Etnografia, Culturas Escolares e Antropologia Crítica
Resumo
A presente comunicação visa refletir sobre metodologias que abarquem os estudos da
antropologia e da educação, tendo a etnografia como ponte de diálogo entre os dois
saberes. Para além da reflexão de que a educação é um fenômeno de reprodução social,
entende-se aqui que esta, do contrário, é fonte de transformação social. Aí situamos o
elemento do poder presente nas relações sociais e a visão de que a educação é
eminentemente um acionar político, uma tarefa social. O diálogo de compreensões entre
educação e antropologia, pois, pode nos levar a perceber quão cultural e político são as
práticas educativas, assim como são também as práticas e as manifestações culturais no
cotidiano dos grupos sociais. Situando a escola como cenário de observação de práticas
culturais e educativas, considera-se que esta é mais que um campo de poder (Bourdieu,
2005), é uma extensão ativa da vida íntima de cada indivíduo, que leva a estes espaços
suas histórias. A partir de um determinado tema de pesquisa, tem-se como desafio,
então, pensar de que forma a etnografia pode servir como mecanismo de identificação
das expressões presentes nas culturas escolares e, também, como a partir dela, outros
métodos podem ser utilizados como formas a situar categorias de análise que
contribuem para a produção de uma antropologia crítica da educação.