VIAGEM A SERVIÇO DO ESTADO

epidemia de febres intermitentes como justificativa para a implantação da pecuária no Sudeste do Pará (1890-1910)

Autores/as

  • Heraldo Márcio Galvão Júnior Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
  • José Carlos dos Santos Júnior Unifesspa

DOI:

https://doi.org/10.21680/1984-817X.2021v17n1ID21872

Palabras clave:

Ignácio Baptista de Moura, malária, sudeste do Pará, pecuária, viagens

Resumen

No século XIX o Pará conheceu um enriquecimento a partir do látex, mas também epidemia de malária e escassez de alimentos. Para sanar estes problemas, Lauro Sodré, governador do Estado, concedeu incentivos “civilizatórios” e financiou viagens de fiscalização, como a de Ignácio Moura à Itacayunas em 1896. Este defendeu a pecuária e o saneamento rural como chaves do desenvolvimento local, identificando as febres intermitentes (malária) como entraves. Assim, com base teórica da História Social e Política, apoio metodológico da análise textual discursiva e por meio da fonte literatura de viagem, objetivamos analisar a construção do discurso político-social que utiliza as doenças adquiridas nos castanhais como justificativa para se alterar a dinâmica econômica regional.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Heraldo Márcio Galvão Júnior, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

Professor Adjunto da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Graduado em História pela Unesp. Mestre em História pela Unesp. Doutor em História pela UFPA. Bolsista Prodoutoral CAPES. Bolsista do Programa de Doutorado Sanduíche CAPES - École des hautes études en sciences sociales/Paris. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em História, Arte e Literatura (GEPHAL). e-mail: heraldogalvaojr@gmail.com.

José Carlos dos Santos Júnior, Unifesspa

Graduando em História na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, fazendo parte da iniciação científica “Sul e Sudeste do Pará: identidade e história pela ótica de Ignácio Baptista de Moura (1890-1910)”, orientado pelo professor Heraldo Márcio Galvão Júnior. E-mail: Jun4nh0santos@gmail.com

Citas

ARAÚJO, Renata Klautau Malcher de. As cidades da Amazônia no século XVIIII: Belém, Macapá, Mazagão. Porto: FAUP, 1998.

BARROS, João Maria. Segunda parte: A colonização; Navegação; Transporte aéreo. In: MARABÁ. Prefeitura Muncipal. A história de uma parte da Amazônia, da gente que nela vivia e da gente que a desbravou e dominou, fazendo-a emergir para a civilização. De 1892 até nossos dias. Ademir Braz et. all. Marabá, 1984.

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.

CALLARI, Cláudia Regina. Os Institutos Históricos: do Patronato de D. Pedro II à construção do Tiradentes. Revista Brasileira de História. V. 21, n. 40, São Paulo, 2001.

CAMARGO, E. P. Malária, maleita, paludismo. Ciência e Cultura. Vol. 55, n 1. São Paulo: Jan/Mar, 2003.

CARNEIRO, Aldair José Dias. Os castanhais do sudeste do Pará: cotidianos e discursos (1930-1964). Tese de Doutorado. Belém: Universidade Federal do Pará, 2018.

CARVALHO, Carlota. O Sertão: subsídios para a história e a geografia do Brasil. 2ª edição. Imperatriz: Ética, 2000.

CERTEAU, Michel de. A escrita da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária: 2002.

COELHO, Anna Carolina de Abreu. Os diários de viagem de Cunha Mattos e Ignácio Moura (1839-1910) – um breve estudo da paisagem do Itacaiúnas. In: _____; ALVES, Davison Hugo Rocha; NEVES NETO, Raimundo Moreira das. (orgs). Perspectivas de pesquisa em História na Amazônia: natureza, diversidade, ensino e direitos humanos. Belém: Açaí, 2017.

COELHO, Marinilce Oliveira . O grupo dos novos: memórias literárias de Belém do Pará. 1. ed. BELÉM: Editora Universitária UFPA, 2005.

CORMINEIRO, Olivia Macedo Miranda. Dos abismos: imaginação e tradição na tessitura da narrativa sobre os rios Araguaia e Tocantins em Ignácio Baptista de Moura e J. A. Leite Moraes. Fênix – Revista de História e Estudos Culturais. Vol. 12, nº 1, 2015.

COSTA, D. A. Martins. A malária e suas diversas modalidades clínicas. Rio de Janeiro: Imprensa a Vapor Lombaerts & Comp, 1885.

COSTA, Wilma Peres. Narrativas de Viagem no Brasil do século XIX – Formação do Estado e Trajetória Intelectual. (Org.) BASTOS, Elide, RIDENTI, Marcelo e ROLAND, Denis. Intelectuais e Estado. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.

DOSSE, François. A história em migalhas: dos Annales à nova história. Bauru, SP: EDUSC, 2003.

