RODEADOS POR IKÚ

diálogos transatlânticos sobre mortalidade, doenças e curas entre africanos centro-ocidentais no escravismo do Rio de Janeiro, 1758-1888.

Autores

  • Philippe Manoel da Silva Moreira Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.21680/1984-817X.2021v17n1ID22032

Palavras-chave:

Escravismo, Economia Crioula, Antropologia, Mortalidade, Rio de Janeiro

Resumo

Esse trabalho propõe discutir a mortalidade, doenças e curas pelo que denominaremos como História antropológica, tendo como palco as ações dos indivíduos escravizados da região da África Centro-Ocidental e a relação destes com o escravismo colonial no Rio de Janeiro em sua longa duração. Como base metodológica e teórica utilizaremos o conceito de economia crioula, ainda em construção, que pretende enfatizar o necessário diálogo epistêmico entre cultura e economia, por meio da Antropologia, e da História econômica com o objetivo de entender a complexidade do escravismo na espacialidade da cidade do Rio de Janeiro, utilizando o cruzamento de fontes diversas: Arquivo Histórico Ultramarino (Projeto Resgate), Biblioteca Municipal de Luanda, Banco de Dados do Tráfico Transatlântico de Escravos (Slave Trade Data-Base).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Philippe Manoel da Silva Moreira, Universidade Federal Fluminense

Doutorando em História Social pela Universidade Federal Fluminense, mestre em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2018), especialista em História do Brasil pela Universidade Católica de Petrópolis (2012) e graduado em História pela Universidade do Grande Rio (2010). Atua em estudos relacionados a História do Rio de Janeiro, dedicando-se especialmente aos seguintes temas: Economia, Etnicidades, Escravidão, História dos africanos no Rio de Janeiro e religiões de matriz-africana. Atualmente é bolsista Capes e pesquisador CNPq do grupo O Escravismo Atlântico: família, riqueza e cultura. Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8700123P1. E-mail: prof.philippehistoria@yahoo.com.br 

Referências

SANTOS, Jocélio Teles. O poder da cultura e a cultura no poder: a disputa simbólica da herança cultural negra no Brasil. Salvador, Edfuba, 2005.

ALENCASTRO, Luiz Felipe. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

COSTA E SILVA, Alberto da. Um rio chamado Atlântico: a África no Brasil e o Brasil na África. Rio de Janeiro: Nova Fronteira/Ed. UFRJ, 2003.

CUNHA, Manuela Carneiro da. Etnicidade: da cultura residual, mas irredutível [1979]. In: Cultura com aspas. CUNHA, Manuela Carneiro da (Org.). São Paulo: Cosac Naify, 2009. p. 235-244.

MOTT, Luiz. Três Sacerdotisas africanas no Brasil inquisitorial. In VALÉRIA, Costa. GOMES, Flávio. Religiões negras no Brasil: da emancipação à pós-emancipação. São Paulo: Selo Negro, 2016.

GIROTO, Ismael. O universo mágico-religioso negro-africano e afro-brasileiro: bantu e nagô. Tese (Doutorado em Antropologia), USP, 1999.

FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala. 49 ed. São Paulo: Global, 2004.

FLORENTINO, Manolo. Em costas negras: uma história do tráfico negreiro entre a África e o Rio de Janeiro (séculos XVIII e XIX). São Paulo: Editora Unesp, 2014.

MARCUSSI, Alexandre de Almeida. Cativeiro e cura: experiências religiosas da escravidão Atlântica nos calundus de Luzia Pinta, séculos XVII-XVIII (Tese de doutorado). São Paulo, USP, 2015. GODELIER, Maurice. O enigma do dom. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.

GORENDER, Jacob. O escravismo colonial. São Paulo: Expressão Popular: Perseu Abramo, 2016.

GINZBURG, Carlo. A microhistória e outros ensaios. Lisboa: DIFEL; Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1991.

MOTT, Luiz. Rosa Egipcíaca: Uma Santa Africana no Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand, 1993.

PIMENTA, Tania Salgado, GOMES, Flávio. Escravidão, doenças e práticas de cura no Brasil / Tânia Salgado Pimenta e Flávio Gomes (organização). Rio de Janeiro: Outras Letras, 2016.

PARÉS, Luis Nicolau. O rei, o pai e a morte: a religião vodum na antiga Costa dos Escravos na África Ocidental. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

PARÉS, Luis Nicolau. O Processo de Crioulização No Recôncavo Baiano (1750-1800). Afro-Ásia, 33 (2005), 87-132.

