Racial issues in the anthropologist-interlocutor relationship

race and field research with trans people in Belém-PA

Authors

  • Gleidson Gomes Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.21680/2446-5674.2022v9n17ID28536

Keywords:

Field research; Trans people; Race; Urban Anthropology

Abstract

The purpose of this paper is to reflect on the place of race in field research, especially in the researcher-interlocutor relationship. The questions presented here are based on the doctoral research I am developing with trans people from Belém-PA, organized in the Paraense Network of Trans People (REPPAT). The race issue appears mainly in the interlocution with Rafael Carmo, a black trans man, in dialogues and situations in the field involving our raciality. I thus seek to reflect on this experience in articulation with anthropological theory about the author's presence in the field, as well as the relations between "estrangement" and "distancing" between anthropologist and interlocutors in the context of Urban Anthropology.  Finally, I question the "other-self" relationship in field research crossed by the blackness of the anthropologist and the interlocutor, to think about possible "other-other" or "subject-subject" dimensions.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

Gleidson Gomes, Universidade Federal do Pará

Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Pará (PPGSA-UFPA). Mestre em Ciências da Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação Comunicação, Cultura e Amazônia da Universidade Federal do Pará (2013). Possui graduação em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, pela Faculdade de Estudos Avançados do Pará (FEAPA), 2010, e graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará (UFPA), 2019. Atuou como professor nos cursos de Comunicação Social da Faculdade Paraense de Ensino (FAPEN), Faculdade Pan Amazônica (FAPAN) e do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA). Áreas de interesse: Antropologia urbana; Raça e racismo; Gênero, corpo e sexualidade; Transexualidades; Teorias da Comunicação; Cultura e Amazônia.

References

ABU-LUGHOD, Lila. A escrita contra a cultura. Revista Equatorial, Natal, v. 5, n. 8, p. 193-226, jan/jun, 2018.

ALMEIDA, Silvio Luiz de. Raça e Racismo. In: ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo Estrutural. São Paulo: Editora Jandaíra, 2020. p. 23-58.

BENTO, Maria Aparecida Silva. Branqueamento e branquitude no Brasil. In: CARONE, Iray; BENTO, Maria Aparecida Silva (orgs.). Psicologia Social do Racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. p. 25-58.

CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto. O trabalho do antropólogo: olhar, ouvir, escrever. In: CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto. O trabalho do antropólogo. São Paulo, Editora UNESP, 2006. p. 17-35

CARNEIRO, Sueli. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011.

CERTEAU, Michel. Caminhas pela cidade. In: CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano: 1. Artes de fazer. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. p. 157-177.

COLLINS, Patricia Hill. Pensamento feminista negro: conhecimento, consciência e a política do empoderamento. São Paulo: Boitempo, 2019.

CONRADO, Mônica; CAMPELO, Marilu; RIBEIRO, Alan. Metáforas da cor: Morenidade e Territórios da Negritude nas construções de identidades negras na Amazônia paraense. Afro-Ásia, n. 51, p. 213-246, 2015.

CORRÊA, Mariza. Sobre a invenção da mulata. Cadernos Pagu, v. 6, n. 7, p. 35-50, 1996.

CRAPANZANO, Vincent. O dilema de Hermes: o disfarce da subversão na descrição etnográfica. In: CLIFFORD, James; MARCUS, George (orgs). A escrita da cultura: poética e política da etnografia. Rio de Janeiro: EdUERJ; Papéis Selvagens Edições, 2016. p. 91-124.

CRENSHAW, Kimberle. A Interseccionalidade na Discriminação de Raça e Gênero, 2002. Disponível em: https://static.tumblr.com/7symefv/V6vmj45f5/kimberlecrenshaw.pdf. Acesso em: 04 mar. 2022.

CRUZ, Felipe S. M. Indígenas antropólogos e o espetáculo da alteridade. Revista de estudos e pesquisas sobre a América, v. 11, n. 2, p. 93-108, 2017.

DAMÁSIO, Ana Clara. Como pode o “Outro” narrar? Considerações sobre viver, fazer e escrever na Antropologia. PÓS, v. 16, n. 1, p. 72-99, 2021.