EMMI, Marília. A oligarquia da castanha: crise e rearticulação. In: CASTRO, Edna M. Ramos de; HÉBETTE, Jean. (Org.) Na trilha dos grandes projetos: modernização e conflito na Amazônia. Belém: NAEA/UFPA, 1989, p. 127-161.

EMMI, Marília. A oligarquia do Tocantins e o domínio dos castanhais. Belém: CFCH/NAEA/UFPA, 1987.

FARIAS, William Gaia. A Construção da República no Pará (1886-1897). Tese de Doutorado. Niterói, agosto/2005.

FIGUEIREDO, Aldrin Moura de; MORAES, Tarcísio Cardoso. Ignácio Baptista de Moura, polígrafo, 1857-1929. Estudos Amazônicos, v. 2, p. 69-73, 2007.

FONSECA, Cláudia Damasceno. Pouvoirs, villes et territoires. Genèse et représentations des espaces urbains dans le Minas Gerais (Brésil), XVIIIe-début du XIXe siècle. 2001. Tese (Doutorado em História) - École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris, 2001.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Guanabara, 1989.

GINZBURG, Carlo. Occhiacci di legno: nove riflessioni sulla distanza. Milano: Feltrinelli, 1998.

_____; CASTELNUOVO, Enrico; PONI, Carlo. A micro-história e outros ensaios; tradução de Antônio Narino. – Lisboa : DIFEL, 1989.

HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2003.

HOBSBAWN, E.; RANGER, T. A invenção das tradições. São Paulo: Paz e Terra, 1987.

LACERDA, Franciane Gama; VIEIRA, Elis Regina Corrêa. “O celeiro da Amazônia”: agricultura e natureza no Pará da virada do século XIX para o XX. Topoi (Rio J.), Rio de Janeiro, v. 16, n. 30, p. 157-181, jan./jun. 2015.

LEED, Richard. La mente del viaggiatore: Dall´Odissea al turismo globale. Bolonha: Il Mulino, 1992.

MIRANDA, Aristoteles Guilliod de. A epidemiologia das doenças infecciosas no início do século XX e a criação da Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará. Tese de Doutorado. Universidade Federal do Pará, Belém, 2013.

MORAES, Roque e GALIAZZI, Maria do Carmo. Análise textual discursiva. Ijuí: Ed. Unijuí, 2007

MORAES, Tarcisio Cardoso. A Engenharia da história: natureza, geografia e historiografia na Amazônia. Dissertação de Mestrado. UFPA, 2009.

MOURA, Ignácio (Org.). Annuário de Belém em comemoração de seu tricentenário, 1616-1916: histórico, artístico e comercial. Belém: Imprensa Official, 1915.

_____. De Belém a S. João do Araguaia: valle do Rio Tocantins. Rio de Janeiro: Garnier, 1910.

PLUET-DESPATIN, Jacqueline. Une contribuition a l’histoire des intellectuelles: les revues. Cahiers de L’Institut du temps present; sociabilités intellectuelles, lieux, milieu, réseaux, mars 1992.

Rémond, Rene (org). Por uma história política. Rio de Janeiro: FGV, 2003.

SARGES, Maria de Nazaré. Belém: riquezas produzindo a belle-époque (1870-1912). Belém: Paka-Tatu, 2000.

SILVA, Idelma Santiago da. Migração e cultura no Sudeste do Pará: Marabá (1968-1988). Tese de Doutorado. Goiânia: Universidade Federal de Goiás, 2006.

SIRINELLI, J. F. Os intelectuais. In: Rémond, Rene (org). Por uma história política. Rio de Janeiro: UFRJ, 1996.

SODRÉ, Lauro. Mensagem. Congresso do Estado do Pará, 1893.

THOMPSON, E. P. Costumes em comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

VELHO, Otávio Guilherme. Frente de expansão e estrutura agrária: estudo do processo de penetração numa área da Transamazônia. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2009.

WEINSTEIN, Bàrbara. A borracha na Amazônia: expansão e decadência (1859-1920). São Paulo: Hucitec, Editora da Universidade de São Paulo, 1993.

WILLIAMS, Raymond. "The Bloomsbury fraction". In: Problems in materialism and culture. Londres, Verso Editions, 1982.

WILLIANS, Raymond. Cultura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

Publicado

29-03-2021

Cómo citar

GALVÃO JÚNIOR, H. M.; SANTOS JÚNIOR, J. C. dos. VIAGEM A SERVIÇO DO ESTADO: epidemia de febres intermitentes como justificativa para a implantação da pecuária no Sudeste do Pará (1890-1910). Revista Espacialidades, [S. l.], v. 17, n. 1, p. 175–194, 2021. DOI: 10.21680/1984-817X.2021v17n1ID21872. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/espacialidades/article/view/21872. Acesso em: 25 nov. 2024.