A cópia insistente: o paradigma indiciário e a fotografia
DOI:
https://doi.org/10.36025/arj.v11i2.34931Palavras-chave:
paradigma indiciário, fotografia, história potencial, tecnologias de identificação, violênciaResumo
A leitura de Sinais: raízes de um paradigma indiciário, de autoria de Carlo Ginzburg, despertou o interesse por questionar os caminhos desse texto e quais reverberações existem nessa sua reflexão em relação à fotografia, sua história e sua tecnologia. O paradigma indiciário se debruça sobre muitas pistas a fim de compreender a figuração de um modelo de pensamento (entendido também como atitude prática) e configura até mesmo os modos de ver, de produzir tecnologias da visão e seus padrões disciplinares e de controle. A fim de fazer o texto falar, emprestou-se a ideia de Roland Barthes de “escrever a leitura” como um exercício de interpelar os argumentos contidos nas discussões de Ginzburg conforme eram lidos, verificando as maneiras pelas quais esse paradigma determinou violências contra identidades de gênero e raciais ao definir quem é normotípico ou doente, criminoso ou inocente.
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