Os lugares do leitor, os espaços de leitura: das escolhas às práticas
Resumo
Pensar o leitor para além do estereótipo ideal, prefigurado como o sujeito que
vive em ambiente propício à leitura, que lê os cânones, é uma maneira de
ampliar o conceito de leitura tradicional, desfazendo preconceitos e equívocos.
Nesse sentido, este artigo visa discutir alguns aspectos que permeiam os
lugares do leitor, seus espaços e repertório de leitura. São discutidos os
conceitos e preconceitos que circulam sobre a figura do (não)leitor, valorando-o
a partir das suas escolhas de leitura, dessa forma, desconsiderando a
pluralidade de suportes, formas e lugares de ler. Ao invés da simples
decodificação do verbal escrito, o ato de compreensão e interpretação forma o
leitor e caracteriza o ato de ler, ressaltando que o conceito tradicional de leitura
deve ser revisto. Pode-se ler um texto, uma figura, uma fotografia; pode-se ler
em diversos locais de várias maneiras: na escola, em casa, sozinho, em grupo;
pode-se selecionar vários tipos de textos: do cânone à literatura marginal, uma
receita, um poema; enfim, compreender que não há uma única forma de se ler
é um primeiro passo para a desmistificação da sacralização do leitor. Ao
desconsiderar a valorização do cânone e do conceito tradicional de leitura,
pode-se compreender que não existe um comportamento universal de leitor.
Sendo assim, não há uma fórmula de tornar-se leitor, cada indivíduo possui um
percurso único que o torna singular.