“Pensar o que estamos fazendo”

o alcance d'A Condição Humana no pensamento filosófico-político contemporâneo

Autores

  • Fábio Abreu dos Passos Universidade Federal do Piauí

DOI:

https://doi.org/10.21680/1983-2109.2018v25n48ID14129

Palavras-chave:

Vita activa, Legado, Condição humana

Resumo

Explicitar e articular as três atividades que condicionam a vida humana, a saber, trabalho, obra e ação, aparecem como o mote da obra arendtiana A condição humana. Contudo, nossa atenção se volta para uma das últimas frases que compõem o prólogo, as quais apresentam a proposta que norteará as reflexões dessa obra, que se configura em “apenas pensar o que estamos fazendo”. Esta proposta aparece como algo simplório, pouco afeito às grandes obras filosóficas. Não obstante, “pensar o que estamos fazendo” se apresenta como algo profundo e profícuo, pois se trata de pensar o que o homem moderno está fazendo no interior de sua vita activa. Diante deste quadro argumentativo, podemos perguntar: qual o impacto do pensa-mento arendtiano, contido nas páginas d’A condição humana, sessenta anos após sua publicação? Estamos diante de uma grande obra de pensamento político e filosófico, ou, mais do que isto, estamos diante de um clássico? Para responder a esses questionamentos, três serão as qualidades que utilizaremos para pensar essa obra: se é capaz de ser uma autêntica intérprete de seu tempo; se instiga leituras e releituras; e se foi capaz de elaborar conceitos e categorias que nos levam a compreender a realidade.

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Biografia do Autor

Fábio Abreu dos Passos, Universidade Federal do Piauí

Doutor em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais, Professor do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Piauí.

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Publicado

03-09-2018

Como Citar

PASSOS, F. A. dos. “Pensar o que estamos fazendo”: o alcance d’A Condição Humana no pensamento filosófico-político contemporâneo. Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), [S. l.], v. 25, n. 48, p. 87–108, 2018. DOI: 10.21680/1983-2109.2018v25n48ID14129. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/principios/article/view/14129. Acesso em: 26 abr. 2024.