A (re)invenção do fim: lugares, ritos e secularização da morte em Goiás no século XIX

Autores

  • Deuzair José da Silva UFG

Resumo

Meu interesse pelo tema nasceu da observação de rituais fúnebres praticados na cidade em que resido: Fazenda Nova, Goiás. Depois de acompanhar um sem-número de velórios e sepultamentos, despertei-me para algumas situações para as quais não tinha resposta. Por exemplo, o costume de colocar o morto no caixão com os pés em direção à porta de saída da casa e de conduzi-lo com os pés voltados para o interior do cemitério, posição que também é mantida no enterramento. Tais questões passaram a me “incomodar” e, certo dia, numa conversa informal com um ex-coveiro da cidade, fizlhe algumas das indagações que haviam me ocorrido. Devo esclarecer que não se tratava de formulações com base em estudos mais acurados, dada à natureza dessa fonte, pessoa de pouca instrução formal. Ele começou afirmando que, simbolicamente, os pés voltados para a porta de saída da casa indicavam primeiramente que são os pés que as pessoas usam para andar e, por isso, deveriam “conduzi-las” nessa última viagem. Da mesma maneira, a posição dos pés também mostrava que a pessoa estava saindo de casa e entrando no cemitério, mas, neste, seus pés ficavam voltados para o interior, e não para o portão, pois dali não iria sair.

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Publicado

17-09-2013

Como Citar

SILVA, D. J. da. A (re)invenção do fim: lugares, ritos e secularização da morte em Goiás no século XIX. Revista Inter-Legere, [S. l.], v. 1, n. 12, 2013. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/interlegere/article/view/4203. Acesso em: 25 dez. 2024.

Edição

Seção

DISSERTAÇÕES E TESES