. D. Fatores contingenciais relacionados aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento. REVISTA AMBIENTE CONTÁBIL - Universidade Federal do Rio Grande do Norte - ISSN 2176-9036, [S. l.], v. 14, n. 2, p. 409–429, 2022. DOI: 10.21680/2176-9036.2022v14n2ID27300. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/ambiente/article/view/27300. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Seção 3: Pesquisas de Campo sobre Contabilidade (Survey) (S3)