Ser mulher Karipuna e outras subjetividades em contexto de deslocamento entre a aldeia em Oiapoque e o espaço urbano belenense

Autores

  • Ana Manoela Primo dos Santos Soares Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.21680/2446-5674.2020v7n12ID18347

Palavras-chave:

Karipuna do Amapá, mulheres indígenas, etnologia indígena, território indígena, educação com povos indígenas

Resumo

Este artigo trata da questão sobre os primeiros indígenas Karipuna do Amapá a saírem das aldeias com vistas a se inserirem nos ensinos secundário e de nível superior terem sido mulheres, filhas de uma liderança indígena local. Construiu-se, a partir disso, uma reflexão sobre as formas de protagonismo da mulher Karipuna, assim como sobre a possibilidade de se vivenciar o parentesco e a territorialidade indígena em meio aos contextos de deslocamento urbano. Houve também uma reflexão sobre por qual motivo, atualmente, nós indígenas sentimos a necessidade de nos inserirmos em uma educação institucional ao mesmo tempo em que vivenciamos e priorizamos a educação indígena. Ressalte-se que a autora é mulher do povo Karipuna, que vivencia junto às suas parentas os processos apresentados.

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Publicado

27-02-2020

Como Citar

PRIMO DOS SANTOS SOARES, A. M. Ser mulher Karipuna e outras subjetividades em contexto de deslocamento entre a aldeia em Oiapoque e o espaço urbano belenense . Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, [S. l.], v. 7, n. 12, p. 1–23, 2020. DOI: 10.21680/2446-5674.2020v7n12ID18347. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/equatorial/article/view/18347. Acesso em: 26 jun. 2024.