PARÉS, Luís Nicolau. O mundo Atlântico e a constituição da hegemonia nagô no Candomblé baiano. Esboços Revista do Programa de Pós-Graduação em História da UFSC, São Carlos, v. 17, n. 23, p. 165-186, 2010.

PRICE, Richard. O Milagre da Crioulização: Retrospectiva. Estudos Afro-Asiáticos, Rio de Janeiro, n. 3, p. 383-419, 2003.

VAINFAS, Ronaldo e MELLO E SOUZA, Marina de. Catolização e poder no tempo do tráfico: o reino do Congo da conversão coroada ao movimento antoniano, séculos XV-XVIII. In: Tempo. Rio de Janeiro: Universidade Federal Fluminense, v.3, n.6, dez/1998.

HONORATO, Claudio de Paula. Valongo: o mercado de escravos no Rio de Janeiro, 1758-1831 (dissertação de mestrado). Niterói, UFF, 2008.

PIMENTA, Tânia Salgado. GOMES, Flávio. Escravidão, doenças e práticas de cura no Brasil / Tânia Salgado Pimenta e Flávio Gomes (organização). – Rio de Janeiro: Outras Letras, 2016.

POLANYI, Karl. A grande Transformação: as origens de nossa época. Rio de Janeiro, Campus, 2002.

______. A subsistência do homem e ensaios correlatos. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.

LOPES, Nei. MACEDO, José Rivair. Dicionário de história da África: Séculos VII a XVI. Autêntica, 2017.

______, Nei. Enciclopédia brasileira da diáspora africana. São Paulo: Selo Negro, 2011.

CASTILLO, Lisa Earl. Bamboxê Obitikô e a expansão do culto aos orixás (século XIX): uma rede religiosa afroatlântica. Tempo [online]. 2016, vol.22, n.39, pp.126-153.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

THOMPSON, Edward P. As peculiaridades dos ingleses e outros artigos. Campinas: Ed. Unicamp, 2001.

RODRIGUES, Jaime. Arquitetura naval: imagens, textos e possibilidades de descrições de navios negreiros. In Florentino, Manolo. Tráfico, cativeiro e liberdade, Rio de Janeiro séculos XVII-XIX. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

REIS, João José. Um balanço dos estudos sobre as revoltas escravas da Bahia. In: REIS, João José (Ed.). Escravidão e invenção da liberdade: estudos sobre o negro no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1988. p. 128-129.

THOMPSON, E. P. As peculiaridades dos ingleses e outros artigos. Organizado por Antônio Luigi Negro e Sérgio Silva. Campinas: Editora da Unicamp, 2001.

THOMPSON, E. P. Costumes em comum. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

SANTOS, FG. Economia e Cultura do Candomblé na Bahia: o comércio de objetos litúrgicos afro-brasileiros - 1850/1937 [online]. Ilhéus, BA: Editus, 2013.

SLENES, Robert W. Malungu, ngoma vem! África encoberta e descoberta no Brasil. Brasília: Museu Nacional da Escravatura, INPC, Ministério da Cultura. 1995.

SILVA, Denise Almeida. De epistemicídio, (in) visibilidade e narrativa: reflexões sobre a política de representação da identidade negra em cadernos negros. Ilha Desterro [online]. 2014, n.67, pp.51-62.

SIMMEL, Georg. Questões fundamentais da sociologia: indivíduo e sociedade. Tradução de Pedro Caldas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.

SOARES, Mariza de Carvalho. Devotos da cor: identidade étnica, religiosidade e escravidão no Rio de Janeiro, século XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.

SOARES, Mariza de Carvalho. Diálogos Makii de Francisco Alves de Sousa: manuscritos de uma congregação católica de africanos Mina, 1786. São Paulo: Chão Editora, 2019.

KARASCH, Mary. A vida dos escravos no Rio de Janeiro (1808-1850). São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

Downloads

Publicado

29-03-2021

Como Citar

MOREIRA, P. M. da S. . RODEADOS POR IKÚ: diálogos transatlânticos sobre mortalidade, doenças e curas entre africanos centro-ocidentais no escravismo do Rio de Janeiro, 1758-1888. Revista Espacialidades, [S. l.], v. 17, n. 1, p. 124–146, 2021. DOI: 10.21680/1984-817X.2021v17n1ID22032. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/espacialidades/article/view/22032. Acesso em: 22 dez. 2024.