DAMATTA, Roberto. O ofício de etnólogo, ou como ter “anthropological blues”. In: NUNES, Edson de Oliveira (org.). A aventura sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. p. 23-35

DEUS, Amadeu Lima de. “Somos veteranas!”: As experiências do tempo vivido a partir das narrativas e das memórias de mulheres travestis e transexuais. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia) – Universidade Federal do Pará, 2017.

DEUS, Zélia Amador de. Ananse tecendo teias na diáspora: uma narrativa de resistência e luta das herdeiras e herdeiros de Ananse. Belém: Secult/PA, 2019.

DOMINGUES, Bruno Rodrigo Carvalho. Negro na universidade, branco no trabalho de campo: reflexões sobre representação e desigualdade racial na academia. Cadernos de campo, São Paulo, v. 27, n.1, p. 295-308, 2018 (p. 295-309).

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008.

FAVRET-SAADA, Jeanne. Ser afetado. Cadernos de Campo, n. 13, p. 155-161, 2005.

FRY, Peter. Para Inglês Ver: identidade e política na cultura brasileira. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 1982.

GEERTZ, Clifford. “Do ponto de vista dos nativos”: a natureza do entendimento antropológico. In: GEERTZ, Clifford. O saber local: novos ensaios em antropologia interpretativa. 14 ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2014. p. 60-74.

GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2017.

GOLDMAN, Marcio. Os tambores dos mortos e os tambores dos vivos. Etnografia, antropologia e política em Ilhéus, Bahia. Revista de Antropologia, v. 46, n. 2, p. 445-276, 2003.

GOMES, Nilma Lino. Sem perder a raiz: corpo e cabelo como símbolos da identidade negra. Belo Horizonte: Autência, 2020.

GOMES, Gleidson Wirllen Bezerra. “Vivência de Resistência”: a Rede Paraense de Pessoas Trans na luta por visibilidade e direitos em Belém – Pará. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Sociais) – Universidade Federal do Pará, 2019.

GOMES, et al. Autobiografias de pessoas trans em Belém, Pará, Amazônia: narrativas e transições na cidade. In: RIBEIRO, et al. Potência das periferias. 1ª ed. Rio de Janeiro: EDUNIperiferias, 2020. p. 122-155.

GONÇALVES, Telma A. Homossexualidade – representações, preconceito e discriminação em Belém. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Ciências Sociais) – Universidade Federal do Pará, Belém, PA, 1989.

GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos/ organização Flávia Rios, Márcia Lima. Rio de Janeiro: Zahar, 2020. p. 75-93.

GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo. Raça, cor e pobreza no Brasil. In: GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo. Classes, raças e democracia. São Paulo: Editora 34, 2012. p. 47-78.

JESUS, Jaqueline Gomes de. Orientações sobre a população transgênero: conceitos e termos. Brasília: Autor, 2012.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Tradução de Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Editora Cobogó, 2019.

LÉVI-STRAUSS, Claude. Introdução à obra de Marcel Mauss. In: MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2015. p. 09-44

MAGNANI, José Guilherme C. Quando o campo é a cidade: fazendo antropologia na metrópole. In: MAGNANI, José Guilherme C.; TORRES, Lilian de Lucca (orgs.). Na Metrópole: textos de Antropologia urbana. Edusp: São Paulo, 1996.

MALINOWSKI, Bronislaw. Introdução: Tema, método e objetivo desta pesquisa. In: MALINOWSKI, Bronislaw. Argonautas do Pacífico Ocidental: um relato do empreendimento e da aventura dos nativos nos arquipélagos da Nova Guiné Melanésia. São Paulo: Ubu Editora, 2018. p. 55-84.

MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.

NASCIMENTO, Abdias do. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. São Paulo: Perspectivas, 2016.

NOLETO, Rafael da Silva. Cor de jambo e outros matizes amazônicos: sobre a abolição da mulata e o advento da morena cheirosa nas festas juninas de Belém. Mana, v. 24, n. 2, p. 132-173, 2018.

OLIVEIRA, João Pacheco de. Pardos, Mestiços ou Caboclos: os índios nos Censos Nacionais no Brasil (1872-1980). Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 3, n. 6, p. 61-84, out. 1997.

