A construção e secularização dos cemitérios da cidade de Cuiabá nos Sécuos XIX e XX

Autores

  • Maria Aparecida Borges de Barros Rocha UFRN

Resumo

Até meados do século XIX os lugares dos mortos em Cuiabá, como em outras cidades e capitais de província do Império, estavam reservados no interior dos templos, lugares também definidos como de reuniões e onde se desenrolavam os principais rituais da vida de toda a comunidade. No entanto, desde a segunda metade do século XIX identificamos no âmbito da imprensa nacional, das discussões parlamentares, assim como nos Relatórios de Presidentes de Província e Códigos de Posturas, um conjunto de questionamentos referentes à jurisdição eclesiástica em torno da morte, das práticas de enterramento, dos rituais funerários, assim como da construção e administração dos cemitérios. Essas discussões não se detém ao campo do enterramento civil e da secularização dos cemitérios, mas são resultados de idéias disseminadas pelo movimento republicano em defesa dos ideais liberais e secularizantes que apontam para a desconstrução da tradicional hegemonia até então exercida pela Igreja católica sobre o cotidiano da população, a vida e a morte. A República faz retomar a discussão em torno dos cemitérios e das práticas de enterramento, desta feita, envolvendo a administração dos campos santos acirradamente disputada pela Igreja e pelo Estado. Esse processo foi denominado secularização dos cemitérios públicos. A partir da documentação disponibilizada pelo Arquivo Público de Mato Grosso - APMT e pelo Arquivo da Cúria Metropolitana de Cuiabá -ACMC, o objetivo deste artigo é apresentar uma discussão sobre o processo de secularização dos cemitérios da cidade de Cuiabá nos primeiros anos da República.

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Publicado

17-09-2013

Como Citar

ROCHA, M. A. B. de B. A construção e secularização dos cemitérios da cidade de Cuiabá nos Sécuos XIX e XX. Revista Inter-Legere, [S. l.], v. 1, n. 12, 2013. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/interlegere/article/view/4201. Acesso em: 24 abr. 2024.