RESSIGNIFICANDO O TRABALHO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLA: DESAFIOS PARA A INTEGRALIDADE DO CUIDADO EM SAÚDE
DOI:
https://doi.org/10.18816/r-bits.v7i2.6768Resumen
Introdução: A Estratégia Saúde da Família no Brasil tem suscitado uma grande circulação de ideias e de propostas, motivando diversas reflexões sobre a necessidade de reorientação das práticas nas unidades básicas de saúde, partindo do pressuposto de que essa modalidade de atenção, quando assumida de forma integral e resolutiva pode produzir mudanças significativas nas ações de saúde em nível local. Objetivo: Analisar as publicações no Brasil relacionadas à integralidade do cuidado na Estratégia Saúde da Família. Metodologia: Caracteriza-se enquanto revisão de literatura do tipo narrativa. A busca bibliográfica foi desenvolvida no ano de 2017, na plataforma da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS-BIREME) a partir das palavras “integralidade” e “Estratégia Saúde da Família”. O recorte temporal compreendeu o período entre os anos 2013 e 2017. Foram selecionados 21 artigos que se adequaram aos critérios de inclusão. Em seguida, foi realizada a análise criteriosa do material selecionado, segundo os preceitos da Técnica de Análise de Conteúdo nas etapas de pré-análise, exploração do material e interpretação dos achados. Resultados e Discussão: Foram encontradas três categorias temáticas de sentidos: o trabalho em saúde como produção partilhada; a operacionalização do trabalho em saúde na atenção básica; e o saber-fazer na Estratégia Saúde da Família enquanto desafio para a integralidade do cuidado em saúde. Conclusões: o artigo faz referência à necessidade de ressignificação do processo de trabalho por parte dos profissionais e discute a produção do cuidado em saúde com vistas à construção de um modelo de saúde humanizado, considerando a singularidade e a subjetividade de cada sujeito no processo diagnóstico-terapêutico, incluindo as dimensões subjetivas e sociais envolvidas no adoecimento.
Descargas
Citas
ANDRADE, LOM; INOJOSA, RM. Saúde da Família, Violência e Cultura da Paz. Revista Brasileira de Saúde da Família, Ministério da Saúde, 2015.
ARANTES, LJ; MERCHÁN-HAMANN, E; SHIMIZU, HE. Contribuições e desafios da Estratégia Saúde da Família na Atenção Primária à Saúde no Brasil: revisão da literatura. Ciênc. saúde coletiva; 21(5): 1499-1510, Mai. 2016.
ARCE, VAR; SOUSA, MF. Integralidade do cuidado: representações sociais das equipes de Saúde da Família do Distrito Federal. Saúde Soc; 22(1): 109-123, jan.-mar. 2013.
AYRES, JRCM. Cuidado e reconstrução das práticas de saúde. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, vol. 8, n.14, p.73-91, set.2003-fev. 2004.
BALINT, M. O médico, seu paciente e a doença. Rio de Janeiro; Atheneu, 1988.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
BRASIL, Ministério da Saúde. Apoio Matricial ou Matriciamento Brasília/DF: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br. Acesso em setembro 2017.
BRASIL, Ministério da Saúde. Curso de formação de facilitadores de educação permanente em saúde: unidade de aprendizagem-análise do contexto da gestão e das práticas de saúde. Brasil. Ministério da Saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2005.
BRASIL, Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da Família. Brasília/DF: Ministério da Saúde, 2014.
CAMARGO, JKR. Racionalidades médicas: A medicina ocidental contemporânea. Rio de Janeiro: UERJ-IMS, 1993.
GALVÃO, TLA; OLIVEIRA, KKD; MAIA, CAAS; MIRANDA, FAN. Assistência à pessoa com parkinson no âmbito da estratégia de saúde da família. Rev. pesqui. cuid. fundam. (Online); 8(4): 5101-5107, out.-dez. 2016.
LEVY, A. O posicionamento clínico. Ciências clínicas e organizações sociais. São Paulo, SP: Autêntica, 2000.
LIMA, MRA; MEDEIROS, SM; KLÜPPEL, BLP; NUNES, MLA; SÁ, LD. Atuação de enfermeiros sobre práticas de cuidados afrodescendentes e indígenas. Rev Bras Enferm; 69(5): 840-846, set.-out. 2016.
