"CHINAMAN AND RICEATERS"

migração, racismo culinário e inferiorização chinesa nos EUA Contemporâneo (séculos XIX ao XXI)

Autores

  • Eduardo Mangolim Brandani da Silva Universidade Estadual de Maringá/ Doutorando do Programa de Pós-graduação em História (PPH)
  • Gessica de Brito Bueno Universidade Estadual de Maringá/ PPH
  • Christian Fausto Moraes dos Santos Universidade Estadual de Maringá/ PPH

DOI:

https://doi.org/10.21680/1984-817X.2025v21n1ID38815

Palavras-chave:

Alimentação, Contemporaneidade, EUA, Migração Chinesa, Racismo Culinário

Resumo

O objetivo do artigo é analisar a imigração chinesa para os EUA no século XIX, abordando choques culturais e discriminação racial, especialmente o “Racismo Culinário” direcionado à comida sínica e sua persistência até o século XXI. A inferiorização culinária tem relação com o conceito de território na medida em que essas discriminações se destinavam a um grupo alocado em um território específico, as Chinatowns, portanto a inferiorização alimentar sínica marcava esses lugares. Para a investigação foram utilizadas fontes como jornais, mídias digitais, postais e jogos eletrônicos. As imagens usadas servem como exemplos que atestam a existência imagética do racismo culinário e fenotípico no contexto de 200 anos investigado. A metodologia aplicada na compreensão de tais estereótipos, assim como na formação e interação dos lugares de identidade sínica, foi a descritiva-qualitativa. Dentre os autores utilizados pode-se mencionar Edward Relph, para se pensar o espaço urbano, Michel Wieviorka, que introduz a temática do racismo cultura, Jack Chen, que fez um traçado histórico sobre o processo migratório sínico para os EUA, e Haiming Liu, que fornece evidências sobre as práticas culinárias sino americanas desde o século XIX.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gessica de Brito Bueno, Universidade Estadual de Maringá/ PPH

Doutoranda em História na linha de pesquisa de História, Cultura e Narrativas pela UEM. Mestre em História na linha História, cultura e narrativa pela UEM-Universidade Estadual de Maringá, a partir de 2024. Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) em 2023, conceito Capes 5,graduada licenciatura em Artes Visuais pela Instituição UniCesumar (2017), conceito Capes 5. Foi acadêmica de iniciação científica, bolsista PIBIC em 2020 e 2021 pela UEM e atualmente é um dos administradores do Projeto de Extensão intitulado História com Ciência.

Christian Fausto Moraes dos Santos, Universidade Estadual de Maringá/ PPH

Desde 2015 é bolsista produtividade do CNPq na área de História das Ciências, possui Pós-Doutorado em História das Ciências pelo Consejo Superior de Investigaciones Científicas de Barcelona (CSIC) em 2015, Pós-Doutorado em História da Cultura pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2008, Doutorado em Ciências, sub-área História das Ciências pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e pelo Instituto de Estudos do Além Mar de Portugal em 2005, Mestrado em Geografia, sub-área História das Ciências pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) em 2002 e Graduação em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) em 1998. Atualmente é professor associado na Universidade Estadual de Maringá, atuando nos cursos de Graduação, Mestrado e Doutorado em História e no curso de Pós-Graduação em Enfermagem. É consultor ad-hoc da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) os dois principais órgãos governamentais de financiamento à pesquisa científica no Brasil. Também é parecerista das revistas acadêmicas Delaware Review of Latin American Studies, História, Ciências Saúde Manguinhos, Varia Historia. Desde 2010 coordernador do Laboratório de História, Ciências e Ambiente (LHC) na Universidade Estadual de Maringá. Possui experiência nas áreas de História das Ciências, trabalhando com os seguintes temas: História das Ciências Naturais, História das Ciências da Saúde e História da Alimentação no Novo Mundo (América portuguesa e América Espanhola). Publicou 59 artigos em periódicos acadêmicos, 03 livros e 35 capítulos de livros acadêmicos, tendo cerca de 200 citações em artigos publicados em periódicos acadêmicos. Concluiu a orientação de 26 Iniciações Científicas (graduação), 18 dissertações de Mestrado e 03 teses de Doutorado. Atualmente orienta 02 dissertações de Mestrado, 08 teses de Doutorado e tutora um Pós-Doutorado na Universidad Autónoma do México (UNAM). Importante destacar que 09 de seus orientandos de Mestrado foram aprovados no programa de seleção para Doutorado Pleno no Exterior em Portugal, Espanha e Grécia com bolsas de estudos integrais concedidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Atualmente é coordenador de um projeto de pesquisa internacional financiado pela CAPES que conta com a colaboração de pesquisadores de Universidades e Centros de Pesquisa do México e Chile

Referências

BARTOSHUK, Linda; DUFFY, Valerie. Chapter 2: Chemical Senses, Taste and Smell. In: KORSMEYER, Carolyn. The Taste Culture Reader. Londres: Bloomsbury Academic, 2017, p. 21-28

BLACK, Isabella. American Labour and Chinese Immigration. Past & Present. Oxford, n. 25, p. 59-76, Julho, 1963.

