Ser mulher Karipuna e outras subjetividades em contexto de deslocamento entre a aldeia em Oiapoque e o espaço urbano belenense
DOI:
https://doi.org/10.21680/2446-5674.2020v7n12ID18347Palavras-chave:
Karipuna do Amapá, mulheres indígenas, etnologia indígena, território indígena, educação com povos indígenasResumo
Este artigo trata da questão sobre os primeiros indígenas Karipuna do Amapá a saírem das aldeias com vistas a se inserirem nos ensinos secundário e de nível superior terem sido mulheres, filhas de uma liderança indígena local. Construiu-se, a partir disso, uma reflexão sobre as formas de protagonismo da mulher Karipuna, assim como sobre a possibilidade de se vivenciar o parentesco e a territorialidade indígena em meio aos contextos de deslocamento urbano. Houve também uma reflexão sobre por qual motivo, atualmente, nós indígenas sentimos a necessidade de nos inserirmos em uma educação institucional ao mesmo tempo em que vivenciamos e priorizamos a educação indígena. Ressalte-se que a autora é mulher do povo Karipuna, que vivencia junto às suas parentas os processos apresentados.
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