MELO, LMLL; MOIMAZ, SAS; GARBIN, CAS; GARBIN, AJÍ; SALIBA, NA. A construção de uma agenda de gestão compartilhada para a reoorganização da demanda em saúde bucal. Rev. Ciênc. Plur; 2(1): 42-55, 2016.
MENDES GONÇALVES, R.B. Tecnologia e organização social das práticas de saúde: características tecnológicas de processo de trabalho na rede estadual de centros de saúde de São Paulo. São Paulo, SP: Hucitec,1994.
MERHY, EE. Em busca do tempo perdido: a micropolítica do trabalho vivo em saúde. In: MERHY, E.E; ONOCKO, R (Org.). Agir em saúde; um desafio para o público. São Paulo: Hucitec, 1997.
MERHY, EE. Saúde: a cartografia do trabalho vivo. São Paulo: Hucitec. 2012.
MERHY, EE.; FRANCO, T. Programa Saúde da Família: somos contra ou a favor? Saúde em Debate. vol. 26, n.60, p. 118-22, 2002.
MERHY, EE; FRANCO, T. O uso de ferramentas analisadoras para apoio ao planejamento dos serviços de saúde: o caso do Serviço Social do Hospital das Clínicas da Unicamp. In: MERHY, EE et. al. O trabalho em saúde: olhando e experenciando o SUS no cotidiano. São Paulo: Hucitec, 2013. p. 135-160.
OLIVEIRA, MAC; PEREIRA, IC. Atributos essenciais da Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família. Rev Bras Enferm; 66(spe): 158-164, set. 2013.
PORTILLO, J. La Medicina: El império de lo efímero. In: PORTILLO, J; BARRÁN J. P; BAYCE, R. La Medicalización de la Sociedade. Montevideo. Ed. Nordan; 1993. p. 15-36.
ROTHER, ET. Revisão sistemática X revisão narrativa. Acta paul. enferm. São Paulo. v. 20, n. 2, p. 5-6, June. 2007.
SANTOS, AM; GIOVANELLA, L. Gestão do cuidado integral: estudo de caso em região de saúde da Bahia, Brasil. Cad Saude Publica; 32(3): e00172214, 2016.
SCHRAIBER, LB. O médico e seu trabalho. Limites da liberdade. São Paulo; Hucitec, 2015.
SILVA, S; LIMA-COSTA, MF; TURCI, MA; MAMBRINI, JVM; MACINKO, J. Uso de serviços de saúde por diabéticos cobertos por plano privado em comparação aos usuários do Sistema Único de Saúde no Município de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cad Saude Publica; 32(10): e00014615, Oct. 2016.
SILVA, VAA; BARBOSA, ACQ; ROCHA, TAH. Desempenho dos médicos na saúde da família: uma análise a partir dos princípios ordenadores em um município brasileiro. Rev. adm. pública; 49(5): 1237-1262, Set.-Out. 2015.
SIMAS, KBF; SIQUEIRA-BATISTA, R; PEREIRA, CG; COSTA, AAZ; GOMES, AP; SIMÕES, PP. (Bio)ética e Atenção Primária à Saúde: estudo preliminar nas Clínicas da Família no município do Rio de Janeiro, Brasil. Ciênc. saúde coletiva; 21(5): 1481-1490, Mai. 2016.
SOUZA, AMA; SANTOS I. Processo educativo nos serviços de saúde – Série Desenvolvimento de Recursos Humanos n. 01 – OPAS – Brasília, 2003.
TEIXEIRA, CF. Saúde da Família, Promoção e Vigilância: construindo a integralidade da Atenção à Saúde no SUS. Revista Brasileira de Saúde da Família, Ministério da Saúde, 2007.
TURCI, MA; LIMA-COSTA, MF; MACINKO, J. Influência de fatores estruturais e organizacionais no desempenho da atenção primária à saúde em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, na avaliação de gestores e enfermeiros. Cad Saude Publica; 31(9): 1941-1952, Set. 2015.
VIEGAS, SMF; PENNA, CMM. O SUS é universal, mas vivemos de cotas. Ciênc. saúde coletiva; 18(1): 181-190, jan. 2013.