A botija da Serra da Rajada: entre a memória e a história

Autores

  • Helder Alexandre Medeiros de Macedo UFRN
  • Thiago Stevenny Lopes

Resumo

O objetivo deste ensaio é o de discutir a relação entre memória e história por meio das histórias de botijas ligadas à Serra da Rajada, situada entre os municípios de Carnaúba dos Dantas, Acari, Jardim do Seridó e Parelhas, no Seridó potiguar. No senso comum, as botijas são tesouros em forma de moedas (de ouro e prata) ou de joias que foram enterradas em lugares secretos por determinadas pessoas em eras passadas. Essas pessoas, após a morte, acabam tornando-se almas penadas e não conseguem encontrar o caminho da salvação devido terem abraçado os valores da ganância e da ambição em vida, valores que explicam o fato dos objetos terem sido escondidos nas profundezas da terra e não terem sido revelados às pessoas do seu convívio. Vagando, essas almas recorrem aos vivos através dos sonhos, que geralmente acontecem três vezes, onde solicitam que o indivíduo desenterre e usufrua da botija e, como recompensa o espírito ganha o salvo-conduto, podendo descansar em paz. A sobrevivência dessas histórias, portanto, é uma das evidências de como a relação entre o mundo natural e o sobrenatural, manifestada pela recorrência ao sonho de botija como elemento desencadeador de rememoração do passado, ainda tem importância vital para a população em apreço, sendo, assim acreditamos, um importante elemento do seu patrimônio imaterial.

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Publicado

17-09-2013

Como Citar

MACEDO, H. A. M. de; LOPES, T. S. A botija da Serra da Rajada: entre a memória e a história. Revista Inter-Legere, [S. l.], n. 10, 2013. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/interlegere/article/view/4210. Acesso em: 18 abr. 2024.