Violência e patriarcado como faces literárias de uma pedagogia da crueldade na América Latina
DOI:
https://doi.org/10.21680/1983-2435.2023v8nEspecialID32407Palabras clave:
Violência de gênero, Feminicídio, Patriarcado, Decolonialidades, Literatura feminina latino-americanaResumen
O presente artigo visa a discutir, a partir da crítica decolonial, as marcas da violência patriarcal legadas pelo processo colonial como uma constante em obras de escritoras latino-americanas. Para tanto, pretende-se empreender a análise da representação do feminicídio em três obras literárias de autoras contemporâneas: Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo; Romance Negro com Argentinos, de Luisa Valenzuela; e Jamais o Fogo Nunca, de Diamela Eltit. A leitura crítica das obras demonstra que a violência exercida sobre o corpo feminino desde o processo de conquista incidiu determinantemente em marcas de uma pedagogia da crueldade (Segato, 2018) que reverbera na reprodução da violência de gênero no contexto sociocultural da América Latina. O trabalho conta com suporte teórico dos feminismos de política decolonial (Vergès, 2020) e indica que a literatura de mulheres latino-americanas atua como forma possível de contra-pedagogia da crueldade, na forma de denúncia ou protesto.
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