O TRABALHO DE MULHERES JORNALISTAS DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
um estudo de caso dos reordenamentos produtivos no Ceará
DOI:
https://doi.org/10.21680/1982-1662.2020v3n28ID20842Resumo
Este artigo traz reflexões sobre o trabalho de mulheres jornalistas no Ceará durante a pandemia de Covid-19. Com o isolamento social imposto pelo governo do Estado como uma das ações de combate à pandemia, mulheres tiveram que adequar atividades profissionais ao espaço da casa, dividindo a força de trabalho entre a profissão, as tarefas domésticas e o cuidado com a família (BIROLI, 2018; FEDERICI, 2019; HUWS, 2014). Para observar esse cenário, este estudo de caso exploratório (YIN, 2001) se vale de dados obtidos pela pesquisa nacional “Como trabalham os comunicadores em tempos de pandemia da Covid-19”, realizada pelo Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho (CPCT-ECA-USP); e de informações procedentes de entrevistas semi-estruturadas com oito jornalistas cearenses . Os resultados apontam que os regimes de home office e rodízio redação-casa, adotados durante a pandemia, aprofundam o cenário já consolidado de precarização do trabalho jornalístico (FÍGARO, 2013; MICK; LIMA, 2013;) e do trabalho de mulheres jornalistas, especificamente (FIGARO, 2018; LELO, 2019;); e geram intensificação do ritmo de trabalho, maior cobrança por produtividade e desgaste psicológico/emocional das profissionais; além de evidenciarem uma divisão sexual do trabalho ainda prevalente, porém seletiva.