BOWES, John. Chapter 5: US Expansion and Its Consequences, 1815-1890. In: HOXIE, Frederick. The Oxford Handbook of American Indian History. New York: Oxford University Press, 2016, p. 93-110.

CHEN, Jack. The Chinese of America. São Francisco: Harper e Row Publishers, 1980.

COUTO, Sérgio. A extraordinária história da china: cultura, religião, economia, política, sociedade tecnologia e lendas. São Paulo: Universo dos Livros, 2008.

FRANCO, Ariovaldo. De Caçador a Gourmet: Uma História da gastronomia. São Paulo: Senac, 2010.

GODOY, Arilda. INTRODUÇÃO À PESQUISA QUALITATIVA E SUAS POSSIBILIDADES. Revista de Administração de Empresas. v. 35, n. 2, p. 57-63, Abril, 1995.

GOTTMANN, Jean. A evolução do conceito de território. Boletim Campineiro de Geografia. v. 2, n. 3, p. 523-545, 2012.

GOULD, Stephen. A Falsa Medida do homem. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

HARTOG, François. O Espelho de Heródoto: Ensaio sobre a representação do Outro. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.

HICKEY, Donald. The War of 1812: A Forgotten Conflict. Chicago: University of Illinois Press, 2012.

HOBSBAWM, Eric; RANGER, Terence. A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

HOLLAND, Kenneth. A History of Chinese Immigration in the United States and Canada. American Review of Canadian Studies. Bridgewater, v. 37, n. 2, p. 150-160, Novembro, 2009.

HUNT, Lynn. A Invenção dos Direitos Humanos: Uma História. São Paulo: Edirtora Schwarcz, 2009.

HUNTINGTON, Samuel. O Choque de Civilizações e a Recomposição da Ordem Mundial. São Paulo: Objetiva, 1997.

LENCIONI, Sandra. Observações sobre o conceito de Cidade e Urbano. Espaço e Tempo. N. 24, p. 109-123, 2008.

LIQUN, Yu. A difusão da comida chinesa no Ocidente: Uma investigação de um prato chinês americanizado. Ludong University Journal (Philosophy and Social Sciences Edition). v. 37, n. 5, p. 31-36, 2020.

LIU, Haiming. From Canton Restaurant to Panda Express: A History of Chinese Food in The United States. New Jersey: Rutgers University Press, 2015

LONG, Lucy. COMFORT FOOD IN CULINARY TOURISM: NEGOTIATING “HOME” AS EXOTIC AND FAMILIAR. In: JONES, Michael Owens; LONG, Lucy. Comfort Food: Meanings and memories. Jackson: University of Mississipi Press, 2017, p. 126-149.

LOWELL, Waverly. Chinese Imigration and Chinese in The United States. Washington D.C.: National Archives and Records Administration, 1996.

MARTINS, Heloisa Helena. Metodologia qualitativa de pesquisa. Educação e Pesquisa. v. 30, n. 2, p. 289-300, Agosto, 2004.

NYE, Joseph. Soft Power: The Evolution of a Concept. Journal of Politic Power. v. 14, p. 196-208, Fevereiro, 2021.

PERLÈS, Catherine. As Estratégias Alimentares nos Tempos Pré-Históricos. In. FLANDRIN, Jean-Louis; MONTANARI, Massimo. História da Alimentação. São Paulo: Estação Liberdade, 1998, p. 29-41.

PILLSBURY, Richard. No Foreign Food: The American Diet in Time and Place. Boulder: Westview, 1998.

PORTEOUS, Douglas. Chapter 7: Smellscape. In: DROBNICK, Jim. The Smell Culture Reader. Nova Iorque: Berg, 2006, p. 89-106.

