VIOLÊNCIA NA POPULAÇÃO INFANTIL: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ABUSOS VERIFICADOS NO AMBIENTE ESCOLAR

Autores

  • Cléa Adas Saliba Garbin Faculdade de Odontologia de Araçatuba - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
  • Paula Caetano Araújo Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia
  • Tânia Adas Saliba Rovida Faculdade de Odontologia de Araçatuba - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
  • Ana Carolina Rocha Faculdade de Odontologia de Araçatuba - Universidade Estadual Paulista"Júlio de Mesquita Filho"
  • Renato Moreira Arcieri Faculdade de Odontologia de Araçatuba - Universidade Estadual Paulista"Júlio de Mesquita Filho"
  • Artênio José Ísper Garbin Faculdade de Odontologia de Araçatuba - Universidade Estadual Paulista"Júlio de Mesquita Filho"

DOI:

https://doi.org/10.21680/2446-7286.2016v2n2ID10122

Palavras-chave:

maus-tratos infantis, violência, pré-escolar, educação infantil

Resumo

Introdução: A violência infantil é caracterizada como uma mazela de saúde pública, uma vez que a violação aos direitos humanos é inegável, alcançando ainda todos os estratos de uma sociedade. Logo, qualquer profissional que tenha contato com crianças, deve notificar casos suspeitos e/ou identificados. Dentre estes profissionais, destaca-se o importante papel do educador de ensino infantil. Objetivo: Desta forma, este estudo transversal objetivou verificar o perfil dos casos suspeitos e/ou confirmados de violência contra a criança em Escolas Municipais de Ensino Básico (EMEBS) do município de Araçatuba / SP, com o auxílio da equipe pedagógica. Métodos: As escolas foram selecionadas por sorteio e o instrumento de análise utilizado foi um relatório sobre suspeita e/ou confirmação de abusos, desenvolvido pelo Núcleo de Pesquisa em Saúde Coletiva da FOA Unesp. Resultados: Do total de 879 crianças, 272 menores foram identificados como vítimas de violência, 51,1% eram do sexo masculino e 48,9% do sexo feminino. Os pais e/ou responsáveis foram apontados como os principais agressores (58,4%), sendo que não houve distinção entre pai e mãe. Na descrição dos abusos, os casos mais verificados foram: piolho (35,2%), agressividade no comportamento infantil (15,8%), roupas inadequadas (15,4%) e cárie (11%). Sendo assim, observa-se que a negligência foi o tipo de violência mais prevalente (92,6%). Dos casos identificados, 76,4% apresentaram recidivas (76,4%). Conclusões: Portanto, ainda são elevados os índices de violência contra criança identificados em escolas de ensino infantil. Sugere-se assim melhor direcionamento das políticas públicas voltadas ao enfrentamento da violência, a fim de que se possa proteger os menores na melhor fase da vida, a infância.  

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Arquivos adicionais

Publicado

27-12-2016

Como Citar

ADAS SALIBA GARBIN, C.; CAETANO ARAÚJO, P.; ADAS SALIBA ROVIDA, T.; ROCHA, A. C.; MOREIRA ARCIERI, R.; ÍSPER GARBIN, A. J. VIOLÊNCIA NA POPULAÇÃO INFANTIL: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ABUSOS VERIFICADOS NO AMBIENTE ESCOLAR. Revista Ciência Plural, [S. l.], v. 2, n. 2, p. 41–54, 2016. DOI: 10.21680/2446-7286.2016v2n2ID10122. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/rcp/article/view/10122. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos