Obras de arte podem ser feitas de algo que não seja “de arte”?

O contexto cultural dos anos 1950 e os debates sobre a experimentação técnica e material

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36025/arj.v6i2.17924

Palavras-chave:

arte concreta, história da arte, história da arte técnica, vanguardas brasileiras

Resumo

Entre 2015 e 2018, o Laboratório de Ciência da Conservação da EBA-UFMG desenvolveu um projeto denominado Arte Concreta no Brasil: Industrialismo e Vanguarda Latino Americana, através do apoio da Getty Foundation, o qual procurou analisar obras dessa vertente realizadas na década de 1950 a partir dos acervos do MAM-RJ, Pinacoteca-SP, MAP-BH e Coleção Tuiuiú-RJ, em correspondência com as obras da Coleção Patricia Phelps de Cisneros, estudadas pela equipe do Getty Conservation Institute. Por meio da interface entre a História da Arte Técnica e a História da Arte, o projeto produziu um estudo subsidiado das obras selecionadas pela Ciência da Conservação, promovendo novas relações conceituais. Este artigo explora a experimentação como processo a partir de questões postas pela referida pesquisa.

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Biografia do Autor

Yacy Ara Froner, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Graduada em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (1988), mestre em História Social pela Universidade de São Paulo (1994) e doutora em História Econômica, com ênfase em patrimônio cultural, pela Universidade de São Paulo (2001).  Professora titular da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. Pesquisadora na área de História das Coleções, com ênfase no estudo das memórias institucionais, e na área de História da Arte, com ênfase nas discussões sobre o entrelaçamento de conceito, forma e materialidade. Atualmente, ele está pesquisando a teoria crítica da América Latina.

Maria Alice Sanna Castello Branco, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Graduada em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1981), especialista em Conservação e Restauro (2002) pelo CECOR, mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2008) e doutora em Artes pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da UFMG (2018). Professora assistente da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente, desenvolve estudos sobre tecnologia de construção de obras de arte modernas e contemporâneas, discutindo protocolos de preservação e conceitos curatoriais nos campos da Conservação e da História da Arte.

Luiz Antônio Cruz Souza, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Graduado em Química pela Universidade Federal de Minas Gerais (1986), mestre em Química-Ciências e Conservação de Bens Culturais pela Universidade Federal de Minas Gerais (1991), com trabalho experimental realizado no IRPA (Institut Royal du Patrimoine Artistique, Bruxelas, Bélgica) e doutorado em Química pela Universidade Federal de Minas Gerais (1996), com trabalho experimental realizado junto ao Getty Conservation Institute, em Los Angeles, USA. Professor titular da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. Coordena o Laboratório de Ciência da Conservação (LACICOR) e foi responsável pelo projeto “Arte Concreta no Brasil: Industrialismo e Vanguarda da América Latina”, entre 2015 e 2019.

 

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Publicado

20-05-2020

Como Citar

FRONER, Y. A.; SANNA CASTELLO BRANCO, M. A.; CRUZ SOUZA, L. A. Obras de arte podem ser feitas de algo que não seja “de arte”? O contexto cultural dos anos 1950 e os debates sobre a experimentação técnica e material. ARJ – Art Research Journal: Revista de Pesquisa em Artes, [S. l.], v. 6, n. 2, 2020. DOI: 10.36025/arj.v6i2.17924. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/artresearchjournal/article/view/17924. Acesso em: 8 maio. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Perspectivas Multidisciplinares no Campo da Arte