PEREIRA, Luena. Alteridade e Raça Entre África e Brasil: branquidade e descentramentos nas ciências sociais brasileiras. Revista De Antropologia, v. 63, n. 2, p. 1-14, 2020.

PINHO, Osmundo. O sacrifício de Orfeu: masculinidades negras no contexto da antinegritude em Salvador. In: CAETANO, Marcio; SILVA JUNIOR, Paulo Melgaço da (Orgs.). De guri a cabra-macho: masculinidades no Brasil. Rio de Janeiro: Lamparina, 2018. p. 146-173.

PINHO, Osmundo. O corpo do homem negro e a guerra dos sexos no Brasil. In: RESTIER, Herique; SOUZA, Rolf Malungo de (orgs.). Diálogos contemporâneos sobre homens negros e masculinidades. São Paulo: Ciclo Contínuo Editorial, 2019. p. 105-130.

REIDEL, Marina. Identidades trans: onde estamos? Para onde vamos? In: FERRARI, Anderson; CASTRO, Roney Polato de (Orgs.). Diversidade sexuais e de gêneros: desafios e potencialidades de um campo de pesquisa e conhecimento. Campinas-SP: Pontes Editores, 2017. p. 117-134.

ROCHA, Ana L. C. da.; ECKERT, Cornélia. Questões em torno do uso de relatos e narrativas biográficas na experiência etnográfica. In: Etnografia da Duração: antropologia das memórias coletivas em coleções etnográficas. Porto Alegre: Marcavisual, 2013. p. 105-128.

RODRIGUES, Carmen Izabel. Caboclos na Amazônia: a identidade na diferença. Novos Cadernos NAEA. v. 9, n. 1, p. 119-130, jun. 2006.

SANTANA, Bruno. Pensando as transmasculinidades negras. In: RESTIER, Henrique; SOUZA, Rolf Malungo de (Orgs.). Diálogos contemporâneos sobre homens negros e masculinidades. São Paulo: Ciclo Contínuo Editorial, 2019. p. 95-104.

SILVA FILHO, Mílton Ribeiro da; RODRIGUES, Carmem Izabel. Na rua, na praça, na boate. Ponto Urbe [Online], n. 11 , p. 1-21, 2012.

SILVA FILHO, Mílton Ribeiro da. A Filha da Chiquita Bacana: uma etnografia da Festa da Chiquita em Belém do Pará. 36° Encontro Anual da ANPOCS, 2012, Águas de Lindóia-SP. Anais eletrônicos... Àguas de Lindóia: ANPOCS, 2012.

SILVA, Marley Antonia Silva da; BARBOSA, Benedito Carlos Costa. A “cidade enegrecida”: escravizados na Belém do Grão-Pará colonial. Revista De Estudios Brasileños, v. 7, n. 14, p. 109-122, 2020.

SILVEIRA, Flávio Leonel Abreu da. As dinâmicas das paisagens de Belém (PA):memórias, ruínas e imaginários no mundo urbano. In: ANDRADE, Rubens (org.). Amazônia, cidade e jardins: anatomia urbana e identidades paisagísticas. Rio de Janeiro: Paisagens Híbridas: Escola de Belas Artes: UFRJ, 2016. p. 75-122.

SOUZA, Izabela Jatene de. “Tribos Urbanas” em Belém: dragqueens – rainhas ou dragões? Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Belém. UFPA, 1998.

VELHO, Gilberto. A utopia urbana: um estudo de antropologia social. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1989.

VELHO, Gilberto. Observando o familiar. In: VELHO, Gilberto. Individualismo e cultura: notas para uma antropologia da sociedade contemporânea. Rio de Janeiro: Zahar, 2004. p. 121-132

VERGUEIRO, Viviane. Por inflexões decoloniais de corpos e identidades de gênero inconformes: uma análise autoetnográfica da cisgeneridade como normatividade. Dissertação de Mestrado (Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade) – Universidade Federal do Bahia, 2016.

Published

21-11-2022

How to Cite

GOMES, G. Racial issues in the anthropologist-interlocutor relationship: race and field research with trans people in Belém-PA. Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, [S. l.], v. 9, n. 17, p. 1–27, 2022. DOI: 10.21680/2446-5674.2022v9n17ID28536. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/equatorial/article/view/28536. Acesso em: 27 sep. 2024.