Mulheres e gênese do capitalismo: de Foucault a Federici
DOI:
https://doi.org/10.21680/1983-2109.2020v27n52ID19783Palabras clave:
Mulher, Capitalismo, Patriarcado, Corpo, Michel Foucault, Silvia FedericiResumen
O livro de Federici, O Calibã e a Bruxa, se articula a partir
de três eixos: a crítica aos limites das análises de Marx no intuito de
explicar a gênese do capitalismo uma vez que negligenciam o papel
das mulheres neste processo; a crítica à genealogia foucaultiana da
Modernidade, uma vez que, ao dar centralidade ao caráter produtivo
do poder, deixa de lado a análise da repressão estatal como elemento
decisivo para o adestramento do comportamento das mulheres; por
fim, a pesquisa em torno do fenômeno histórico de caça às bruxas,
ocorrido na Europa entre os séculos XVI e XVII, ou seja, durante a
ascensão do capitalismo enquanto modo de produção preponderante
no Ocidente. Meu objetivo é realizar uma apresentação destes três
eixos, dando ênfase ao diálogo de Federeci com Foucault. Trata-se,
por um lado, de apresentar a posição da autora com relação à genealogia
da mulher no interior da ordem capitalista, a qual se constrói
principalmente em torno de uma discussão com o livro História da
Sexualidade I, e, por outro, de mostrar que as questões levantadas por
ela ganham maior envergadura se tomamos Vigiar e Punir enquanto
obra responsável pelo diálogo entre os dois autores.
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