CULTURA E ESPAÇO
UM DIÁLOGO NECESSÁRIO
DOI:
https://doi.org/10.21680/2448-296X.2019v4n1ID16896Keywords:
Povo Kaingang, Estrutura socioespacial, Arquitetura indígenaAbstract
Este artigo apresenta os resultados parciais da pesquisa que relaciona aspectos socioculturais do Povo Kaingang e suas representações do espaço arquitetônico da aldeia contemporânea. Para tanto discute de forma interdisciplinar conceitos de cultura, identidade, espaço arquitetônico, apropriação, apego ao lugar, percepção ambiental e comportamento socioespacial, com o objetivo de compreender quais são as relações construídas entre as bases da cultura Kaingang e o espaço arquitetônico da Aldeia Kondá, localizada no município de Chapecó, oeste do estado de Santa Catarina. Inicialmente é feita a contextualização da questão indígena no Brasil, chegando até a atual conjuntura catarinense e a Aldeia, objeto do estudo, posteriormente são apresentadas as características fundamentais da cultura Kaingang. A pesquisa é construída a partir de três etapas: A aproximação teórica, que utiliza como técnica principal a pesquisa bibliográfica para contextualizar o tema e discutir os conceitos que norteiam as análises da pesquisa; o Estudo de Caso, que se utiliza das visitas exploratórias e do poema dos desejos como principais métodos de obtenção dos dados, e por fim a Análise e discussão dos resultados, que articula os dados obtidos e traz a reflexão crítica em torno da aldeia idealizada pela comunidade e do espaço encontrado atualmente. Os resultados da pesquisa, apontam para a representação das bases da cultura Kaingang no espaço da Aldeia, a influência das comunidades não indígenas do entorno e a complexidade desses assentamentos que, ao fazerem dialogar culturas diferentes, tornam imprescindível a compreensão sensível dessa estrutura espacial para que intervenções mais adequadas possam ser pensadas.
Downloads
References
AUGE, M. Não-Lugares: Introdução a uma antropologia da supermodernidade. Campinas: Papirus,1994.
BARTH, F. “Grupos étnicos e suas fronteiras”.. Trad. Elcio Fernandes. Em P. e.-F. POUTIGNAT, Teorias da Etnicidade: Seguido de grupos étnicos e suas fronteiras de Fredrik Barth (pp. 187-227). São Paulo: UNESP,1998.
BAUMAN, Z. O Mal-Estar da Pós-Modernidade. Rio de Janeiro: Zahar,1998.
BORBA, T. Actualidade indígena. Coritiba: Typ e Lytog a Vapor impressora Paranaense,1908.
BRIGHENTI, C. A. Povos Indígenas em Santa Catarina Florianópolis: UFSC .2012.
BRIGHENTI, Clovis Antonio. O movimento indígena no Oeste Catarinense e sua relação com a igreja católica na diocese de Chapecó/SC nas décadas de 1970 e 1980. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina,2012. Tese de doutorado apresentada ao programa de Pós Graduação em História – UFSC.
CASTRO, E. V. A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo, São Paulo, Brasil: Cosac & Naify,2002.
FUNAI. Índio no Brasil - Quem são? Acesso em 30 de Novembro de 2015, disponível em Fundação Naciona do Índio: http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/quem-sao?start=7,2010.
GEERTZ, C. Dilemas de La Cultura: Antropologia, literatura y arte en la perspectiva posmoderna. Barcelona: Gedisa,2001.
GIDDENS, A. Modernidade e identidade. Rio de Janeiro: Zahar,2002.
HALL, S. Quem precisa de Identidade? Em T. T. SILVA, Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais (pp. 103-133). Petropolis: Vozes.2005.
HALL, S. Identidade Cultural na Pós-Modernidade. Rio de Janeiro: DP&A.2006
IBGE. Tendências Demográficas: Uma análise dos indígenas com bas e. Rio de Janeiro: IBGE,2005.
IBGE. Características Gerais dos Indígenas: Resultados do Universo. Rio de Janeiro: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,2010.
JUNIOR, A. G. Estudo Etnográfico sobre Alcoolização entre os Índios Kaingang da Terra Indígena Xapecó: das Dimensões Construtivas à Perturbação. Florianópolis. : UFSC - Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Antropologia Social,2010.
KEESING, R.Theiries of Culture. Annual review of Antropology, Vol.03.1974.
KUPER, A. “Cultura, diferença, identidade”. Em A. KUPER, Cultura: a visão dos antropólogos. Tradução Mirtes Frange de Oliveira Pinheiros (pp. pp.287-318. ). Bauru: EDUSC,2002.
KRESÓ, P. O Kiki permanece. Em A. TORAL, EG JAMEN KY MU - textos KAINGÁG. (pp. 80-87). Brasília: APBKG/MEC/PNUD.1997.
MINAYO, M. C. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes.2001
NIMUENDAJÚ, C. Etnografia e indigenismo - Sobre os Kaingang, os Afaié-Xavante e os índios do Perá. Campinas: UNICAMP.1993.
RAPOPORT, A. Hechos y Modelos. Em G. BROADBENT, Metodologia del Diseño Arquitectonico (pp. p. 297-323). Barcelona: Editorial Gustavo Gili.1971.
RHEINGHANTZ, P. A. et all. Observando a qualidade do lugar: Procedimentos para a avaliação pós-ocupação. Rio de Janeiro: FAPERJ.2008.
SANOFF, H. Visual research methods in design. Nova York : Van Nostrand Reinhold.1991.
SILVA, L. A. A história Kaingang através do Ritual do Kiki. Santa Catarina em História, 11-23. 2011.
TYLOR, E. Primitive Culture. Londres: John Mursay & Co.1958.
THEODORSON, G. A., THEODORSON, A. G. A modern dictionary of sociology. London: Methuen.1970.
TOMMASINO, K. Algumas considerações acerca das exposições proferidas pelos representantes dos povos indígenas no Simpósio "As cidades e os povos indígenas: Mitologias e Visões. Em L. T. MOTA, As cidades e os povos indígenas: Mitologias e Visões. Maringá: EDUEM.2000.
TOMMASINO, K. Território e territorialidade Kaingang. Resistência cultural e historicidade de um grupo Jê. Em L. T. MOTA, F. S. NOELLI, E. K. TOMMASINO, Uri e Wãxi - Estudos Interdisciplinares dos Kaingang. (pp. 191-226). Londrina: UEL.2000.
TUAN, Y. F. Espaço e Lugar: a perspectiva da experiência. São Paulo: Difel.1983.
UNWIN, S. A análise da arquitetura. Tradução técnica: Alexandre Salvaterra. Porto Alegre: Bookman. 2013.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho licenciado sob a licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual segundo a qual é permitido o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir, separadamente, contratos adicionais para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) desde que concluído o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
- Não recomenda-se publicação e distribuição do artigo antes de sua publicação, pois isso poderá interferir na sua avaliação cega pelos pares.