REGNIER, Foustine. Chapter 9: How We Consume New Products: The Example of Exotic Foods (1930–2000). In: BARBOSA-CÁNOVAS, Gustavo; COLONNA, Paul. Global Issues in Food Science and Technology. Cambridge: Academic Press, 2009, p. 129-144.

RELPH, Edward. Place and Placelessness. 1 ed. Londres: Pion Limited, 1976.

RELPH, Edward. Chapter 1 – The Paradox of Place and the Evolution of Placelessness. In: FRESSTONE, Robert; LIU, Edgard. Place and Placelessness Revisited. Nova Iorque: Routledge, 2016, p. 20-34.

ROTHMAN, Steven. Revisiting the Soft Power Concept: What Are the means and the mechanisms of Soft Power? Journal of Politic Power. v. 4, n.1, p. 49-64, Abril, 2011.

SANTOS, Christian Fausto Moraes; CAMPOS, Rafael Dias da Silva. Apontamentos acerca da Cadeia do Ser e o lugar dos negros na filosofia natural na Europa setecentista. História, Ciências, Saúde – Manguinhos. Rio de Janeiro, v. 21, n. 4, p. 1215-1234, 2014.

SCHMIDT, Benjamin. Inventing Exoticism: Geography, Globalism and Europe’s Early Modern World. Filadélfia: University of Pennsylvania Press, 2015.

SEAGER II, Robert. Some Denominational Reactions to Chinese Immigration to California, 1856-1892. Pacific Historical Review. Berkeley, v. 28, n. 1, p. 49-66, Fevereiro, 1959.

SEYFERTH, Giralda. A INVENÇÃO DA RAÇA E O PODER DISCRICIONÁRIO DOS ESTEREÓTIPOS. Anuário Antropológico. Rio de Janeiro, v. 18, n. 1, p. 175-203, 1995.

SPENCE, Charles. Chapter 3: Multisensory Flavour Perception. In: KORSMEYER, Carolyn. The Taste Culture Reader. Londres: Bloomsbury Academic, 2017, p. 29-36.

STANISKI, Adelita; KUNDLATSCH, Cesar; PIREHOWSKI Dariane. O Conceito de Lugar e Suas diferentes Abordagens. Perspectiva Geográfica. v. 9, n. 11, p. 1-10, 2014.

TANG, Terry. California restaurant’s comeback shows how outdated, false Asian stereotype of dog-eating persists. ApNews, 04, janeiro, 2024. Disponível em: https://apnews.com/article/asians-eat-dog-food-restaurants-stereotypes-d81b0459d9725e950d00fadc1e856a94. Acesso em: 07 de Jan. 2025.

TUCK & SONS, Raphael. Cartão Postal Natalino com Chinês estereotipado. 1870 – 1920. Cartão Postal, TuckDB Ephemera, Disponível em:<https://www.tuckdbephemera.org/items/23189-wishee-mellee-christmas-man-holding-axe-walks-right-with-dog/picture/1>. Acesso em: 07 de Jan. 2025.

TUCK & SONS, Raphael. Verso do cartão postal indicando o interesse de se devorar o cachorro. 1870 – 1920. Cartão Postal, TuckDB Ephemera, Disponível em:<https://www.tuckdbephemera.org/items/23189-wishee-mellee-christmas-man-holding-axe-walks-right-with-dog/picture/1>. Acesso em: 07 de Jan. 2025.

VANDENBROUCKE, Guillaume. The U.S. Westward Expansion. International Economic Review. Filadélfia, v. 49, n. 1, p. 81-110, Fevereiro, 2008.

VIALLES, Noelie. Animal to Edible. Nova Iorque: Cambridge University Press, 1994.

WIEWIORKA, Michel. El Racismo: Una Introducción. Barcelona: Editorial Gedisa, 2009.

ZHAOYUAN, Lu. China - un tesoro culinario milenario Propuesta de una ruta culinaria por China para turistas europeos. Trabajo Fin de Grado. Universidade Politécnica de Valencia, Gandia, 2015.

Downloads

Publicado

15-09-2025

Como Citar

SILVA, Eduardo Mangolim Brandani da; BUENO, Gessica de Brito; SANTOS, Christian Fausto Moraes dos. "CHINAMAN AND RICEATERS": migração, racismo culinário e inferiorização chinesa nos EUA Contemporâneo (séculos XIX ao XXI). Revista Espacialidades, [S. l.], v. 21, n. 1, p. 281–305, 2025. DOI: 10.21680/1984-817X.2025v21n1ID38815. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/espacialidades/article/view/38815. Acesso em: 9 dez. 2025.