“A linha de fronteira se rompeu”:
poéticas musicais de um Nordeste psicodélico nos anos 70
Mots-clés :
Nordeste, Espaço, Cosmo, Música, PsicodeliaRésumé
Este artigo se ocupa em problematizar a emergência de novas culturas espaciais a partir da segunda metade do século XX através do que se convencionou denominar por corrida espaço-sideral. Meu objetivo é compreender de que maneira a ampliação das fronteiras humanas a partir dos avanços científicos que levaram o homem ao espaço reverberaram nas composições espaciais do campo das artes, sobretudo das artes musicais, também afetadas por essa ´´escapada cósmica`` inerente ao período histórico estudado. Nesse sentido, proponho uma análise historiográfica do álbum ´´Paêbiru: O caminho da montanha do sol`` lançado por Zé Ramalho e Lula Côrtes em 1975 em Recife para pensar de que maneira esta nova cultura espacial afetou a espacialização imaginária do Nordeste neste álbum que tem como tema as inscrições rupestres da Pedra do Ingá, localizadas na região do Cariri paraibano. Sem perder de vista os processos de subjetivação e as práticas da contracultura e da cultura psicodélica dos anos 70, com as quais os artistas envolvidos se conectavam, iremos nos debruçar sobre os impactos da aventura espaço-sideral para uma ressignificação das fronteiras imaginadas, neste caso, as fronteiras do Nordeste brasileiro.
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